Quem começa a poupar cedo para a aposentadoria dispõe de mais tempo para acumular as reservas necessárias sem tirar muito do bolso. Ou seja, exatamente o contrário da pessoa que só se lembra disso muito mais tarde, por exemplo, aos 45 anos, ficando assim com poucos anos para construir a poupança que se tivesse acordado mais cedo poderia ter reunido devagar, em parcelas muito mais suaves, ao longo de décadas. Essa a lógica por trás da palestra apresentada nesta quinta-feira, 21 de outubro, no canal da Abrapp no Youtube pela UniAbrapp em parceria com o CIEE – Centro de Integração Empresa/Escola, tendo como tema “Previdência é Coisa de Jovem”, como parte da programação do 42º Congresso Brasileiro de Previdência Privada. O expositor foi um profundo conhecedor do assunto, Cristiano Verardo, Diretor de Comunicação, Relacionamento e Seguridade da Vexty, tendo a live sido assistida por um público superior a 5 mil pessoas, a maioria formada por jovens.
O futuro parece distante, mas chega rápido, disse Verardo numa apresentação toda feita em linguagem apropriada a esse público e por isso mais capaz de seduzir os jovens. E o momento de chegada carrega cada vez mais desafios, porque a expectativa de vida vem praticamente dobrando a cada duas ou três décadas e, se isso por um lado pode ser bom, por outro traz um risco, o da pessoa ter de viver mais com pouco dinheiro, caso não se prepare para essa fase da vida em que será idoso.
Notou que contribuir para o INSS é necessário, mas carregou no alerta, lembrando que o Estado já não é o “paizão” que era e hoje e cada vez mais a previdência estatal está voltada para a renda mais básica. Além disso, como funciona com os trabalhadores atuais bancando as aposentadorias da geração anterior (regime de caixa), podem faltar recursos no futuro uma vez que, com a queda da natalidade, há cada vez menos gente contribuindo e, com a longevidade, mais idosos recebendo os seus benefícios.
Um plano de previdência privada ajuda e pode ser algo muito importante, por isso Verardo recomendou, mas ainda mais fundamental quando se pensa em planejar o futuro é ter atitude, com a própria pessoa assumindo a responsabilidade pela construção do seu amanhã. Sendo assim, ao longo da vida haverá momentos de se ser prudente e outros para ousar, tudo dependerá de vários fatores e do momento.
Renunciar ao menos um pouco ao consumo talvez exagerado no presente é com certeza algo que se recomenda, assim diferindo renda com vistas ao futuro. “Não podemos deixar sermos manipulados pela publicidade. Temos que reconhecer a nossa vulnerabilidade e congelar o cartão de crédito, para que não se transforme em navalha”, advertiu Verardo, recomendando aos jovens não só conter o consumismo mas tampouco estender ainda tal postura crítica. “É preciso analisar e avaliar o que nos é dito, simplesmente não é possível se investir em algo que ofereça ao mesmo tempo alta rentabilidade, liquidez imediata e baixo risco, porque são coisas excludentes, ou seja, se tem uma ou outra e não todas ao mesmo tempo.
E nessa construção do futuro não vai bastar planejar e agir em favor da poupança, uma vez que também muito importante será acompanhar o que acontece com o investimento, ensinou Verardo aos jovens. Nessa mesma linha importa conhecer conceitos fundamentais como longo prazo e juros tanto reais como compostos.
Verardo reconheceu que entre as atitudes possíveis pode estar a opção por não se fazer uma poupança financeira de início. “Existirão momentos, entre os 18 e os 25 anos, em que mais importante será investir em conhecimento e experiências, para com isso formar o profissional que mais tarde poderá, aí sim, poupar mais.