3º Encontro Inovação e Criação de Valor: Transformação digital é processo inevitável

Transformar digitalmente as EFPC passará pelo desenvolvimento do intraempreendedorismo e da inovação. A conexão entre essas práticas foi abordada na palestra “Transformação Digital de Negócios”, que encerrou o último dia do 3º Encontro Nacional de Inovação & Criação de Valor, evento realizado pela Abrapp, nos dias 30 e 31 de agosto, e 1º de setembro.

Com moderação de Alex Gomes Galho, CIO da Vivest, o painel teve como palestrante André Spínola, Gerente Nacional de Gestão Estratégica e Inteligência no SEBRAE. Ele abordou o papel fundamental do empreendedorismo e da inovação na transformação digital. Ao definir o que é ser empreendedor, disse que é muito mais do ter uma empresa aberta, é ter atitude. “Envolve sonhar, realizar e agir.”

Um exemplo, segundo Spínola, é de Ray Kroc, o visionário por trás do McDonald’s, que revolucionou a forma como consumimos hambúrgueres ao criar o conceito de fast-food. Kroc simboliza alguém que saiu do mundo dos sonhos e partiu para a ação, uma característica essencial para um empreendedor de sucesso.

O palestrante também ressaltou que a inovação geralmente resulta da combinação criativa de elementos existentes, e tem como resultado a reformulação de mercados e a busca de novas abordagens e perspectivas. Ele destacou que é especialmente importante a reflexão desse tema pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs), diante das características particulares de mercado e regulamentações existentes.

Spínola lembrou da importância de processos de inovação de sustentação e de eficiência para as EFPC, que são resultados de modificações baseadas em pesquisas e aperfeiçoamentos para otimizar e alavancar a competitividade. Ele explicou que a inovação de sustentação deve ocorrer diariamente e se assemelha a fortalecer o corpo de uma pessoa. Já a inovação de eficiência seria o equivalente a transformar esse corpo ao de um “fisiculturista”.

“Esses processos devem ocorrer em todos os níveis da organização, desde a diretoria, board, corpo gerencial, lideranças e colaboradores, para que sejam intraempreendedores. Não tem como uma organização se alavancar sustentavelmente se não tiver pessoas inovadoras”, afirmou.

 

Transformação Digital

O palestrante abordou a transformação digital como o estado da arte de todas as coisas, uma jornada que todas as organizações devem iniciar. Ele comparou essa jornada a subir em uma esteira em movimento, com velocidade cada vez maior, e na qual é preciso um posicionamento mínimo para subir. “Isso envolve melhorar o estágio mínimo de indicadores com busca de resultados, mudar comportamentos organizacionais e usar estrategicamente a tecnologia aplicada. As decisões devem ser direcionadas por dados, construção de experiências e geração de valor para os clientes”, destacou.

André destacou que a transformação digital é uma jornada contínua e inevitável. Ele alertou para o perigo de cair na armadilha de acreditar que apenas a aquisição de tecnologia, como ERP, software ou certificações, sejam suficientes. A verdadeira transformação ocorre quando as pessoas mudam suas mentalidades e comportamentos.

O palestrante também propôs quatro reflexões importantes. A primeira delas é se as entidades estão preparadas para lidar com o futuro, já que a transformação digital fornece ferramentas capazes de minimizar o cenário de incertezas no curto e no longo prazos. A segunda é pensar no que cada um quer ser, ou seja, se a motivação em ser o melhor está centrada no sucesso de cada indivíduo ou se há um propósito, uma missão superior, como “fazer o melhor para o mundo”.

A terceira reflexão proposta é sobre se as estratégias da organização são previsíveis – moduladas em uma frequência baixa e controlada -, ou se são surpreendentes, com componentes de disrupção e pensamento exponencial para alcançar um resultado grandioso.

A última questão importante é sobre como as transformações estão moldando o mercado de previdência e o que deve ser feito para se adaptar a elas. “Existe uma mudança na forma como as pessoas lidam com o dinheiro para satisfazer ideias. É importante pensar nos perfis de público e sobre como a tecnologia está mudando a forma de contratar previdência complementar, indo além e observando o impacto disso daqui a dez anos. O maior erro é pensar que o mercado de previdência concorre com ele próprio. É preciso observar como o brasileiro investe o dinheiro para essa finalidade fora da previdência”, reforçou.

Para os profissionais buscarem a inovação, o palestrante destacou a importância de reconhecer que nunca paramos de aprender e que desaprender também é essencial. “Isso já é evidente no setor bancário e de crédito, no qual os profissionais precisam se adaptar constantemente. E vai chegar ao mercado de Previdência”.

Para finalizar, Spínola trouxe dois lemas cruciais para as organizações que desejam passar pela transformação digital: a paixão pelo problema e não pela solução, e a necessidade de compreender os problemas dos clientes através de interações reais, não apenas dentro do escritório. “Isso envolve focar no cliente e entender seu comportamento, muitas vezes expresso por ações e não por palavras. A transformação digital pode gerar desconforto, mas é importante superar esses desafios para alcançar o sucesso nesse processo”, concluiu.

O 3º Encontro Nacional de Inovação e Criação de Valor é uma realização da Abrapp com apoio da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Ouro: Sinqia.

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