Este é o primeiro artigo da nova série de textos produzidos pela Comissão de Ética do Sindapp em 2022. No texto, Aparecida Pagliarini, Coordenadora da Comissão de Ética, aborda o que é a gestão temerária e a importância da prudência na conduta ética dos diretores e conselheiros das EFPC.
Confira abaixo alguns trechos do artigo:
Agir eticamente envolve um uso particular da razão. Para refletir e deliberar sobre a ação. É um uso que nos acompanha ao longo da vida. Ininterruptamente. Não há como interrompê-lo para treinar e aperfeiçoar. Esperar melhorarmos um pouco para só então voltar a viver. É o exercício da ética que nos torna humanos. A ética humaniza o homem. Não tem como restringi-lo a quartas-feiras e domingos. Ou a de quatro em quatro anos.¹
Quando eu li o parágrafo, logo me veio à mente que, usualmente, os mandatos dos membros da diretoria executiva das entidades fechadas de previdência complementar – EFPC são de quatro anos, “permitida a recondução”. Com essa garantia de perpetuidade pode vir a desatenção calcada nos usos e costumes, mas nem sempre sustentada pelas boas práticas: visão estratégica de longo prazo com a obrigação de decidir no curto prazo, com transparência, lealdade e observância de princípios de conduta adequados ao ambiente e aos planos de benefícios operados pelas entidades.
Portanto, mais do que seguir (mas também se obrigando a seguir) códigos e manuais, é importantíssimo agir de forma razoável e adequada para não colocar em risco o patrimônio investido por e para participantes e assistidos. Agir eticamente com a razão e buscando o melhor resultado. Isso é o mais importante.
Clique aqui para ler o artigo na íntegra – disponível para download.
*Aparecida Ribeiro Garcia Pagliarini é advogada, consultora de entidades fechadas de previdência complementar e coordenadora da Comissão de Ética do Sindapp.
¹ Reputação: um eu fora do meu alcance; Clóvis de Barros Filho e Luiz Peres-Neto; RJ; HarperCollins, 2019; p g. 61