PrevInfra aproxima EFPCs das demandas da infraestrutura brasileira

Evento organizado com o propósito de aproximar investidores potenciais das demandas urgentes da infraestrutura brasileira, o PrevInfra – Encontro Abrapp Abipem alcançou claramente o objetivo. Já na abertura dos trabalhos, na manhã desta sexta-feira, 3 de maio, no auditório da Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, foram várias as declarações nessa direção. 

O Presidente da Abrapp, Jarbas de Biagi, por exemplo, foi direto ao ponto ao afirmar que “discutir o assunto nos interessa muito, considerando que o nosso negócio é investir na economia real”. Ao seu lado, o Diretor-Superintendente da Previc, Ricardo Pena, reforçou afirmando ser propósito aprimorar as regras que regem os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) e explorar ao máximo as possibilidades abertas pelas novas debêntures de infraestrutura.

Voltado para uma melhor compreensão dos desafios e oportunidades que se abrem para os investimentos, em uma infraestrutura obrigada a se renovar, a sessão de instalação do evento continuou mostrando que a poupança previdenciária não deixará a oportunidade passar. 

Paulo Roberto dos Santos Pinto, Secretário do Regime Próprio e Complementar do Ministério da Previdência Social, sublinhou não ser possível esperar que as entidades fechadas optem de um momento para outro investir em infraestrutura, especialmente considerando os bons rendimentos oferecidos atualmente pelos títulos públicos, com segurança, mas apesar disso é importante preparar o caminho nessa direção e nesse sentido evento como o que se estava iniciando pode dar uma importante contribuição. 

Já João Carlos Figueiredo, Presidente da Abipem, lembrou que “entre 30% e 40% dos recursos dos regimes previdenciários no Mundo estão atualmente alocados em investimentos estruturados”. Ainda na sessão de abertura dos trabalhos, Alexandra Granato, Diretora da Abrapp, notou que a troca de ideias propiciada pelo PrevInfra é algo fundamental exatamente por ajudar a busca de alternativas aos títulos públicos.

Primeiro a falar na abertura dos trabalhos, Jarbas de Biagi disse acreditar que sendo esse o primeiro evento promovido pela Abrapp em parceria com a Abipem, outros mais acontecerão, uma vez que “os objetivos são comuns”. Sublinhou o papel social da Previdência Complementar Fechada, o pagamento de perto de R$ 100 bilhões em benefícios no ano passado e nesse momento o acompanhamento de muito perto que a Abrapp vem fazendo das negociações em torno da atual fase da reforma tributária. Nesse sentido, adiantou que irá buscar o Governo e o Legislativo caso sinta qualquer ameaça. 

Para Jarbas de Biagi, não há dúvida de que o investimento em infraestrutura é muito bem-vindo, desde que acompanhado de retorno adequado, um grau de solvência que o torne possível e segurança.

A propósito da busca que se faz de alternativas que atendam tais cuidados, João Figueiredo adiantou que Abipem e Abrapp já trabalham no sentido de se vir a dispor de um ativo desse tipo. Nesse ponto, reconheceu que os retornos oferecidos pelos títulos públicos, somados à segurança que oferecem, em nada ajudam a fazer com que o gestor opte pela infraestrutura.

Mas notou que a situação muda caso se alie a vocação do longo prazo ao fato de que, conforme mostra a experiência acumulada, investimentos feitos em horizontes de tempo mais distante podem sim bater o retorno oferecido pelos títulos públicos na média. E investimentos em infraestrutura têm claramente essa natureza de longo prazo, observou.

Ricardo Pena, por sua vez, notou que à luz disso tudo “não se pode imaginar que os investimentos em infraestrutura virão logo”. E não só, segundo ele, porque os títulos públicos pagam bem, mas também por problemas ocorridos no passado, ligados à supervisão e ao regime sancionador. Sublinhou a necessidade de se evitar a criminalização em decorrência dessas experiências passadas.

Para ele, o momento agora é outro. As regras que regem os FIPs evoluem e novos papéis, como as debêntures de infraestrutura, tendem a oferecer melhores retornos, uma vez que beneficiados pelo incentivo fiscal os emissores irão muito provavelmente elevar os rendimentos. E sem esquecer que já foram listados os setores que poderão vir a receber os investimentos.

No entendimento de Paulo Roberto, o interesse dos gestores de investimentos pela alocação em infraestrutura ainda vai depender de uma redução na atratividade dos títulos públicos, que hoje é muito alta, quase imbatível. Mas, a seu ver, é essencial que se prepare o terreno para quando esse cenário mudar, daí a importância de eventos como o de hoje.

Esse debate, inclusive, torna-se ainda mais importante num momento em que o cenário se mostra crescentemente marcado por incertezas, fruto da instabilidade em diferentes mercados.

O PrevInfra conta com patrocínio ouro da Bocaina Capital; Pátria Investimentos; Perfin Infra; Vinci Partners; e XP Investimentos. Apoio: Fator e RJI Investimentos. O evento é organizado e realizado pela Abrapp e Abipem com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta.

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