Artigo – Longevidade: uma realidade refletida no esporte – por Elisabete Teixeira*

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo na expectativa de vida de sua população. Este fenômeno de longevidade não apenas altera a dinâmica demográfica do país, mas também traz impactos profundos nas esferas socioeconômicas, como no sistema de previdência social. Um reflexo palpável dessa nova realidade pode ser observado no mundo do esporte, como podemos acompanhar nas Olimpíadas de Paris, onde atletas veteranos continuam a brilhar e a conquistar feitos extraordinários.

Um exemplo notável é o judoca brasileiro Rafael Silva, conhecido como Baby, que se tornou o medalhista olímpico mais velho – entre todos os países – na modalidade de judô, conquistando o bronze no torneio por equipes. Em 2024, o atleta mais velho tem 65 anos é o espanhol Juan Antonio Cobo, do hipismo. Paris também conta com outros competidores que passaram dos 60 anos: a canadense Jill Irving (também do hipismo) e a chinesa Ni Xialian (tênis de mesa). O prolongamento da carreira esportiva de atletas de alto rendimento – como os olímpicos – reforçam e dão ainda mais luz ao fenômeno da longevidade.

E isso vai além das arenas esportivas. Com o aumento da expectativa de vida, os brasileiros estão vivendo mais e, em muitos casos, buscando manter-se ativos e produtivos por mais tempo. Este cenário impõe novos desafios e oportunidades, especialmente no que diz respeito à previdência.

O envelhecimento da população exigirá cada vez mais adaptações do sistema de seguridade social para garantir que os benefícios sejam sustentáveis e suficientes para atender as necessidades de uma população que vive mais.

Vale destacar que um estudo realizado pelo Banco Mundial, apontou que o Brasil deveria adotar uma idade mínima de 72 anos para aposentadoria em 2040 e de 78 anos em 2060 com foco em manter a razão de dependência dos idosos no mesmo nível dos existentes em 2020. Isso exigirá, ainda, um maior cuidado com a saúde para que estar ativo profissionalmente por mais tempo, evitando a total dependência do INSS.

Ao mesmo tempo, este fenômeno traz muitas oportunidades para o setor de previdência complementar, que se torna ainda mais necessário para aquelas pessoas que desejam contar com um planejamento financeiro mais assertivo e seguro para o seu futuro, principalmente quando consideramos que esta é a fase que apresenta o custo de vida mais elevado.

Embora o futuro seja culturalmente visto como algo distante e inalcançável, é imperativo que as pessoas passem a cuidar deste ponto de chegada no presente. Afinal, o quanto antes começamos a poupar e formar uma reserva, mais nos beneficiamos do efeito positivo dos juros compostos e mais diluído passa a ser o esforço financeiro.

A longevidade é uma realidade inegável e crescente no Brasil. Encará-la, hoje, com seriedade e inteligência é a chave para construir um futuro mais equilibrado, tranquilo e próximo do que é desejado.

*Elisabete Teixeira é Diretora de Seguridade da Valia

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