Artigo – Private Equity e Fundos de Pensão: um futuro promissor – por Rafael Zanoni Ambrogi Coelho Goncalves*

Tendo início no século passado, o Private Equity (ou Capital Privado) assumiu um importante papel no mercado de capitais de um país, viabilizando, de forma eficiente, a concretização de negócios entre investidores e tomadores de recursos.

A primeira operação de renome dessa classe foi a aquisição da Carneghie Steel pelo bilionário John Pierpoint Morgan, em 1901. A partir daí, seu crescimento foi vagaroso, até os anos 80, quando se tornou popular no mercado de capitais dos EUA, com a aquisição da RJR Nabisco pela Kohlberg Kravis Roberts (KKR) em 1988.

Atualmente, já maduro e diversificado, o segmento de Private Equity conta com mais de 44 mil fundos que administram 4,5 trilhões de dólares globalmente, injetando bilhões de dólares, anualmente, em negócios promissores, viabilizando crescimento e impulsionando mudanças na economia.

A importância da classe se dá, por flexibilizar o acesso a recursos que financiem o desenvolvimento de planos de negócios e, consequentemente, o crescimento de empresas, já que a captação de recursos através de abertura de capital ( IPOs) é viável para um número pequeno de companhias, grandes e mais maduras.

Os números ilustram bem esse quadro. Hoje, apesar da atratividade midiática do mercado público de ações, ele representa menos de 2% das empresas globais, com 50 empregados ou mais.

Cabe ressaltar, que essa modalidade de investimento vai além do fornecimento de capital. Em suas várias formas, desde o Venture Capital (ou Capital de Risco) ao Growth Equity, Buy-out e Mezanino, as empresas investidas recebem, também, assessoramento e suporte valiosos para desenvolver e executar seus planos de negócios, ampliar acesso a outras classes de financiamento e aumentar a sofisticação e capacitação do seu time executivo.

Por ser uma alternativa de financiamento que viabiliza a execução de novas idéias e implementação de novos negócios, um setor Private Equity robusto e vibrante é peça chave para promover novos entrantes no mercado, desenvolver novas tecnologias, investir em inovação, desenvolvimento e no empreendedorismo de um país.

Sob a ótica do investidor, essa classe de investimento oferece retornos mais altos e menos voláteis, com baixa correlação com outros ativos, quando comparadas ao mercado público de ações, otimizando, assim, a fronteira eficiente de um portfólio de investimentos.

Em mercados desenvolvidos, nas últimas décadas, fundos de pensão e endowments tem investido, nesta classe, de forma crescente, alocando, tipicamente, 20 a 30% de seus portfolios. No Brasil, esta participação, apesar de crescente, ainda representa menos de 2% das carteiras dos fundos, indicando uma oportunidade significativa para o desenvolvimento do Private Equity no país.

No entanto, há alguns empecilhos para o crescimento da categoria. O principal é a manutenção da alta taxa de juros reais no país, agravada pela necessidade de recursos para cobrir déficits orçamentários e serviço da dívida pública. Juros altos atraem os investidores para o segmento de renda fixa, especialmente para alocações em ativos emitidos pelo governo, reduzindo a atratividade do prêmio ofertado por classes mais promissoras e arriscadas de ativos, enxugando a liquidez e o direcionamento de recursos para o crescimento da economia.

No caso dos fundos de pensão, outro obstáculo é o histórico negativo de desempenho de alguns investimentos realizados em fundos de investimentos em participações que, na última década, resultaram na redução do apetite para aumento de alocação na categoria.

Cabe ressaltar que, desde então, houve muita evolução na governança, com desenvolvimento de processos e controles, permitindo que as diligências nos fundos sejam feitas de forma mais rígida e eficiente. Sendo assim, apesar das experiências de insucesso, muitos fundos de pensão enxergam o valor desta classe de investimento e estão estudando a possibilidade de aumentá-la em seus portfolios.

Diante de um potencial corte de juros no país, existe uma expectativa positiva para o crescimento do segmento de Private Equity. Mesmo num ambeinte de juros elevados, o número de fundos ativos no Brasil cresceu exponencialmente na última década. Atualmente, são mais de 200 FIPs, segundo a Preqin.

No entanto, o número de gestoras de porte e com histórico positivo de retorno a investidores ainda é limitado. Dada a necessidade de investimentos no Brasil, especialmente na área de infraestrutura, há muito espaço para atuação no segmento, mas é importante buscar gestores experientes. A Galapagos Capital, com mais de R$20 bilhões sob gestão, montou uma área composta por profissionais com décadas de experiência nessa classe, para ajudar seus clientes a aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado de forma diligente, eficiente e altamente rentável.

*Rafael Zanoni Ambrogi Coelho Goncalves, Gestor de Private Equity da Galapagos Capital.

Shares
Share This
Rolar para cima