EFPC divulgam informações que mostram baixa exposição em Americanas 

Diversas entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) divulgaram comunicados nos últimos dias que informam aos participantes, assistidos e stakeholders que os impactos negativos da crise da Americanas tem baixa representatividade no conjunto de seus ativos. Mesmo as maiores entidades do sistema, que possuem maior alocação em renda variável, como Previ, Petros e Funcef, apresentam baixa exposição às ações da companhia. A maior parte da exposição replicava alguns dos principais índices de referência da B3 – ver abaixo. 

Apesar do baixo impacto sobre as EFPC, a Abrapp acompanha de perto o desenvolvimento da crise de Americanas através de reuniões de suas comissões técnicas de assuntos jurídicos e de investimentos. A associação estuda medidas jurídicas cabíveis para proteger o patrimônio de suas associadas em caso de perdas com os ativos da empresa – leia mais

A crise da Americanas veio à tona com a divulgação de Fato Relevante no último dia 11 de janeiro com a informação de dívidas da ordem de R$ 20 bilhões que não estavam contabilizadas adequadamente no balanço da companhia. Além disso, o documento divulgou a saída do Presidente da empresa, Sérgio Rial, e do Diretor Financeiro, André Covre, apenas nove dias depois de terem tomado posse na diretoria.

Nos dias seguintes, as ações da varejista registraram desvalorização recorde na Bolsa, enquanto era iniciada uma batalha jurídica com os credores da companhia. Pouco mais de uma semana após o início da crise da varejista, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, que foi aceito pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, 25 de janeiro, a Americanas declarou à Justiça uma lista de quase 8 mil credores com dívidas de totais de mais de R$ 41 bilhões.

Confira a seguir um resumo dos comunicados publicados pelas EFPC: 

Previ – Os investimentos diretos realizados pela entidade na Americanas S.A. correspondiam a uma alocação total de R$ 39,5 milhões na data de publicação do Fato Relevante. Esses investimentos, na sua maioria, replicavam os índices da B3, representando baixa exposição de apenas 0,011%, 0,059% e 0,037% dos patrimônios dos Planos 1, Previ Futuro e PGA, respectivamente. Além disso, a participação indireta da Previ em imóveis e fundos de investimentos com exposição ao grupo empresarial tem efeito imaterial no patrimônio dos planos de benefício.

Funcef – a fundação possui alocação apenas em um fundo de gestão passiva, que replica integralmente a carteira do índice IBrX-100, em que as ações das Americanas S.A. representavam, em setembro de 2022, 0,47% do IBrX-100 e, em 11 de janeiro de 2023, 0,339% do índice, conforme a carteira teórica divulgada pela B3. Esta alocação era de R$ 30,8 milhões na data do anúncio, o que representava cerca de 0,032% do total de recursos administrados pela Funcef.

Postalis –  a entidade não possui alocação direta de seus investimentos no ativo AMER3. A entidade detém apenas participação indireta através dos ETFs (Exchange Traded Funds) em fundos de ações e na carteira própria. Nos fundos, esses ETFs têm a finalidade de replicar o movimento do índice Bovespa e de ações de companhias de menor porte e com grande potencial (chamadas de Small Caps). A participação média do instituto é de 0,4% nos fundos e na carteira própria de Renda Variável é de apenas 0,03%.

Petros – Os fundos de gestão própria da entidade não possuem alocação direta nas ações da companhia, apenas indiretas por meio de ETFs, representando somente 0,01% do patrimônio da Petros. Na gestão terceirizada, as ações e debêntures da companhia representavam também apenas 0,01% dos investimentos da fundação.

Vivest – Quando o fato foi divulgado, a Vivest possuía um total de R$ 1,77 milhão investidos em ações da empresa. Esse valor representava 0,062% dos investimentos em renda variável no Brasil e 0,005% do patrimônio total de investimentos da entidade. Além disso, a fundação não possui debêntures da empresa. Apesar de não representarem qualquer risco à sustentabilidade dos seus planos de benefícios, a Vivest decidiu vender as ações das Americanas S.A logo após a divulgação do Fato Relevante da Americanas.

Baneses – a entidade não possui alocação direta em ações e títulos da Americanas.. A fundação possui, de forma indireta, através de Fundos de Investimento, alocação correspondente a 0,08% do Recurso Garantidor da Reserva Técnica, por meio de ações em fundos de ações e de debêntures em fundos de renda fixa.

CargillPrev – a EFPC não possui nenhum investimento direto em ações da Americanas. Atualmente, a fundação possui apenas a participação de 0,26% na empresa na classe de renda variável através de alocação em um fundo de ações, o que representa uma exposição de apenas 0,028% de seu patrimônio.

Capef – os Planos BD e CV I da Capef não possuem alocação direta em ativos da companhia. De forma indireta, o Plano CV I possui uma alocação pequena em um fundo com gestão terceirizada. Esse fundo aloca aproximadamente 5% do seu patrimônio em debêntures da Americanas. O impacto na cota do plano foi de apenas -0,01% na rentabilidade no mês de janeiro.

Forluz – apesar da queda no preço dos ativos da companhia, o impacto no retorno é estimado em 0,03% em relação ao patrimônio da Forluz, pois o portfólio da fundação possui uma exposição relativa muito baixa no total dos investimentos, com participação menor que 0,06%.

Embraer Prev – em 30 de dezembro, a fundação possuía exposição às ações de emissão da empresa de 0,22% em relação ao total do segmento de renda variável da carteira de investimentos da entidade e de 0,03% em relação a sua carteira total de investimentos. No segmento de renda fixa, na mesma data, possuía ativos de crédito que representavam 0,39% do total deste segmento e de 0,33% da carteira total de investimentos da Embraer Prev.

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