Artigo – Asset Allocation: a busca por maximizar a relação entre risco e retorno – *Por Marcelo Mello 

O Asset Allocation tem sido uma ferramenta cada vez mais utilizada pelos gestores de recursos com o objetivo de equilibrar portfólios no médio e longo prazo, ajustando as necessidades dos clientes sob a ótica de risco e retorno dos ativos. Essa é uma estratégia que consiste em definir em quais classes, ativos, títulos e veículos financeiros os recursos disponíveis do investidor serão investidos, de maneira mais estratégica e personalizada. Ou seja, direcionando o capital para as diferentes alternativas disponíveis no mercado, alinhadas com o planejamento do cliente institucional.

Cada vez mais os investidores vêm entendendo que a maior parte dos resultados de um portfólio é explicada pelo Asset Allocation e apenas uma pequena parcela pela seleção dos ativos. Com isso, mesmo em um mercado como o local, ainda tão concentrado em Renda Fixa, a premissa da diversificação da carteira em diferentes classes de ativos de baixa correlação entre si, se apresenta como a melhor forma de entregar resultados consistentes no longo prazo, com revisões baseadas em movimentos estruturais.    

Na prática, ela consiste em uma estratégia de investimento para definir a composição de um portfólio, selecionando os tipos de investimentos conforme os interesses e as necessidades do investidor, segundo suas características.

Pelo fato de a SulAmérica Investimentos possuir diversos mandatos de clientes institucionais com esse perfil de Asset Allocation, essa prática já é utilizada nesses portfólios há bastante tempo, especialmente dentro da área de Investment Solutions.  Em geral, essa estratégia se dá através de veículos exclusivos, nos quais a fundação determina qual é o objetivo de retorno a ser perseguido e o orçamento de risco da carteira, assim como eventuais restrições de caráter específico, como a concentração, liquidez ou restrição a algum ativo ou classe específica.  

A busca por maximizar a relação entre risco e retorno é um dos principais benefícios do Asset Allocation. Através da diversificação e da estratégia adequada de alocação, os gestores podem otimizar o desempenho do portfólio, ajustando a composição dos ativos para equilibrar as expectativas de retorno com os níveis de risco aceitáveis pelo investidor. Isso permite uma gestão mais eficiente e eficaz dos recursos, proporcionando melhores resultados no longo prazo. 

Os portfólios que se baseiam nos conceitos de Asset Allocation se utilizam de uma alocação estratégica com um viés de mais longo prazo, mas também por meio de uma alocação tática mais de curto prazo, tentando usufruir de oportunidades de mercado. Através da mescla na utilização de instrumentos de gestão passiva e ativa, o gestor flutua entre as mais diversas classes e subclasses de ativos, com o objetivo de melhor gerenciar o risco e o retorno da carteira. O entendimento da natureza do passivo do cliente também é fundamental para a gestão desses mandatos, pois através deste são considerados fatores como liquidez, volatilidade, fluxo de caixa, dentre outras necessidades, para melhor formatação do ativo.

Portanto, compreender o Asset Allocation é importante para se ter uma ferramenta que direcione a escolha de investimentos, apoiando na proporção adequada a cada investidor, características de investimentos e níveis de risco.

Elementos trazidos pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial tendem a aprimorar ainda mais as ferramentas de Asset Allocation nas carteiras dos alocadores, em especial aqueles que oferecem soluções mais padronizadas para os clientes. No entanto, dado a natureza mais específica de clientes institucionais e suas especificidades, acreditamos que um gestor especializado com o entendimento dos riscos inerentes ao segmento, ainda possuirá um papel fundamental na gestão desses portfólios.

Acreditamos que cada vez mais esses mandatos com perfil de Asset Allocation vão ser demandados pelos clientes, já que a necessidade de se possuir um portfólio equilibrado buscando apresentar a melhor relação de risco e retorno para carteira, tem sido cada vez mais disseminada nos investidores. Ainda mais em um mercado como o Brasil, que possui um nível de volatilidade alto quando comparado a mercados mais maduros, como nos países desenvolvidos, o mais importante é não tentar prever qual será o comportamento da taxa de juros ou da bolsa, e sim montar um portfólio customizado para as necessidades de cada cliente, diversificado e com objetivos de médio e longo prazo. Esse melhor gerenciamento de risco tende a fazer com que resultados consistentes sejam observados no médio prazo, mesmo em momentos de maior turbulência. 

*Marcelo Mello é CEO da SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos

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