Encontro Regional Sudoeste: Planejamento Estratégico traça projetos e ações com olhar sobre as oportunidades 

No segundo painel do Encontro Regional Sudoeste, voltado para o tema “Apresentação do Planejamento Estratégico da Abrapp”, coube ao Superintendente-Geral da Abrapp, Devanir Silva, fazer uma detalhada exposição do que chamou de um olhar para os próximos 10 anos. Um período que começa sob o signo das oportunidades que estão surgindo. O encontro foi realizado presencialmente nesta quarta-feira, 5 de abril, em São Paulo.

Uma dessas oportunidades vem, lembrou Devanir, das transformações que o mercado de trabalho atravessa. Foi lembrado também que sob o primeiro mandato do Presidente Lula, nosso sistema viveu a experiência de ser tratado como prioridade governamental, aliás uma das raras oportunidades em que isso ocorreu.

Elaborado em um workshop com mais de 40 dirigentes e especialistas da Abrapp, Sindapp, UniAbrapp, ICSS e Conecta realizado no início de fevereiro, o Planejamento Estratégico do sistema foi consolidado e apresentado nas últimas semanas para os órgãos de governança e comissões técnicas da associação. O planejamento foi construído com uma visão compartilhada para os próximos 10 anos, ou seja, até 2033, mas foi alinhado para sua aplicação no biênio de 2023-2024. Ele foi dividido em seis projetos principais (eixos), 20 atividades-chave e 77 ações. 

O documento foi elaborado a partir de uma análise do processo social e econômico transmitido pelo professor José Roberto Afonso, que alertou para o desafio de se viver em um cenário de inseguridade social, com mais trabalho e menos emprego e maior dificuldade para que a próxima geração possa gerar poupança previdenciária. Algumas das indicações feitas pelo professor foram a necessidade de avanço na Reforma Tributária e a maior integração entre previdência e saúde, explicou Devanir. 

A análise da situação da Previdência Complementar de 2002 e de 2022, desafortunadamente, não mostrou uma grande evolução. O setor continua representando os mesmos 13% do PIB de 20 anos atrás, diferente de outros mercados internacionais onde a Previdência Complementar continuou avançando. 

Devanir reforçou a necessidade de criação de ações de marketing, com atenção para a criação de áreas comerciais dentro das entidades. Isso é importante porque o fenômeno da pejotização impõe a necessidade de se buscar novos clientes para os planos de benefícios. 

Visão de cenários – O Superintendente Geral da Abrapp expôs a importância da análise do que chamou de sinais inevidentes. “São indicadores que podem passar desapercebidos, que não possuem qualquer importância, mas que podem ser cruciais. Eu cito alguns exemplos, como a BlockBuster, que não prestou atenção no surgimento da Netflix”, disse. Citou outro exemplo do Yahoo que não deu importância para a ascensão do Google. Nos dois casos, as empresas poderiam ter comprado as concorrentes, que vieram a superá-las no mercado no futuro, por preços muito baixos. 

“Um exemplo positivo é o da Folha de São Paulo, uma empresa criada na década de 1920. Em 1998 eles praticamente mataram o jornal e eles próprios criaram o UOL, que é um sucesso, um dos maiores sites de notícias”, comentou Devanir.  

Organizações infinitas – Um conceito importante utilizado para embasar o Planejamento Estratégico da Abrapp é o de organização infinita. “Nós partimos então para uma construção coletiva de estratégia. O grande objetivo das organizações é se tornar infinita, que são aquelas que conseguem se renovar continuamente, manter o seu propósito, satisfazer os seus clientes, conquistar o seu espaço, independente de forma. Elas entendem o passado, estão atentas ao futuro, mas o seu foco é no presente. Toda essa construção do planejamento aconteceu com a utilização deste conceito”, disse Devanir.

A partir daí foi traçado o “Futuro Desejável”, que se aproxima da situação que se almeja para a Previdência Complementar. “Tem aquele futuro absurdo, impossível de acontecer. Há aquele plausível e também o provável. Mas o nosso talvez seja o desejável, o que gostaríamos que acontecesse. Então, envolve soluções construtivas, por isso fizemos o plano mais longo de 10 anos, com a aplicação em dois anos”, explicou o Superintendente Geral da Abrapp. 

