Um dos momentos bastante esperados do 42º Congresso Brasileiro da Previdência Privada (CBPP), o lançamento do Relatório de Sustentabilidade das EFPC 2020 – Guia de Referências para Pesquisa ASG/Sustentabilidade aconteceu na manhã do segundo dia, 20 de outubro, de nosso maior evento, durante a Palestra Técnica 15, voltada para o tema “O Retrato ASG do Setor / Aprendizados, Desafios, Perspectivas e Oportunidades”. Sinal do interesse despertado, a palestra com o lançamento foi acompanhada por mais de 1 mil congressistas.
Encerrado o painel, a tão aguardada publicação, na qual dirigentes e suas equipes vão encontrar uma orientação segura para guiá-los em um assunto tão vital quanto a responsabilidade ambiental, social e de governança no momento de investir, ficou disponível no Estande Institucional da Abrapp, localizado no Centro de Exposições da plataforma virtual do Congresso. Ao adquiri-la, o leitor logo irá perceber que um de seus pontos altos é a interatividade. Ao mesmo tempo em que traz os resultados apurados junto às entidades, sempre contextualizados, o relatório oferece diversos links ao longo de suas páginas, tornando possível acessar diretamente os guias e manuais de referência referidos ou produzidos pela Abrapp.
Três profundos conhecedores da temática ASG se revezaram na tarefa de apresentar resultados e a partir deles tentar apontar possíveis caminhos, sempre na busca de combinar investimentos responsáveis e sustentáveis com o fiel cumprimento do dever fiduciário. Foram expositores Felipe Nestrovsky, Gerente Sênior de Finanças Sustentáveis Sitawi, Glaucia Terreo, Diretora da Global Reporting Iniciativa (GRI) no Brasil e Raquel Castelpoggi, Coordenadora do Comitê Técnico de Sustentabilidade da Abrapp e da Área RSA / Sustentabilidade da Fundação Real Grandeza. Esta última, por exemplo, deixou claro em sua apresentação o desejo de ir além da apresentação dos resultados da pesquisa (57 entidades respondentes – divididas em grupos de pequeno, médio e grande porte – e que correspondem a 72% do patrimônio do quadro associativo) que deu origem ao relatório. Seu objetivo foi muito mais provocar reflexões sobre os desafios atuais e futuros e também indicar os possíveis caminhos que cada associada pode tomar.
Felipe, o primeiro a apresentar-se, reconheceu que o novo relatório tem como um de seus principais objetivos motivar as entidades a se posicionarem frente à questão ASG, ainda que os dados coletados mostrem que, se por um lado ainda falte bastante para caminhar, inegavelmente já há avanços. E isso fica evidente quando se percebe que 57 associadas responderam à pesquisa, um número de toda forma expressiva, especialmente considerando que os respondentes significam mais de 70% dos recursos sob a administração do sistema. Os dados mostram o tempo todo, em seus diversos formatos, que quanto maiores as EFPCs mais ativas são no tocante à temática ASG.
A pesquisa, continuou Felipe, mostrou que dentro das preocupações das entidades relativamente à temática ASG há uma clara preponderância da governança, aparecendo o meio ambiente e os aspectos sociais como segundo e terceiros focos das atenções.
Isso fica ainda mais claro quando se vê que ao capacitar os seus profissionais, inclusive os seus comitês de investimento, relativamente à temática ASG, o principal foco foi mais uma vez colocado na governança, aparecendo o meio ambiente e o social bem atrás entre as preocupações.
“De toda forma essa é uma jornada que, embora já tenhamos começado a caminhar, teremos muito ainda a fazer”, resumiu Felipe, lembrando que apenas 3 associadas possuem relatórios voltados para a sustentabilidade.
Glaucia, por sua vez, notou que o relatório, além do aspecto mobilizador de consciências já apontado pelo primeiro expositor, tem também o papel de mostrar-se educativo, uma vez que fornece todas as informações e orientação de que os dirigentes precisam para agir. Até porque o ASG deixou de ser algo optativo para se tornar uma exigência, já incluída em documentos com informações que o Banco Cetral e a Comissão de Valores Mobiliários – CVM determinam às organizações fornecerem. Na China, dados ASG já precisam constar dos relatórios e idem na Europa, que a caminho do carbono zero já aperta as exigências feitas às empresas com mais de 250 empregados.
Nesse ponto Glaucia observou que nenhuma entidade de menor porte deve se esquivar da temática ASG, uma vez que estão disponíveis ferramentas de todos os tamanhos. “As EFPCs vão fazer algo mais simples, só não podem fugir do assunto”, adicionou.
Completando o raciocínio, Raquel, a terceira a se apresentar, lembrou que “se 21 entidades de pequeno porte e 25 de médio porte responderam à pesquisa, não há motivos reais para as demais não fazê-lo”. Estarão se juntando assim a um esforço iniciado há duas décadas, quando a Abrapp começou a se voltar para o tema ASG, com a produção dos primeiros relatórios e a criação de uma comissão específica.
Resultado desse esforço, Raquel salientou ter a Abrapp muitas informações reunidas a respeito, podendo tranquilamente orientar aquelas associadas que desejam avançar nesse terreno. Inclusive, o novo relatório espelha isso, ao oferecer as mais variadas ferramentas e links através dos quais todos podem pesquisar para saber muito mais a respeito.
A entidade que não fizer nada, ficar parada, perderá inclusive a possibilidade de cobrar qualquer atitude por parte das empresas nas quais investe. “O relatório está disponível para se transformar em uma obra de cabeceira, ser consultada com frequência, e não para ser guardada”, completou.
Clique aqui para realizar o download do Relatório de Sustentabilidade das EFPC 2020.