43º CBPP: Futuros possíveis em cenário de transformações aceleradas

As transformações impulsionadas pelas novas tecnologias na economia podem ser maiores e chegar com força mais rápido do que muitos pensam. Essa foi uma das conclusões mostradas na Plenária 1 do 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), que buscou desenhar “O Futuro Possível” a partir do que disseram três expositores, Eduardo Ibrahim, Expert global em Tecnologia e Finanças da Singularity University e autor do livro “Economia Exponencial”;  Ricardo Basaglia,  CEO da PageGroup; e Roberto Luis Troster, Economista, Consultor e Professor Titular do CEDES. A atividade contou com mediação da jornalista Denise Campos de Toledo.

A rapidez e profundidade dessas transformações são a conclusão a tirar dos cenários descritos especialmente pelos dois primeiros expositores, Ibrahim e Basaglia. O primeiro acenou com a queda nos custos originada com a aplicação das novas tecnologias, quando empregadas em todas as etapas dos negócios O segundo mostrou a força das mudanças como efeito da pressão sobre os líderes das organizações por resultados.

Segundo Ibrahim, os processos de transformação digital precisam ser entendidos de uma forma ampla, para assim produzir os efeitos com todos os seus impactos. Enfim, ganha o jogo quem automatizar o mais possível e usar o máximo de inteligência artificial. 

Mas nesse ponto, Ibrahim lembrou que o desafio para as organizações passa a ser o gerenciamento dessa tecnologia usada mais amplamente. Algo pelo que os gestores precisam passar para vencer. Mas esse é o preço a pagar e, não havendo na prática alternativa, convém avançar.

O prêmio para quem avança é se encontrar no topo da economia que está por vir.  Em resumo, garantir um bom lugar para a sua organização em um mundo drasticamente novo, a julgar por previsões radicais. O próprio Ibrahim trouxe uma previsão e tanto: em no máximo 1 década à frente as máquinas já estarão pode-se dizer no comando, tomando um número maior de decisões do que os humanos.

E o metaverso, continuou ele, deverá ajudar muito nessa transição, ao fornecer o ambiente dentro do qual os líderes terão condições de simular melhor os efeitos do que estão pensando e propondo, desse modo encurtando o caminho entre a fase do “laboratório” e a etapa de concretização. Uma ajuda e tanto num momento que Ibrahim definiu como “a maior transformação financeira e econômica da história”. Algo marcado pela desmonetização e por uma nova realidade fundada nas criptomoedas e tokenização. 

O lado emocional das lideranças – Por sua vez, Basaglia focou nas lideranças e como são afetadas pelas pressões que recebem por conta das transformações. A partir de sua experiência como principal cabeça de sua empresa, head de seleção e contratação de líderes, disse que o maior desafio é encontrar quem não seja demitido depois por falta de atitude ou de interação com a equipe.

Afinal, líder é aquele que é capaz de alcançar os melhores resultados junto com a sua equipe, cuidando do presente sem deixar de estar voltado para o futuro, explicou, acrescentando: “para chegar a isso é preciso também saber a diferença entre flexibilidade e adaptabilidade, entendendo que o flexível pode recair em seguida na rigidez, enquanto o adaptável busca a melhor resposta e não mais se afasta dela.

Basaglia enumerou em seguida cuidados que o líder deve tomar, especialmente nesse momento de tantas transformações. O primeiro deles é que o conhecimento em si mesmo não resolve, pois pede outras qualidades na sequência. É preciso cautela também em não gastar muito tempo tentando se aproximar de pessoas com grande capacidade de influenciar outras, ou se defendendo.

Outro perigo é o líder tentar evitar competição, cercando-se de pessoas medianas e, por isso mesmo, talvez inofensivas. O risco de uma atitude dessas é perder a contribuição dos verdadeiros talentos que, desiludidos com a falta de espaço, optam por se afastar da organização. Cabe também ao líder, observou Basaglia, ficar atento ao conceito do “resultado líquido”. Ou seja,  não olhar apenas a performance, mas aprender igualmente a ver o estrago que foi feito para alcançá-la.

Outro expositor nesse painel focado no futuro possível, o economista Roberto Troster se mostrou bastante confiante, observando que, não importa a dimensão da crise, o Brasil já mostrou que quase sempre consegue encontrar respostas que lhe permitem avançar. 

Após a crise global de 1929, o Brasil conseguiu nos anos 30 responder a contento com a dupla Vargas e Oswaldo Aranha. Na década de 50, Juscelino Kubitschek abriu caminho para a industrialização do país. Na sequência, Delfim Neto trouxe reformas modernizantes. Fernando Henrique Cardoso venceu a inflação e estabilizou a economia. Depois disso, outros presidentes trouxeram igualmente suas contribuições.

Hoje, especialmente o  agronegócio projeta o Brasil no mundo e, mesmo com um certo declínio do crescimento chinês, os preços das commodities das quais os brasileiros são produtores trazem conforto.

Para Troster, algumas dificuldades trazem maior preocupação, como a difícil posição brasileira no ranking da competitividade, o mercado de câmbio instável e a despesa financeira com a dívida pública, mas mesmo esses desafios são a seu ver superáveis. Com isso resta provável  um futuro que no seu entendimento não inspira maiores preocupações.

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O 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada é uma realização da Abrapp, com apoio de ICSS, Sindapp, UniAbrapp e Conecta. Patrocínio diamante: BB Asset Management, BTG Pactual, Credit Suisse e Sinqia. Patrocínio ouro: Aditus, BNP Paribas Asset Management, Bradesco, BV Asset, Galapagos Capital, Gama Investimentos, Giant Steps Capital, Itajubá, Itaú, MAG, Mercer, Safra, Santander Asset Management, Spectra Investiments, Sul América Investimentos e XP. Patrocínio prata: AZ Quest, Bahia Asset Management, Banco Pan, BlackRock, Brasil Capital, FuturoTech, Global X, GTIS Partners, JGP, J.P. Morgan Asset Management, Maps + Data A, Market Axess, M Square, Patria, Plural Gestão, Schroders, Trígono Capital, uFund e Vinci Partners. Patrocínio bronze: Anbima, Apoena, Carbyne Investimentos, Claritas, Constância Investimentos, Daycoval, Fator, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Método Investimentos, PRP, Quantum, RJI Investimentos, Venko Investimentos e Trust Solutions.

(Por Jorge Wahl)

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