Abrapp lança Guia de Boas Práticas para Investimentos em FIP pelas EFPC

Abrapp lança Guia de Boas Práticas para Investimentos em FIP pelas EFPCs

A Abrapp lançou nesta quinta-feira (09) o Guia de Boas Práticas para Investimentos em FIP pelas EFPC, em webinar que ressaltou a importância da educação, da capacitação profissional e da governança de investimentos das entidades para a revitalização da classe. O Guia foi produzido por um grupo multidisciplinar de especialistas e dirigentes, com o acompanhamento da Previc, e é considerado um marco para a retomada da discussão sobre esse veículo dentre as alternativas de investimentos para as entidades.

¨Hoje é um dia marcante, um dia nobre. Sabemos tudo o que o sistema vivenciou quando falamos de FIP¨, destacou o Diretor-Presidente da Abrapp, em referência às divergências de entendimento sobre a estruturação e a demonização da classe, calcada em dois ou três casos excepcionais,  já investigados.

Ele destacou que esse episódio foi superado e o sistema mostra sua profissionalização, com mais de 18 mil alunos que passaram pela UniAbrapp, quase 9 mil profissionais certificados pelo ICSS, o lançamento dos Códigos de Autorregulação em Governança de Investimentos e em Governança Corporativa – e um novo Código em construção, sobre Qualificação e Certificação profissional -, a criação de comitês de auditoria, e outras estruturas que visam ampliar a blindagem da governança e o compliance.

Do lado da solução – Luís Ricardo ressaltou que casos pontuais não podem contaminar o trabalho de excelência que é feito pelas entidades. Ele reforçou que em um cenário econômico cada vez mais desafiador e volátil, as EFPCs precisam diversificar seus investimentos para atingir as metas atuariais e, por meio dessa atividade-meio, financiar projetos de infraestrutura e outras iniciativas que contribuem para solucionar os problemas do país.

Nesse sentido, o Guia traz o melhor encaminhamento para as dores em relação a esse tema, com uma abordagem voltada especificamente para as entidades. ¨Esta é mais uma iniciativa que a Abrapp oferece para fomentar, trazer mais segurança jurídica e esclarecimento sobre o veículo¨, acrescentou o Diretor-Presidente. ¨Os riscos existem, é da essência da atividade de investimentos, mas com profissionais capacitados, monitoramento e blindagem da governança, estamos prontos para incrementar e ampliar esses investimentos estruturados¨.

Com prudência e sem medo – O Diretor Executivo da Abrapp responsável pela pasta de Investimentos, Sérgio Wilson Ferraz Fontes, reforçou a mensagem que intitulou o webinar, sobre a necessidade de se ter prudência e não medo ao se avaliar a oportunidade do FIP. ¨É uma classe que deveria ser tratada como qualquer outra de risco semelhante na análise de portfólio das entidades. É preciso avaliar a relação risco/retorno, via ALM ou outro instrumento, vis a vis o passivo atuarial, a adequação ao seu perfil e nível de tolerância ao risco, com análises técnicas, o que é um padrão de competência da nossa indústria, em todas as classes de ativos. Com prudência, e sem medo¨, destacou o Diretor.

Sérgio Wilson lembrou que as EFPCs e a necessidade de investimento em private equity no Brasil constituem um casamento perfeito. De um lado, se tem ¨um país a construir¨ com alta demanda por investimentos em áreas como infraestrutura, logística, energia, saúde e tecnologia. De outro, os maiores investidores com visão de longo prazo do país, representando 14% do PIB, ávidos por oportunidades que ofereçam boa rentabilidade, com risco e retorno adequados, para baterem suas metas atuariais.

