Artigo: A hora da sigla ESG – *Por Luís Ricardo Martins

Em artigo ao portal CityWire Brasil, o Diretor-Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, destaca que os parâmetros ambientais, sociais e de governança, a que se refere a sigla ESG, estão em destaque na agenda de investidores em todo mundo. Sinônimos de transparência, segurança e longo prazo, investimentos ESG alinham-se aos objetivos das entidades fechadas de previdência complementar.

O Diretor-Presidente da Abrapp cita dados de pesquisa realizada pela Previc, que revelou o estágio da utilização pelas entidades desses critérios em suas análises de riscos, e aponta o caminho evolutivo na priorização dessa pauta.

Luís Ricardo escreve para o CityWire a cada duas terças-feiras, sempre destacando os desafios e conquistas do setor de Previdência Complementar Fechada no Brasil.

Leia o artigo na íntegra abaixo ou clique aqui para acessar a publicação no portal.

A sigla ESG passou rapidamente a ocupar lugar de destaque na lista de prioridades dos investidores. Em pouco mais de um ano, a atenção para as aplicações com base nos parâmetros ambientais, sociais e de governança, a que se refere a ESG (environment, social e governance), ganhou manchetes e passou a ser o centro dos debates sobre a necessidade de adotar esses critérios para ter uma carteira de investimentos não só lucrativa, mas também em linha com a demanda de quem aplica e com as necessidades da sociedade e do planeta.

Muito antes disso, no entanto, o tema já era prioridade para os gestores de carteiras de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) que são naturalmente sensíveis a essa temática. Os fundos de pensão têm consciência, há tempos, que o ESG é muito mais que um modismo. Na verdade, nosso sistema sabe que esses parâmetros são uma questão prioritária que integra os negócios e afeta positivamente os investidores.

Sabemos que investimentos em ESG são sinônimos de transparência, segurança e longo prazo. E o nosso negócio é sustentabilidade de longo prazo!!!

Para reforçar, passamos a viver no Brasil uma situação que obrigou os gestores a buscar mais risco para os investimentos. Formou-se um quadro em que passamos a conviver com a trajetória de queda da taxa de juros, incerteza com a situação fiscal e alta da inflação, que vieram se somar ao aumento da longevidade. Tudo isso somado levou a uma procura maior por risco e como se sabe investimento sustentável mitiga os riscos, até porque focado no longo prazo.

Números recentes mostraram mais uma vez que os parâmetros estão incorporados ao sistema. Pesquisa da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), órgão do governo federal que fiscaliza o setor, mostrou que 85% das maiores fundações (chamadas de Entidades Sistematicamente Importantes) utilizam critérios ESG nas análises de riscos, e que 51% das EFPCs fora desse grupo também o fazem. Entre as justificativas para essa postura, os fundos de pensão destacam demandas dos participantes e dos patrocinadores, desempenho dos ativos selecionados e demanda por regulação, entre outros.

Fica cada vez mais claro, assim, que o tema da sustentabilidade ganha mais destaque com reconhecimento de que os aspectos sociais, ambientais e de governança trazem grandes oportunidades, gerando retornos sustentáveis com melhor gerenciamento do risco.

O sistema está mais do que consciente e cada vez mais atuante na prioridade que tem dado ao ESG. Temos certeza, no entanto, que não podemos nos acomodar. Embora esteja claro que sustentabilidade de longo prazo e transparência estejam no nosso DNA, a busca de aperfeiçoamento é contínua, já que o tema se mostra em constante evolução. É impossível não priorizá-lo. Assim as EFPCs continuarão cumprindo rigorosamente seu papel fundamental de ajudar o Brasil tanto pelo lado econômico, entre outros motivos por ser atualmente o único veículo de investimento a longo prazo, como pelo lado social, a propiciar às pessoas uma aposentadoria com melhor qualidade de vida.

* Luís Ricardo Martins – Diretor-Presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar – Abrapp

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