Artigo: Investir em aposentadoria é assunto para jovem – Por Luís Ricardo Martins*

Luis Ricardo Martins

O equilíbrio financeiro e a forma como os jovens lidam com o dinheiro e planejam o seu futuro têm sido objeto de várias discussões, principalmente a partir de 2019, com a Reforma da Previdência. Quem está entrando agora no mercado de trabalho se depara com um cenário desafiador, por isso a preocupação com o futuro e o exercício da disciplina financeira devem iniciar na juventude.

A educação previdenciária é um meio de transformação e os jovens precisam fazer parte dela. Não só porque as regras para aposentadoria social estão mais duras, com o aumento do tempo de contribuição e da idade mínima, mas também porque a relação do jovem com o mercado de trabalho está mudando com a pejotização. É muito importante fazer um planejamento para que o estilo de vida adotado hoje não comprometa o futuro.

pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que mede o conhecimento da população sobre finanças, mostrou que 62% da geração X (16 a 25 anos) não guardam dinheiro de forma alguma. O percentual também é relevante entre os millenials (26 a 40 anos): 58% dos entrevistados.

Esse cenário revelado infelizmente confirma o comportamento cultural do brasileiro, que poupa poucos recursos e não tem quase nenhum acesso a ações educativas para o consumo consciente.

É muito comum as pessoas acharem que para poupar precisa ganhar muito. E como o jovem geralmente inicia a vida profissional com rendimentos baixos, essa falsa crença ganha ainda mais força. A previdência complementar é um produto acessível e faz toda diferença na jornada de acumulação de recursos. É uma poupança melhorada com taxas de rendimento mais atrativas e possui metas de longo prazo para o complemento da renda futura, permitindo que o investidor mantenha o padrão econômico no gozo da aposentadoria.

Quanto mais cedo começar, mais fácil será atingir as metas. Por isso, afirmamos que a ‘previdência é coisa de jovem’. A pouca idade é uma vantagem que ele já tem quando inicia a vida profissional.

Educação financeira e previdenciária requer engajamento, incentivo e adesão. É preciso que as escolas introduzam o tema na grade de ensino, que as empresas conversem com os seus colaboradores e ofereçam incentivos como o pagamento de parte dos recursos aplicados. O jovem que já está empregado deve buscar informações no departamento de Recursos Humanos de sua empresa.

Para quem é PJ, também tem alternativas no mercado, como os planos setoriais que viabilizam a adesão a um plano de previdência complementar fechada por meio de entidades de classes ou sindicados, e também a possibilidade de acessar o produto por um familiar que já esteja vinculado a alguma fundação que tenha o produto Setorial Família disponível.

Independentemente do instrumento escolhido para iniciar a jornada de previdência complementar, o mais importante é a consciência de que a meta para aposentadoria deve iniciar paralelamente à vida profissional do jovem.

*Luís Ricardo Martins é Diretor-Presidente da Abrapp e Diretor Superintendente da MAG Fundos de Pensão. 

Artigo publicado originalmente no portal do Instituto de Longevidade MAG.

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