O Diretor lembrou ainda que o percentual médio de investimentos em private equity nos países desenvolvidos corresponde a 20 vezes mais que o aplicado no Brasil. ¨Ou seja, temos muito a falar sobre FIPs e venture capital no país, e os fundos de pensão, como investidores de longo prazo, não podem mais ficar alheios a essa discussão. E é isso o que estamos propondo nessa caminhada, iniciada no webinar realizado em maio sobre revitalização dos FIPs e que culmina com o lançamento desse importante Guia¨, completou Sérgio Wilson. Ele registrou o agradecimento a todos os integrantes do GT Ad-Hoc que produziu a obra, compartilhando seus conhecimentos e as experiências vividas, boas e não tão boas, o que possibilita o aprendizado também com os erros.

Avanço virá com educação e conhecimento – Responsável por apresentar o Guia, a Coordenadora do GT Ad-Hoc Boas Práticas para Investimentos em FIPs da Abrapp, Arlete Nese, ofereceu uma ampla contextualização sobre a importância dessa classe de investimentos, que apresentou a terceira maior taxa anual de crescimento composta no Brasil nos últimos 10 anos (11,22%), ficando atrás somente dos fundos imobiliários (26,67%) e dos ETF (14,84%). ¨Esse terceiro lugar confirma a robustez, a importância desse veículo e a credibilidade de suas regras de funcionamento¨, notou Arlete. ¨Não estamos falando de um veículo pouco testado, mas que os investidores têm observado e aportado recursos, e quando falamos em investidores, não podemos esquecer da relevância das EFPCs ¨.

Ainda há muitas oportunidades para avançar nesse sentido, pois os investimentos em private equity representavam, até dezembro de 2020, apenas 0,9% do patrimônio líquido investido pelas entidades, que ainda se mostra concentrado em renda fixa (acima de 70%). Arlete reforçou que, nessa busca por diversificação, é importante que as entidades identifiquem e selecionem os melhores gestores, que apresentam resultados persistentes. Dados de performance global e no país, referentes a essa classe, apontam que os melhores gestores (primeiro quartil) mantiveram bom desempenho mesmo durante a pandemia, com entrega de retornos (TIR) de 20% ao ano.

Contribuição para as entidades – Nesse sentido, e entendendo que o sistema já possui normas robustas e específicas sobre o tema, o objetivo do Guia de Boas Práticas para Investimentos em FIP pelas EFPC é oferecer recomendações para avaliação do ativo sob a ótica dos dirigentes das entidades, que conhecem as próprias dores, com colaboração da fiscalização (Previc) e de especialistas de investimentos e da área jurídica.  ¨Isso tudo é um presente para vocês para trazer mais segurança e melhores condições na busca pela rentabilidade necessária dos planos¨, destacou a Coordenadora do GT.

O Guia contribui em cinco aspectos principais: a manutenção da conformidade legal específica das EFPCs ao considerar o FIP antes e após tomar a decisão pelo ativo; a avaliação das razões para a diversificação de ativos nas carteiras dos planos por meio do ativo FIP; a compreensão da forma de acesso adequada ao veículo em função da estrutura da EFPC; o desenvolvimento de processos robustos antes (seleção) e após o investimento (monitoramento e controle); e desmistificar o ativo para a melhor tomada de decisão ao considerá-lo em seu processo de investimento ou desinvestimento.

A obra inova ainda ao incluir o processo de análise detalhada para a saída do FIP no mercado secundário, ou seja, antes do desinvestimento pela gestora do fundo, como as motivações da EFPC, a busca por compradores e a avaliação da cota.

Questionada no debate sobre como levar o tema de investimentos em FIPs para os Conselhos das entidades, Arlete ressaltou a importância da educação para desmistificar esse veículo de investimentos. ¨O avanço virá através do processo de conhecimento e de educação do nosso público. Temos um esforço grande da UniAbrapp contribuindo para isso, o próprio Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos, a certificação profissional pelo ICSS… São iniciativas que contribuem para a a maior capacitação dos nossos dirigentes e conselheiros no entendimento sobre essa classe de ativos, e o nosso Guia vem para colaborar com esse processo¨, ressaltou Arlete.

Clique aqui para baixar o  Guia de Boas Práticas para Investimentos em FIP pelas EFPC.

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