O primeiro Fórum CBPS de Sustentabilidade contou com a participação da Abrapp, que destacou a importância do engajamento das EFPC para o avanço das práticas de sustentabilidade, dentro do contexto da aplicação das Normas S1 e S2, que passam a ser obrigatórias em 2026 para as companhias abertas, fundos de investimentos e companhias securitizadoras. Essas normas padronizam os relatórios de sustentabilidade das companhias e estabelecem divulgações de informações contábeis sobre sustentabilidade e clima, equiparando e conectando tais informações aos balanços contábeis das empresas.
A norma chamada de S1 trata das divulgações de sustentabilidade em geral, abrangendo temas como estratégia, governança, riscos e oportunidades, desempenho e metas ESG. A norma S2, trata especificamente das divulgações relacionadas ao clima.
O evento, realizado no dia 22 de maio em Brasília (DF), foi organizado pelo Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), com o apoio da FACPCS – Fundação de Apoio aos Comitês de Pronunciamentos Contábeis e de Sustentabilidade.
A Abrapp faz parte do CBPS como membro do Grupo de Trabalho de Comunicação. Alessander Brito, membro e representante da Abrapp no CBPS, apresentou o segmento de previdência complementar fechada, destacando a importância das EFPC como atores principais para o avanço da sustentabilidade e da aplicação das Normas S1 e S2. Ele participou do painel “Aplicação da IFRS S1 e S2: uma conversa sobre desafios e oportunidades esperados”, junto com Arturo Rodriguez, da IFRS Foundation, e Leandro Mauro Ardito, do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). O debate foi moderado por Danielle Torres, membro do CBPS.
Brito iniciou sua apresentação com números sobre o setor, que hoje congrega 276 entidades, administra 1.210 planos e devolve para a economia R$ 89,4 bilhões em pagamentos de aposentadorias e pensões. Ao administrar R$ 1,3 trilhões, o segmento representa aproximadamente 12% do PIB brasileiro. Ele destacou desafios e oportunidades e a importância do engajamento coletivo realizado pela Abrapp em conjunto com a Previc. “O novo framework, por meio das normas S1 e S2, servirá de referência para investidores institucionais, como as entidades fechadas de previdência complementar. O reporte proporcionará maior confiabilidade nas informações divulgadas relacionadas a clima e sustentabilidade, permitindo um melhor embasamento técnico e maior assertividade nas decisões dos stakeholders”, afirmou.
O representante da Abrapp no CBPS reforçou uma vantagem das normas para o reporte de informações sobre sustentabilidade: a comparabilidade. “Isso é extremamente importante. Eu, como contador, irei levar esse tema para as comissões técnicas de contabilidade da Abrapp, pois de acordo com Resolução CFC, compete ao profissional de contabilidade a elaboração e a asseguração desses relatórios”, disse.
Brito também abordou requisitos de divulgação, como governança, definições de estratégia, gestão de riscos e métricas, destacando a criação de valor. Ele observou que empresas com forte pegada de sustentabilidade têm produtos e serviços mais valorizados, refletindo positivamente na marca. Ele mencionou a importância da transparência ativa com os participantes, que são os principais clientes das EFPC, e a necessidade de levar informações de forma eficaz e ética.
Ele também abordou a Resolução 4.994 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que orienta as entidades a observar a questão da sustentabilidade em suas políticas de investimento. Além disso, destacou a importância dos órgãos de governança de se adaptarem às novas normas, e a necessidade de aprendizado e treinamento para investidores institucionais, reguladores e preparadores dos relatórios. A integração das áreas de negócio, o envolvimento do contador, gestor de risco e a governança forte e eficaz são essenciais para a sustentabilidade.
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