Entrevista: “É preciso mudar a percepção do cliente sobre a poupança previdenciária”, afirma a diretora-presidente da Regius

Nilza Rodrigues Morais, diretora-presidente da Regius

Certificação de processos, cultura comercial e crescimento via planos instituídos estão na agenda estratégica da Regius. Com mais de três décadas de existência, a entidade multipatrocinada com sede em Brasília vive uma intensa transformação. A diretora-presidente da entidade, Nilza Rodrigues Morais, conta nesta entrevista exclusiva ao Blog do Sindapp as motivações para esse processo e as oportunidades e desafios percebidos na previdência complementar fechada. “É preciso sair da zona de conforto”, destaca.

Confira alguns trechos da entrevista:

Blog do Sindapp: Como foi o início de sua trajetória profissional no regime fechado de previdência complementar?

Comecei a atuar de maneira efetiva na previdência complementar fechada em 2011, quando o BRB – Banco de Brasília, patrocinador fundador da Regius, indicou-me para ser a diretora financeira da entidade. Essa indicação decorreu da minha longa experiência nos processos de administração e gestão de fundos de investimento. Minha trajetória no BRB sempre foi na área financeira, na mesa proprietária e depois na Asset. Após quatro anos como diretora financeira na Regius, voltei a trabalhar na patrocinadora e, em 2018, retornei para a entidade, desta vez como diretora-presidente.

O percentual de mulheres em cargos de diretoria em empresas e entidades fechadas ainda é pequeno, mas crescente. Como você percebe esse ganho de representatividade da liderança feminina?

No início da minha carreira, eu era uma das poucas mulheres atuando no mercado financeiro. Não me intimidei com o ambiente mais masculino e nem acho que as mulheres devam se intimidar por causa disso. Em termos de competências, não há diferenças entres homens e mulheres. Administro times há muitos anos e sempre gostei de trabalhar com pessoas diversas. As características de homens e mulheres se complementam e isso traz ganhos para a produtividade e os resultados de forma geral.

A Regius passou por momentos importantes recentemente, como a expansão de seus planos a familiares de participantes e a conquista do Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos. Quais foram os principais fatores para o sucesso dessas iniciativas, considerando a relação da Diretoria com o Conselho da entidade?

Somos uma entidade com um DNA muito financeiro, afinal nossa patrocinadora fundadora é uma instituição financeira, e sabemos que o mercado financeiro tem gosto por processos certificados, além de ter regulação e autorregulação muito fortes.

Qual foi a análise que fizemos na Regius? Avaliamos o ambiente interno, analisamos o ambiente externo e percebemos a trajetória de aumento de concorrência e também de novas oportunidades no mercado de previdência. E, um dos nossos referenciais estratégicos, o que queremos, é o crescimento. Nós administramos os recursos de nossos clientes por muitos anos; a relação do participante com um plano de previdência, a depender do momento de entrada, pode ser de 50 anos ou mais. Então, como vamos administrar esses recursos por tanto tempo sem demonstrar para o cliente – e não basta ser, precisa demonstrar – que ele pode confiar na entidade, que o recurso está em boas mãos?

Como aumentar a representatividade e reforçar a confiança dos participantes?

Uma das nossas decisões foi iniciar as certificações de processos. Obtivemos o Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos do sistema Abrapp, Sindapp e ICSS, e atualmente estamos no processo para a obtenção do Selo de Autorregulação em Governança Corporativa. Também revisamos toda a nossa parte de compliance e vamos buscar o Selo Pró-Ética (Cadastro Nacional de Empresas Comprometidas com a Ética e a Integridade).

Precisamos demonstrar ao nosso cliente que o recurso dele está bem administrado e em boas mãos. Quem vai dar essa chancela? O mercado. Tem que ser uma visão de fora, que reforce essa certeza para o participante.

O mercado mudou bastante e precisamos estar inseridos com esse olhar. As entidades patrocinadas estavam há algum tempo, de certa forma acomodadas, porque os planos eram patrocinados e os participantes não tinham muita mobilidade, então acabavam ficando ali. Mas quando olhamos para as transformações do mercado, percebemos que essa acomodação acabou; precisamos crescer e fazer esse movimento. Então, essas iniciativas foram bem recebidas pelo nosso Conselho e pelos nossos participantes também.

Clique aqui para ler a entrevista completa no Blog do Sindapp, em que Nilza compartilha a visão da entidade acerca de cultura comercial, crescimento via planos instituídos e ofertas de novos formatos e soluções aos participantes.

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