Os insights para a reinvenção do sistema de previdência complementar movimentaram a última collab session do 44º CBPP, maior evento mundial do setor, realizado do dia 18 a 20 de outubro, no Expo Transamérica, em São Paulo. Com o tema “Expansão ou Morte”, a dinâmica foi conduzida por Luís Ricardo Marcondes Martins, Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp e diretor-superintendente da MAG Fundos de Pensão; e Saulo Bonassi, Sócio da Nodal Consultoria e Mestre em Estratégia.
A construção de um futuro desejável passa pela ação de cada agente do sistema, para ganhar força no coletivo. Por isso, a collab session de encerramento foi guiada pelo verbo agir. Bonassi iniciou a fala com um convite para as entidades buscarem o crescimento sustentável a partir de três horizontes: defesa do negócio atual, construção de bases para novos negócios emergentes e criação de alternativas para negócios futuros.
Bonassi provocou o público com as seguintes questões:
- Como está a adoção dos produtos já disponíveis (no sistema) na sua entidade?
- Considerando nosso sonho e posicionamento, como você vê o potencial dessas ideias a explorar e investigar?
- Que outras ideias de produtos e públicos que você vê para o futuro (ideias fora da caixa, malucas)?
- O quanto você se sente motivado a fazer a sua parte e mobilizar a expansão?
As soluções para a expansão
O palestrante lembrou que o sistema já desenvolveu soluções rumo à expansão.
Elas foram abordadas por Luís Ricardo Marcondes Martins, que lembrou de uma projeção realizada pelo economista e professor José Roberto Afonso em 2015: se o sistema não se adaptar, as reservas se esgotarão em 2036. “Desde então passamos a inovar, revolucionar e a fazer a leitura do novo trabalhador e das novas relações de trabalho. Implementamos os Planos Família, que hoje reúnem 150 mil participantes e R$ 2 bilhões em reservas. Agora o desafio é implementar o plano Família 2.0 e ampliar a cobertura”, afirmou.
Em seguida, o Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp destacou a criação do plano Instituído Corporativo, que é fundamental em um contexto no qual há menos empregos e mais serviços. “O Instituído Corporativo tem o potencial de alcançar 5 milhões de empresas em nosso país, beneficiando 50 milhões de trabalhadores. São planos que rompem as amarras dos planos patrocinados e proporcionam proteção social e continuidade de crescimento ao sistema”, avaliou.
Martins também lembrou das oportunidades proporcionadas pelos fundos de entes federativos. Disse que a Funpresp-Exe, por exemplo, já reúne cerca de R$ 7 bilhões, com mais de 100 mil participantes; e a Funpresp-Jud conta com 25 mil participantes e quase R$ 3 bilhões. “O governo solicitou nossa ajuda para implementar fundos nos municípios, que poderiam ser exclusivos de entidades fechadas, auxiliando o Estado brasileiro a ampliar a cobertura em nível federativo”, pontuou.
Ele reforçou que é necessário manter a busca de novos arranjos para o desenho de planos, mesmo diante de preocupações com os custos. Isso porque o mais importante é a necessidade de proteger o maior número possível de pessoas. “Olhamos os exemplos no mercado internacional. Há estudos na Holanda e no Reino Unido de planos de Contribuição Definida (CD) coletivos, com compartilhamento de fundos entre empregados e empregadores. Essas práticas podem ajudar a reduzir encargos e onerosidades sem comprometer a proteção aos trabalhadores.”
Quanto ao mercado de anuidades, já amplamente implementado em países como Chile e Uruguai, Martins disse que a Abrapp está trabalhando para sua implantação no Brasil. “Isso requer discussões sobre tabelas de mortalidade e taxas de juros, e a estamos liderando esses esforços em conjunto com stakeholders.”
Outro ponto que destacou foi a segregação de previdência e saúde, desde a Lei Complementar nº 109. Segundo Martins, é importante explorar produtos que possam capitalizar recursos para planos de saúde. “Esse é um desafio significativo, mas que pode representar uma evolução importante em nosso sistema, para proteger um número ainda maior de pessoas”.
Ele finalizou a palestra lembrando que o sistema administra um estoque de R$ 1,3 trilhão, e precisa manter atenção ao fluxo, com ideias inovadoras. “A Abrapp está comprometida em liderar o caminho para que a previdência complementar ajude o estado brasileiro a proteger um número cada vez maior de pessoas”, concluiu Martins.
O 44º CBPP é uma realização da Abrapp, UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Diamante: Asa Investments; BB Asset; BNP Paribas Asset Management; Itajubá Investimentos; Sinqia. Patrocínio Ouro: Aon; Bradesco; BV Asset; Galapagos Capital; Genial Investimentos; Itaú; MAG; Safra; Santander Asset Management; Spectra Investments; SulAmérica Investimentos; XP. Patrocínio Prata: Aditus; Alaska; Anbima; Principal Claritas; Constância Investimentos; Maps + Data A; GTIS Partners; Hashdex; JP.Morgan Asset Management; NAVI; Neo; PFM Consultoria e Sistemas; Trígono Capital; Velt Partners; Vinci Partners. Patrocínio Bronze: Apoena; BlackRock; Capitânia Investimentos; Carbyne Investimentos; Fator; Fram Capital; Franklin Templeton; Hectare Capital; HMC Capital; Inter; Investira; Mapfre Investimentos; Market Axess; Marsche; Mercer; Mestra Informática; Mirae Asset; Polo Capital Management; PRP Soluções Contábeis; RJI Investimentos; Schroders; Teva Indices; Trust Solutions; uFund.