Futuro Desejável – Os sonhos do “Futuro Desejável” construídos são os seguintes: a Previdência Complementar Fechada no Brasil supera 100% do PIB, os planos de benefícios são oferecidos desde a primeira infância e atendem mais da metade da população; a Previc como órgão de Estado; acontece uma reforma estrutural da Previdência; surgimento de uma legislação tributária de fomento; uso compartilhado de soluções e plataformas digitais; educação financeira e previdenciária para todos; Previdência Complementar obrigatória para as empresas, entre outros pontos. 

“Sempre temos um sonho de um futuro desejável que nos inspira a trabalhar no presente. Os dirigentes colocaram nas discussões esse sonho, da previdência complementar sendo realidade para todos, superando 100% do PIB, abrangendo 50% da população brasileira, entre outros pontos”, explicou Devanir.

Representação do diamante – Partindo da construção do mapa do contexto atual, o planejamento avançou para a definição de cinco eixos, que foram representados como vértices de um diamante. Como resultado, cada lado do “diamante” ganhou entre 4 e 7 direcionadores para as ações futuras. No pilar de “Valorização do Ambiente Associativo”, por exemplo, a promoção de uma Abrapp Itinerante, a maior divulgação do trabalho das Comissões Técnicas e a implantação de um programa de fidelidade (cashback) para as associadas foram algumas das propostas consolidadas. Já no pilar de “Estratégias Visionárias e Versáteis”, o incentivo à Autorregulação, o posicionamento das EFPC como parte do “S” de ESG, a racionalização e modernização da regulação e a ampliação da estratégia sistêmica de comunicação, entre outras, foram propostas definidas pelo grupo.

Na vertente de “Modelos de Negócios Dinâmicos e Competitivos”, a adoção do modelo de distribuição com base em plataformas, promoção da oferta de renda qualificada, mecanismos para expansão de vendas e fomento da digitalização englobam as diretrizes. Complementar a essa visão, o pilar “Estruturas Operacionais Editáveis e Ágeis” traz propostas para desenvolver a cultura de agilidade nas EFPC, promover a cultura de sucesso do cliente (customer success), mudança do mindset sobre compartilhamento de serviços e custos entre as EFPC, fortalecer o relacionamento com a Conecta, entre outros.

Por fim, o pilar “Cultura de Transformação” tem direcionadores para criar programas para divulgar, educar e conscientizar sobre previdência, trilhas de conhecimento focadas em gestão, fomentar a autoavaliação em conselhos e incentivar a reestruturação do modelo previdenciário, mais alinhado à nova realidade do País.

Projetos e atividades – A partir dos eixos foram definidos seis projetos, sendo cada um deles divididos em atividades-chave a ações. A denominação dos projetos é a seguinte: Previdência Complementar para Todos; Sem Fins Lucrativos Sim, Fechada Nunca Mais; Expansão ou Morte; Operação Descomplica; Projeto de Gestão – A Maior de Todas as Tecnologias; Força do Coletivo – Compromisso com o Futuro. Em cada um dos projetos, atividades e ações são relacionados Grupos de Trabalho (GTs) formados pelos membros da Diretoria da Abrapp, Comissões Técnicas e Comitês, que ficam encarregados pelo seu desenvolvimento e cumprimento. O objetivo é a realização das ações durante o biênio 2023/2024. 

Para viabilizar os Encontros Regionais, a Abrapp conta com grandes parceiros. Acesse o site no link abaixo para conhecer mais sobre cada um: Patrocínio ouro: Bradesco Asset Management. Prata: Global X, Itajubá Investimentos e Santander Asset Management. Bronze: BNP Paribas Asset Management e Trígono Capital. Apoio: Fator, HMC Capital, IAP, Mirae Asset e PFM.

 

Clique aqui para conferir as datas e as inscrições para os próximos Encontros Regionais. 

(Por Jorge Wahl e Alexandre Sammogini)

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