Você, com certeza, já se perguntou para onde as mudanças desse mundo vão nos levar, como será viver no futuro e qual será o destino das próximas gerações. Em uma coisa todos concordam: um futuro feliz depende de qualidade de vida.
Nos últimos anos, o sistema econômico, que sempre distribuiu tantas riquezas, tem se mostrado vulnerável, principalmente quando paramos para analisar o pano de fundo da nossa economia – a crise econômica, política e institucional e as duas reformas trabalhista e previdenciária. (que trazem soluções no curto prazo).
Pois bem, este pano de fundo está exigindo uma mudança de postura por parte dos setores público e privado e suas comunidades. No setor de Previdência Privada, claro, isso não é diferente. Já falamos aqui que a Reforma da Previdência foi paramétrica, profunda e necessária, mas ela nos convida a refletir sobre o pacto intergeracional. Vamos ter que trabalhar mais do que as gerações passadas e planejar muito a nossa vida a longo prazo.
Teremos pela frente uma demanda reprimida de trabalhadores que necessitarão complementar as suas aposentadorias. Esse é, sem dúvidas, um grande desafio para o segmento.
Se por um lado o sistema vem obtendo crescimento significativo nos últimos anos, com patrimônio consolidado de R$ 1,14 trilhão e quase 7,5 milhões de beneficiados, por outro, o desafio está em fazer essa fórmula crescer com a abertura de novos planos que contemplem o novo trabalhador.
Pensar no próprio futuro é um ingrediente importante nesse caso e envolve fazer com que as pessoas entendam que um plano de previdência complementar não é uma despesa, mas um exercício importante para o planejamento de vida. Bem como também é importante que as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs), representantes de classe e as empresas entendam as necessidades dos seus participantes e clientes e criem oportunidades de crescimento e educação previdenciária.
Todos sonhamos em encerrar a vida profissional na meia-idade (45-50 anos), após trilhar uma carreira extraordinária em uma boa empresa e se aposentar com um alto salário. Esse desejo fica cada vez mais distante à medida em que a desvinculação entre trabalho e emprego (“pejotização”) cresce no mercado de trabalho.
Esse cenário não deve ser visto como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade de se reinventar. Nesse sentido, a Abrapp defende a ideia do Plano Instituído Corporativo, que consiste na criação de planos de Contribuição Definida para adesões individuais. Nesse caso, a empresa não atuaria como patrocinadora, mas não ficaria impedida de realizar aportes esporádicos na conta do colaborador. Estamos nos adaptando a uma nova realidade e fazendo a diferença com ela. A abertura do sistema para os familiares dos participantes foi a idealização de uma visão de futuro que tivemos há poucos anos. Essa é a nova Previdência Privada, que nasce com o propósito de abraçar a todos: pessoa física, jurídica, jovens e familiares.
A realidade é que o sistema já evoluiu bastante e que essa transformação social nos convida a trabalhar para realizar um modelo de negócios uníssono na previdência complementar, acessível, equilibrado, integrado (incluindo associações de classes, seguradoras e outros), sinérgico e tecnológico, gerando valor e qualidade de vida para os clientes. E capaz ainda de trazer soluções personalizadas para diferentes núcleos da sociedade.
Obviamente, não há como falar de futuro sem falar de tecnologia. O mundo digital é o que move a geração atual e até a pessoas da meia-idade. Por isso, o sistema está deixando alguns padrões de lado e criando uma conexão com esse mundo. O novo consumidor da Previdência Privada demanda produtos mais simples, acessíveis e claros.
A Previdência Privada é profissional. O sistema já tem mais de 40 anos e nesse período não se abalou com as várias crises que teve de enfrentar. Apesar de todas as dificuldades, mostramos nossa solidez e competência, que ficaram mais uma vez evidentes depois da eclosão da pandemia da Covid-19. Ainda há muito a fazer, mas a experiência mostra que o futuro é promissor, desde que continuemos a trabalhar com o mesmo empenho e eficiência.
* Luis Ricardo Martins é Diretor-Presidente da Abrapp
Artigo publicado originalmente no portal Citywire Brasil