O potencial dos investimentos privados em infraestrutura foi abordado em palestra técnica promovida pela Itajubá Investimentos na quinta-feira (20), no 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada. Os palestrantes foram Carlos Garcia Lorenzo Filho, sócio-fundador da Itajubá Investimentos, e Miguel Gomes Ferreira, CEO e Sócio-fundador da Bocaina Capital.
Carlos Garcia observou que o Brasil, apesar de todas as suas potencialidades econômicas, investe apenas 2% do PIB ao ano em infraestrutura, estando entre as últimas posições no ranking global nessa área. Seriam necessários 4% ao ano apenas para manter os ativos existentes de infraestrutura. ¨Ou seja, então temos um déficit de 2% ao ano de investimento em infraestrutura¨, observou Miguel.
Uma boa notícia é que o apetite dos fundos de pensão globais está cada vez maior para esses ativos, e estes planejam aumentar ainda mais sua exposição. Segundo o CEO da Bocaina, isso se explica porque os ativos de infraestrutura permitem carrego interessante de investimentos, têm proteção contra a inflação e casam muito bem com os passivos dessas entidades.
Associação a experts locais – Há um movimento desses fundos de pensão se associarem a players no Brasil com expertise em infraestrutura para fazer esses investimentos. É o caso do CDPQ – Caisse de dépôt et placement du Québec, que se associou à Engie para a compra de gasodutos na região Nordeste, e do CBPPIB – Canada Pension Plan Investment Board que se associou à Votorantim para formar um conglomerado de energia no Brasil.
Miguel observou que as entidades fechadas de previdência complementar locais já investem há décadas em ativos de infraestrutura, mas foram expostas a ativos com maior volatilidade. ¨Vejo o momento das entidades fechadas locais reavaliarem como entrar nesse mercado, talvez com volumes maiores para casar essas alocações com seus passivos¨.
Há ainda a possibilidade de que as EFPCs locais se aliem aos fundos de pensão globais para fazer esses investimentos, aventou Garcia. ¨Fica a provocação para que as entidades locais, a exemplo do que fizeram os fundos internacionais, se associem a grupos ou gestores especialistas em ativos de infraestrutura¨, acrescentou Miguel.
Classe de ativos em infraestrutura – O CEO da Bocaina notou que infraestrutura já é considerada uma classe de ativos por si, e que há diversas opções de investimentos para que as EFPCs possam obter retornos mais elevados que uma NTN-B com grau de risco e retorno adequado ao apetite das fundações.
Miguel citou como exemplo os investimentos em infraestrutura por meio de equity (FIPs), que podem entregar retornos reais acima de 15% e até 20% após sua maturidade. Outra opção são as dívidas estruturadas que podem atingir patamares travados de retorno de CDI + 5% ou 8% e IPCA + 10%. Há ainda a alternativa de dívida sênior de projetos de infraestrutura, que podem entregar retornos acima de 2% em relação às NTN-Bs longas.
O CEO recomendou que as EFPCs prestem atenção a projetos menores na área, como recapeamento de estradas, novos pedágios e rodovias menores, que geralmente oferecem menor grau de risco. ¨A visão de futuro é muito positiva: temos um arcabouço regulatório arrumado e os leilões e PPPs continuam. Infraestrutura é uma classe de ativos muito interessante para os fundos de pensão¨.
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O 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada é uma realização da Abrapp, com apoio de ICSS, Sindapp, UniAbrapp e Conecta. Patrocínio diamante: BB Asset Management, BTG Pactual, Credit Suisse e Sinqia. Patrocínio ouro: Aditus, BNP Paribas Asset Management, Bradesco, BV Asset, Galapagos Capital, Gama Investimentos, Giant Steps Capital, Itajubá, Itaú, MAG, Mercer, Safra, Santander Asset Management, Spectra Investiments, Sul América Investimentos e XP. Patrocínio prata: AZ Quest, Bahia Asset Management, Banco Pan, BlackRock, Brasil Capital, FuturoTech, Global X, GTIS Partners, JGP, J.P. Morgan Asset Management, Maps + Data A, Market Axess, M Square, Patria, Plural Gestão, Schroders, Trígono Capital, uFund e Vinci Partners. Patrocínio bronze: Anbima, Apoena, Carbyne Investimentos, Claritas, Constância Investimentos, Daycoval, Fator, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Método Investimentos, PRP, Quantum, RJI Investimentos, Venko Investimentos e Trust Solutions.