Entrevista: ¨A abertura da taxa de juros trouxe volatilidade, mas também criou oportunidades¨, destaca Paulo Werneck, da Petros

A Autorregulação e a defesa do ato regular de gestão são grandes bandeiras defendida pelo Sindapp, sindicato patronal das EFPC. Nesta entrevista ao blog do Sindapp, o Diretor de Investimentos da Petros, Paulo Werneck, destaca o extenso trabalho feito pela entidade para robustecer as ações nessa frente.

A Petros possui o Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos e, inclusive, afirma o Diretor, tem a intenção de renová-lo no início de 2023.

Werneck conta ainda como a entidade tem conduzido a imunização das carteiras dos planos, entregando bons resultados em meio às oscilações de mercado, e integrado os aspectos ESG ao seu portfólio.

Confira:

Blog do Sindapp: O Sindapp tem como uma de suas principais bandeiras a defesa do ato regular de gestão. A Petros fez avanços importantes em sua governança. Como esses controles refletem na área de investimentos?

Implementamos avanços muitos importantes na área de governança nos últimos anos. Especificamente na área de investimentos, reavaliamos toda estrutura de governança com o apoio da consultoria McKinsey, implementando as melhores práticas de mercado, revisando processos de investimentos, aprimorando o fluxo de aprovação e conferindo maior governança e controle.

Em outra frente, expandimos o trabalho de projeções econômicas, fundamentais para o processo decisório de alocação de recursos. Além disso, criamos o Comitê de Riscos e reformulamos o Comitê de Investimentos, com membros externos independentes. Também passamos por um processo de avaliação de governança de investimentos conduzido pela Fitch Ratings, que reconheceu todo o trabalho voltado para o fortalecimento da governança da Petros como Forte (4 estrelas, em escala de 1 a 5 estrelas), tendo recebido nota máxima em um dos pilares da avaliação, referente a Recursos de Investimentos.

A entidade aderiu aCódigo de Autorregulação em Governança de Investimentos da Abrapp. Como avalia a importância dessa adesão aos stakeholders? 

Ao aderir ao Código de Autorregulação em Governança de Investimentos da Abrapp, assumimos publicamente o nosso compromisso com o aperfeiçoamento contínuo das boas práticas de governança, compliance e integridade. A iniciativa chancela a qualidade do intenso trabalho desenvolvido na Petros nos últimos anos e o nosso alinhamento aos princípios de boa governança em investimentos.

Nosso objetivo para o início de 2023 é, inclusive, renovar o Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos da Abrapp, que avalia políticas, normas, processos e programas de aprimoramento de governança. O resultado dessas avaliações mostra a excelência dos serviços entregues aos nossos participantes.

Também somos signatários do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, do Instituto Ethos, reforçando nossa atuação com ética e integridade no ambiente corporativo e a condução dos negócios de forma responsável e sustentável.

Em novembro você completa 1 ano como Diretor de Investimentos da Petros, em um cenário econômico bastante desafiador com mudanças drásticas em taxas de referência, como a Selic, e novos riscos advindos do cenário global. Como avalia esse período? 

O ano foi marcado por incertezas em relação à inflação e às taxas de juros no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. A inflação nos EUA chegou aos maiores níveis em 40 anos ao longo de 2022, o que produziu um debate relevante se o aumento dos juros americanos atingiria ou não níveis recessivos. No Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, passou de 2% no fim de 2021 para 13,75% neste ano para enfrentar a alta de preços.

Essa abertura da taxa de juros trouxe volatilidade aos mercados, mas também criou oportunidades. Temos aproveitado bem o momento, adquirindo títulos públicos acima da meta atuarial. Estamos conduzindo também um processo de redução de risco da nossa carteira desde o ano passado, o que nos ajudou a performar bem.

Mesmo com os desafios da conjuntura econômica, a maioria dos nossos planos de contribuição variável e de contribuição definida, por exemplo, estão desempenhando acima da média do mercado. O PP-2, maior plano de contribuição variável do país, está com rentabilidade acumulada de 8,3% no ano até setembro, acima do objetivo de retorno de 7,7%. Nos últimos 60 meses, o PP-2 rende 55,2%, bem acima do retorno de 34,1% do CDI (indicador de referência do mercado) no mesmo período.

Quais as perspectivas para 2023?

Clique aqui para ler a entrevista completa no site do Sindapp. 

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