Encontro Regional Sudoeste: Painel aborda cenários de incertezas da economia global

Os expositores do terceiro painel do Encontro Regional Sudoeste, voltado para o tema Os Novos Desafios da Gestão de Investimentos para 2023, se colocaram todos de acordo quanto ao elevado grau de incertezas que envolvem a alocação de recursos no momento atual, algo difícil de encontrar paralelo no passado. Moderadora dos trabalhos, Keite Bianconi, Diretora Vice-Presidente Suplente da Regional Sudoeste da Abrapp, apontou a “esperança” como um sentimento recomendado para um cenário como esse. O encontro foi realizado presencialmente nesta quarta-feira, 5 de abril, em São Paulo.

Rodrigo Santoro, Head de Gestão de Renda Variável da Bradesco Asset, mostrou como positivo o fato de o Brasil se encontrar num ponto mais avançado do processo de aperto monetário, aquele momento em que a atividade econômica já se ressente e a hora de começar a cortar a taxa básica de juros já se mostra mais próxima. “A Selic não precisa cair. Basta que o mercado acredite que ela vai cair em breve”, notou Santoro.

Atualmente os prêmios estão elevados, inclusive o valuation, sendo esse um quadro que geralmente antecede a melhora dos ativos de risco. “E temos muitas empresas boas em termos de valuation e em boas condições de se beneficiarem do quadro atual da economia”, disse Santoro, que completou: “E o dólar naturalmente irá ceder diante do corte dos juros nos EUA”.

Eduardo Jarra, Head de Macro e Estratégia da Santander Asset Management, também se referiu ao aperto monetário e ao seu grau de acerto, mas projetou a queda da Selic mais para perto do final deste ano e provavelmente não antes disso. Assim, para 2023 espera “inflação alta, juros altos e crescimento mais baixo”. Para ele, o que temos de mais positivo nesse momento “é a volta do crescimento da China”.

Jarra lembrou que a expectativa geral é que a economia global cresça este ano ao redor de 25%, um resultado muito abaixo da média histórica. “Desafio é a palavra que melhor define 2023. O cenário não é fácil e a incerteza, muito grande”.

Carlos Garcia, Sócio-Fundador da Itajubá Investimentos, observou que, de todo modo, os desafios dependem do tipo de plano. Para os planos de benefício definido (BD), hoje com em torno de apenas 13% em renda variável, as NTNs geralmente bastam para fazer frente aos compromissos do passivo, batendo quase que qualquer exigência atuarial. A exceção, claro, são os planos com déficit. Já os planos de contribuição definida (CD), considerando a marcação a mercado, é certamente desafiante o registro de valores diferentes todos os meses.

“Os CDs e CVs [planos de contribuição variável] têm outros desafios e muitas carteiras não possuem a diversificação que poderiam. Mas o mercado tem muitas opções”. Entre esses caminhos possíveis estaria a seu ver o private equity.

A diversificação das carteiras de fato é um cuidado essencial, reconheceu Rodrigo de Araújo, Estrategista-chefe de Investimentos da Global X ETFs para América Latina, mas é igualmente importante que o gestor esteja atento às tendências, seja capaz de na medida do possível seja capaz de antecipar o futuro.

Araújo enfatizou que há, no contexto das transformações que sacodem o Mundo, mudanças no consumo.  ‘É preciso saber olhar para a frente”, sinalizou.

Ele chamou a atenção para a medicina crescentemente personalizada, saúde impactada pela inteligência artificial, economia verde, energia limpa, descarbonização e mobilidade. “E saber olhar isso em seu ciclo inteiro, em cada uma das fases do processo”, resumiu Araújo.

Para viabilizar os Encontros Regionais, a Abrapp conta com grandes parceiros. Acesse o site no link abaixo para conhecer mais sobre cada um: Patrocínio ouro: Bradesco Asset Management. Prata: Global X, Itajubá Investimentos e Santander Asset Management. Bronze: BNP Paribas Asset Management e Trígono Capital. Apoio: Fator, HMC Capital, IAP, Mirae Asset e PFM.

Clique aqui para conferir as datas e as inscrições para os próximos Encontros Regionais. 

(Por Jorge Wahl)

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