Artigo – IBGE divulga Censo 2022: por que isso impacta (e muito) a aposentadoria – por Edécio Brasil*

Após 12 anos, o Brasil realizou mais um Censo Demográfico, iniciativa de grande importância para um melhor conhecimento do retrato populacional, permitindo ainda o melhor desenho de políticas econômicas e sociais. A divulgação dos primeiros resultados do Censo 2022 pelo IBGE já apontaram um dado de alerta relacionado ao planejamento financeiro para a aposentadoria: crescimento da população brasileira.

De acordo com os dados, a taxa média de aumento populacional atingiu, em 2022, o menor nível da história, representando 0,52% na comparação com o ano de 2010, caminhando para fim do bônus demográfico.

Mas, afinal, por que isso impacta a aposentadoria – e o futuro das pessoas? A resposta passa pelo modelo de previdência social, que está baseado no regime de repartição simples. Isto significa que as pessoas que estão trabalhando contribuem para o pagamento de benefícios para quem está aposentado. Quanto menor é o crescimento da população, mais desafiador torna-se o custeio deste modelo.

Podemos, ainda, acrescentar outro dado demográfico importante. Se em 2023 a parcela de brasileiros com mais de 60 anos representa 14,6%, a previsão é que, em 2100, esta faixa etária signifique 39,7% da população. Isso mostra o contínuo envelhecimento populacional em decorrência do fenômeno da longevidade e da combinação do aumento contínuo da expectativa de vida com a queda de natalidade.

Os números revelam, ainda, que assim como em outros países da América Latina e Europa, o Brasil deverá passar por um volume cada vez mais frequente de reformas da previdência geral buscando o equilíbrio do modelo, para além daquela que vivemos recentemente, em 2019.

Todo este cenário evidencia e reforça que o planejamento individual para o futuro se torna cada vez mais mandatório para a sociedade que almeja manter ou melhorar o seu padrão de vida na maturidade. Neste aspecto, a previdência complementar tem um papel de muita relevância social, o que, consequentemente, traz inúmeras oportunidades para este segmento.

No caso das entidades fechadas – mercado onde atuo – iniciativas como o desenvolvimento de plano família e instituídos corporativos são de grande relevância para o fomento do próprio setor, como também para expandir o acesso e a cultura previdenciária para um número cada vez maior de brasileiros. Isto reforça ainda mais o propósito e o papel social das entidades no país.

Por fim, é de extrema importância expandir a educação financeira para permitir a melhor compreensão por todos não apenas do cenário, mas da necessidade de cada um assumir cada vez mais as rédeas e a responsabilidade sobre o seu futuro, pensando no longo prazo, zelando para o momento de sua aposentadoria, a fim de construir uma vida melhor.

Nunca é tarde contratar uma previdência complementar, mas, quando se aposentar, você certamente vai se arrepender de não ter tomado esta decisão antes.

 

*Edécio Brasil é Diretor-Presidente da Valia, Vice-Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp e Membro Titular do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

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