Aconteceu, na última quarta-feira (23/11), o webinar da Abrapp “Introdução às Mudanças Climáticas – IPC – Investidores Pelo Clima”. O evento teve como objetivo introduzir as premissas e ferramentas para que as entidades fechadas de previdência complementar naveguem na discussão sobre mudanças climáticas.
A abertura do encontro foi realizada pelo Diretor-Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins. O webinar contou com a participação de Tatiana Assali, Sócia-Diretora da NINT, e Mariana Briant, Coordenadora da NINT, companhia com ampla expertise em consultoria e avaliação ESG. Também marcou presença Raquel Castelpoggi, Coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da Abrapp, responsável por conduzir a moderação.
Em sua fala, Luís Ricardo destacou a importância que os processos AGS (Ambiental, Social e Governança) vêm tomando. Ele explicou que os eventos climáticos já estão causando prejuízos nos negócios em geral. As entidades vêm falando bastante sobre o assunto, além de favorecerem os investimentos responsáveis de diversas maneiras. O dirigente ressaltou como o setor está inserido na letra S (Social) da sigla, buscando trazer proteção social, pagando mais de R$ 100 bilhões por ano para quase 1 milhão de aposentados e pensionistas.
“A entidade que pretende ter uma certificação mostrando ser uma referência, obter o selo pertinente ao primeiro Código de Autorregulação (Governança de Investimentos), terá que comprovar a cultura da prática dos fatores ASG”, afirmou o Diretor-Presidente.
Em seguida, Tatiana Assali afirmou que pagar benefício de forma responsável é um dos papeis sociais mais importantes de uma previdência completar, garantindo também que as pessoas usufruam desse benefício em um mundo mais bem estruturado, com bom clima e economia mais justa.
“A agenda ASG como um todo vem se consolidando e mostrando que podemos ter bons negócios e investimentos, ainda deixando um impacto positivo na sociedade e um mundo melhor para as próximas gerações”, disse Tatiana.
Já Mariana Briant realizou uma apresentação explicando o conceito de mudança climática, por que o tema é relevante e o que pode ser feito nessa agenda. Ela resumiu a mudança do clima em três passos: Primeiro, algumas atividades humanas emitem gases de efeito estufa, esses gases se acumulam na atmosfera e aumentam a temperatura do planeta, por fim, um planeta mais quente gera impactos adversos que afetam sistemas humanos (incluindo a economia) e ecológicos.
Segundo Mariana, esse tema ganha importância nas EFPC pois impacta os investimentos, além de os investidores institucionais terem papel nesse primeiro elo. As atividades que estão emitindo esses gases são financiadas por investimentos, da mesma forma, os investidores podem financiar não só as fontes de emissão como também as soluções. Além disso, eles também serão afetados pelos efeitos dessa mudança, uma vez que os portfólios estão sujeitos a riscos climáticos.
Mariana esclareceu que existem muitas ações que podem ser realizadas em relação a mudança climática e que está ao alcance das entidades, como a integração de riscos e oportunidades climáticas na tomada de decisão, além de influenciar as empresas investidas a avançar nessa agenda. Outra atividade importante é calcular as emissões que são financiadas, ou seja, medir e divulgar essa contribuição. Também é preciso estabelecer metas, e a partir delas pensar em estratégias e planos de transição.
“Integrar essas questões climáticas na tomada de decisão é uma questão de cumprir o dever fiduciário. EFPC, enquanto instituições que estão preocupadas com a garantia de qualidade de vida para o futuro, tem um dever a cumprir com quem contribui com os fundos e com o que está sendo financiado agora e que pode prejudicar essa população no futuro”, enalteceu Briant.
A gravação completa do webinar estará disponível no canal da Abrapp no YouTube dentro de alguns dias!
(Colaboração: Lourrane Aingles)
