43º CBPP: Investidores estrangeiros querem aumentar exposição ao Brasil

Mais de 40% dos investidores internacionais elegeram o Brasil como o país em que pretendem aumentar risco futuramente. Os dados foram citados por Jaime Valdivia, Economista-chefe da Galapagos Capital, na palestra técnica ¨Desafios globais e oportunidades locais¨, realizada nesta sexta-feira (21), no 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada.

Há alguns anos houve uma corrida das EFPCs pelo investimento internacional, segmento que acabou machucando o retorno das fundações em 2022, destacou Diego Gatto Condado, Diretor Executivo e Estrategista da Galapagos. ¨Por isso escolhemos esse tema para a palestra e apontar perspectivas¨, contextualizou Diego.

O favoritismo do Brasil na visão os investidores internacionais foi capturada em pesquisa conduzida pelo J.P. Morgan, há algumas semanas. O país foi apontado por 42% como o principal destino para aumentar risco, seguido do México com 15%. ¨Isso indica que as oportunidades percebidas pelos investidores estrangeiros é muito favorável para o Brasil, em parte pelo aperto monetário oportuno¨, observou Valdivia.

6 pontos de atenção – O Economista-chefe da Galapagos destacou seis pontos de atenção que estão no radar dos investidores, autoridades e banqueiros centrais de todo mundo, com os quais conversou na semana passada durante as reuniões promovidas pelo Fundo Monetário Internacional.

O primeiro é que a inflação global é um problema persistente e deverá continuar. As projeções indicam que países de regiões relevantes deverão entrar em recessão no ano de 2023. Para os países da Zona do Euro a expectativa é de recessão já no final de 2022 e continuada em 2023. Já para os Estados Unidos as projeções são de recessão no segundo semestre do próximo ano.

A inflação irá ceder, mas em ritmo de desaceleração mais lento que o esperado pelos bancos centrais, ao comentar o segundo ponto. ¨A inflação é um fenômeno de alto risco e requer persistência na aplicação de políticas. Para os países desenvolvidos, ela deve ficar acima da meta em 2023¨.

O terceiro ponto é que a economia europeia enfrenta riscos energéticos imediatos e de longo prazo. ¨A transição de regime energético vai durar muitos anos. Será preciso mais de uma década para reconfigurar cadeias produtivas ao redor de novas fontes de energia¨, notou o economista.

A China assumirá uma posição mais introvertida, com menor ênfase nas reformas e crescimento econômico, e maior foco na saúde da população e defesa dos seus territórios, observou Jaime. Taiwan continuará a ser um tema relevante. Contudo, quando a economia chinesa reabrir haverá oportunidades relevantes para commodities e exportações manufatureiras de países emergentes.

O sexto ponto é que os países emergentes, em especial na América Latina, estão em posição favorável na visão dos investidores internacionais. ¨Eles fizeram ajustes rápidos e têm conseguido manter as expectativas ancoradas. A atuação do Banco Central no Brasil tem sido reconhecida¨. México, Colômbia e Chile também são vistos com bons olhos pela atuação no controle da inflação.

Valdivia observou que o fluxo de investimentos estrangeiros não deve ser impactado pelo resultado das eleições presidenciais no Brasil. Em sua análise, os investidores já conhecem a forma de gestão dos dois principais candidatos (Bolsonaro e Lula) e a composição do Congresso a partir de 2023 limitará a possibilidade de algum desarranjo fiscal.

Contudo, os tipos de reformas que serão realizadas, as políticas públicas, incluindo a de privatização, serão pontos de atenção. ¨Para todas essas perguntas o investidor terá que encontrar respostas no próximo governo. Isso influenciará não só o prêmio de risco, como determinará se esse investidor ficará não só por alguns meses, mas por um período prolongado no Brasil¨.

Acesse a programação completa do evento aqui! 

O 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada é uma realização da Abrapp, com apoio de ICSS, Sindapp, UniAbrapp e Conecta. Patrocínio diamante: BB Asset Management, BTG Pactual, Credit Suisse e Sinqia. Patrocínio ouro: Aditus, BNP Paribas Asset Management, Bradesco, BV Asset, Galapagos Capital, Gama Investimentos, Giant Steps Capital, Itajubá, Itaú, MAG, Mercer, Safra, Santander Asset Management, Spectra Investiments, Sul América Investimentos e XP. Patrocínio prata: AZ Quest, Bahia Asset Management, Banco Pan, BlackRock, Brasil Capital, FuturoTech, Global X, GTIS Partners, JGP, J.P. Morgan Asset Management, Maps + Data A, Market Axess, M Square, Patria, Plural Gestão, Schroders, Trígono Capital, uFund e Vinci Partners. Patrocínio bronze: Anbima, Apoena, Carbyne Investimentos, Claritas, Constância Investimentos, Daycoval, Fator, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Método Investimentos, PRP, Quantum, RJI Investimentos, Venko Investimentos e Trust Solutions.

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