A instabilidade do mercado, incluindo oscilações na Bolsa e aumento da inflação, prejudicou o desempenho das entidades fechadas de previdência complementar em 2021, aponta matéria publicada na edição desta quinta-feira (13), do jornal Valor Econômico.
O conteúdo cita as informações de um estudo da consultoria Aditus, com a previsão de que a maioria das entidades não deve cumprir suas metas atuariais no período. Da base de clientes da empresa, que reúne fundações com R$ 300 bilhões em ativos, até novembro apenas 6% atingiram os objetivos.
A matéria traz também as visões da Previ e da Petros sobre o tema e suas estratégias frente a esse cenário na gestão dos investimentos.
São citados dados da Abrapp que mostram que, entre as fundações que tiveram déficit, o resultado negativo acumulado é de mais de R$ 50 bilhões. Já entre os fundos de pensão com superávit, o saldo soma R$ 21 bilhões, conforme os dados acumulados.
Fatores conjunturais – Entrevistado para a reportagem, o Diretor-Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, observa que a conjuntura econômica, incertezas políticas e avanço da cepa ômicron devem manter o cenário complicado pelo menos no primeiro semestre de 2022. “É um momento de forte oscilação, que é impulsionado por fatores conjunturais”.
É destacado que a Abrapp apresentou propostas para a Previc e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) para buscar um congelamento dos eventuais déficits apurados em 2022 e passar a apurá-los somente no próximo ano. “Considerando que é algo muito pontual, conjuntural, e as oscilações têm sido muito agressivas. As gestões profissionais vão buscar medidas de recuperação”, afirma Luís Ricardo.
O jornal lembra que uma medida parecida chegou a ser cogitada em 2020, no auge da crise dos mercados por causa do coronavírus. Com a rápida recuperação, ela não se mostrou necessária.