11º Seminário de Investimentos destaca as várias oportunidades para as EFPC em renda fixa e renda variável

As oportunidades e desafios nas classes de investimento de renda fixa e renda variável foram tema do quarto painel do 11º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC. Com mais de 500 participantes, o evento foi iniciado na quarta-feira (08) e segue nesta quinta-feira (09), em São Paulo, marcando a retomada dos eventos presenciais da Abrapp.

¨Este é o evento de investimentos mais importante para o setor de fundos de pensão no Brasil¨, enfatizou o Diretor Executivo da Abrapp e Presidente da Fundação Real Grandeza, Sérgio Wilson Ferraz.

Responsável por moderar o painel, Sérgio notou que o cenário traz muitos desafios, mas também muitas oportunidades para as entidades: na renda fixa, há taxas atrativas nas NTN-Bs longas; na renda varíavel, a Bolsa local descontada e diversificação no exterior através de ETF de BDRs (Brazilian Depositary Receipts).

Renda fixa – Patrícia da Silva Pereira Braga, Estrategista Chefe da MAG, contextualizou que no mundo a inflação está acelerada nos últimos 12 meses. Esse cenário se explica por uma forte demanda por consumo no pós-pandemia e dois choques de ofertas causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia e a política de covid zero na China, agravada em maio com diversos lockdowns.

Ao apresentar o comportamento recente dos índices IMA-B de longo e curto prazo, Patrícia observou que as sucessivas surpresas inflacionárias, ou seja, inflação acima da previsão do mercado, levaram as NTN-B mais curtas a terem performance superior às longas. Contudo, trazendo a visão de longo prazo, uma análise histórica dos ciclos econômicos de estabilidade e queda revela que o retorno acumulado das NTN-Bs longas é muito mais elevado.

A perspectiva é que o Brasil esteja próximo de um ciclo de estabilidade ou queda na taxa básica de juros, o que já foi sinalizado pelo próprio Banco Central, após sucessivas elevações da Selic desde março de 2021. Como o aperto monetário costuma ter o prazo de 6 a 8 meses para os efeitos surgirem, a projeção do mercado é que a Selic encerre o ano no patamar de 13,25% e o IPCA em 8,90% e, para 2023, a Selic caia para 9,75% e o IPCA fique em 4,40%.

¨Se há algo que aprendemos nos ciclos passados é que ciclos de estabilidade e queda de juros costumam ser bons para a posição em papéis indexados à inflação de mais longo prazo¨, reforçou Patrícia. ¨Então, fica a recomendação, dado que estamos num ciclo certamente final de subida de juros¨, acrescentou a estrategista chefe da MAG, reforçando que mesmo com os sinais dados em sua comunicação, o BC deve manter uma postura vigilante em relação à inflação.

Renda variável local – Philipe Biolchini, CIO da Bradesco Asset Management, lembrou que momentos e alto risco trazem oportunidades, e o mercado passa agora por um ambiente muito hostil. Ele elencou os cinco principais fatores de riscos considerados pelo mercado: risco de recessão nos Estados Unidos; guerra entre Rússia e Ucrânia; inflação alta e persistente no Brasil; e a política fiscal adotada no cenário pós-eleições presidenciais.

Em um cenário em que o Brasil perdeu atratividade para os investidores estrangeiros  e apresenta um valuation descontado em torno de -40,8% comparado à média dos países emergentes. Biolchini notou que há empresas com preços descontados na Bolsa em todos os setores, enquanto os fundamentos mostram-se positivos com companhias apresentado baixo nível de endividamento e gerando lucros com qualidade.

O CIO da Bradesco Asset Management observou que diversos dos riscos elencados deverão ter uma definição de cenário nos próximos 3 a 4 meses, seja com as sinalizações dadas pelo Federal Reserve nos Estados Unidos, a flexibilização dos lockdowns na China, ou se a a guerra entre Rússia Ucrânia se manterá local ou irá escalar para mais países da Europa. Com relação aos riscos no cenário doméstico, a perspectiva é que a inflação será dirimida e o país tem feito a lição de casa no campo fiscal.

Segundo Biolchini, a recomendação para as entidades é manterem suas carteiras diversificadas, apostando em empresas resilientes. ¨Há muita notícia ruim afetando a precificação, e quando o cenário se reverter a recuperação poderá acontecer de forma muito rápida na renda variável¨.

Renda variável no exterior – Cindy Shimoide Caplivski, Head of Portfolio Consulting for Latin America da BlackRock, demonstrou por meio da simulação de diversos cenários que incluir diversificação internacional na carteira, seja por meio de instrumentos como BDRs de ETFs de ações e BDRs de ETFs de Renda Fixa internacional, contribui significativamente para reduzir o risco total da carteira, com ou sem hedge.

Mesmo em cenários de stress, a carteira tem uma queda de rentabilidade menor em comparação àquelas compostas apenas por renda fixa e renda variável local. No caso dos BDRs de ETFs, 97% dos índices possuem correlação menor que 0,5% com ativos locais e 91% apresentam risco menor que o Ibovespa. ¨Os cenários apresentados mostram que a posição em renda variável internacional ajuda a reduzir o risco total da carteira e aumentar o índice de sharpe no longo prazo, que é o foco dos fundos de pensão¨, ressaltou Cindy.

Na ponta das oportunidades, a executiva da BlackRock acrescentou ainda a possibilidade de diversificação internacional por meio de índices de fundos temáticos voltados às megatendências, como inovações tecnológicas e mudanças climáticas. Cindy lembrou que em cenários de incerteza, as pessoas costumam ter o viés comportamental do curto prazo, enquanto as EFPCs trabalham num horizonte mais amplo, onde se colhe maiores recompensas. ¨É preciso ter visão estratégica de longo prazo, com atenção às megatendências e investimentos no exterior¨, sublinhou.

Patrocínio – 11º Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC continua nesta quinta-feira, 9 de junho – confira a programação completa. Essa iniciativa conta com o apoio de grandes parceiros, cujas soluções e principais canais de contato podem ser conferidos nesta página especial. O evento tem o Patrocínio Black da XP Investimentos. Patrocínio Ouro: Aditus, AZ Quest, BBDTVM, Black Rock, BNP Paribas, Bradesco Asset Management, BTG Asset, BTG Pactual, Captalys, Claritas, DWS, Itajubá, JP Morgan, Kadima, MAG, Perfin, S&P Dow Jones, Schroders, Sparta, Spectra, Tag Investimentos e Vinci Partners. Patrocínio Prata: Aviva Investors e Trígono Capital. Patrocínio Bronze: ARX Investimentos, Carbyne Investimentos, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Stepstone e Sul América Investimentos. Apoio: Fram Capital, Lis Capital, Pátria, RBR, SPX Capital e Trigger.

O evento teve ainda, na parte da tarde, a inovação da primeira Rodada de Negócios. Foram 29 pitches de oportunidades para as EFPCs com especialistas que trarão insights sobre as oportunidades em cada classe, para seleção dos participantes do evento.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp, com o apoio institucional de UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta.

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