Entrevista: “Previdência é Coisa de Jovem” se consolida e terá novidades para 2022

A iniciativa “Previdência é Coisa de Jovem”, promovida por UniAbrapp e Abrapp, começou em 2017, com uma primeira participação por meio de um estande na Expo CIEE, para promover a cultura previdenciária entre os estudantes brasileiros.

Desde então, o projeto só cresceu. Foram mais quatro participações na ExpoCIEE. A primeira apresentação no 40º Congresso Brasileiro de Previdência Privada, ainda presencial, reuniu mais de 100 jovens do ensino médio. Nas edições seguintes do Congresso, em formato online, as “lives” foram promovidas no Espaço UniAbrapp. A última, do 42º CBPP, bateu todos os recordes, já somando 19.500 visualizações do vídeo que segue disponível no YouTube.

O “Previdência é Coisa de Jovem” possui perfis no Tik Tok e Instagram (@previdenciacoisadejovem), somando mais de 1,3 mil seguidores na última rede. O objetivo é disseminar uma cultura de cuidado com o futuro através da educação financeira e previdenciária. E tem novidade para 2022: o início da ação #PCJresponde, com a publicação de vídeos quinzenais nas redes respondendo as principais dúvidas dos jovens sobre previdência complementar.

Porta-voz oficial da iniciativa, com o apoio dos times de Comunicação e Marketing, Educação, Eventos e Relacionamento da Abrapp e UniAbrapp, Cristiano Verardo conta nesta entrevista como foi o início do seu envolvimento com o projeto, a importância da pauta de educação para as EFPCs e o que vem por aí! Cristiano é também Diretor de Seguridade e de Comunicação da Vexty.

Blog Abrapp:  Como você começou a se envolver com a iniciativa “Previdência é Coisa de Jovem”?

Cristiano Verardo: Esse “apaixonamento” começou em dois momentos diferentes. Em 2014, a EFPC para qual trabalho contratou uma profunda pesquisa para entender o público jovem de nossas Patrocinadoras. A ideia era conhecer mais e mais como essa turma lidava com dinheiro, com planejamento de longo prazo, o que tinha de objetivos de vida, o que conhecia em termos de educação financeira, como conseguiríamos motivá-los, provocá-los etc. Houve resultados surpreendentes.

Desde então, passamos a implantar ações voltadas a este público, ou pelo menos motivadas por eles. Demos passos mais sólidos em relação às experiências digitais, mudamos muito a comunicação da EFPC e investimos em novas ferramentas. Em 2017 fomos convidados por uma Patrocinadora para produzir um conteúdo que “conversasse com jovens” que estavam entrando no grupo empresarial.

Creio que, por volta de 2017, 2018, a Abrapp também iniciou seus esforços de buscar mais aproximação com esse público-alvo. Lembro do vídeo feito pela Associação na Av. Paulista, com algumas entrevistas a jovens sobre o que é previdência complementar. Logo depois surgiu a palestra “Previdência é Coisa de Jovem” em evento do CIEE, inicialmente conduzida por Lucas Nóbrega e por Glauco Milhomem, em 2018, entre outros especialistas que já palestraram (Ana Paula Peralta e Claudia Campestrini em 2019). Sei que logo depois o Previdência é Coisa de Jovem e eu fomos “apresentados” e o apaixonamento foi imediato.

Desde 2020 você tem realizado palestras para essa iniciativa. O que o motivou a participar do projeto?

A motivação principal é conseguir despertar nos jovens a validade, a necessidade, a vantagem de começar cedo em relação ao planejamento de pós-carreira! Se conseguirmos isso, semear essas provocações na mente dessa turma, conseguiremos atuar na mudança de cultura que, futuramente, se transforma em ação!

Qual a sua visão acerca dessa experiência, após várias lives de sucesso e convites para falar sobre o tema?

Não é nem otimista nem pessimista. Sinceramente, minha visão é a de fazer algo que deve ser feito. Sei, como “executivo que sou”, que os resultados de ações educacionais são vistos no longuíssimo prazo. O negócio de influenciar jovens em relação a uma postura mais previdente está no âmbito da mudança de cultura – e cultura não se muda de um dia para o outro.

De fato, a pandemia de Covid-19 trouxe estragos inimagináveis para a sociedade, mas é fato que conseguimos criar oportunidades. Lembro-me da palestra presencial com jovens do CIEE no Congresso da Abrapp de 2019. “Bombou” com… uns 90 garotos e garotas. E o sucesso não foi apenas pela quantidade de pessoas, mas porque conseguimos (tenho certeza) tirar essa turma da zona de conforto. Agora, com o advento das apresentações por meio de plataformas digitais, nosso impacto é multiplicado, nosso alcance é exponencial. A partir de agora, conseguimos entregar conteúdo de alta qualidade em termos de despertamento para jovens “dos quatro cantos do país”, não apenas no “ao vivo”, mas por meio das gravações, dos cortes!

Enfim, minha visão é bem clara: tem que continuar. Educar é um trabalho de evangelismo. Você faz pela nobreza do tema, faz porque “isso é o certo a fazer”, sem olhar apenas ou com uma atenção desproporcional para o resultado de curto prazo, que é dificílimo de medir. Educar é aculturar. E cultura é trabalho de longo prazo. Que privilégio que eu, como integrante da Vexty, posso servir de uma forma tão significativa e bacana ao nosso segmento.

Por que é importante que esse assunto esteja na pauta das EFPCs?

Eu preciso começar essa resposta pensando como “membro de diretoria executiva”, para não romantizar muito. Na verdade, na verdade, o tema de educação financeira e previdenciária não precisa necessariamente estar na prioridade das EFPCs. Sou testemunha dos diversos desafios cotidianos envolvendo investimentos, seguridade, comunicação, atendimento, riscos, auditorias, jurídico, conformidade, governança. Fazer bem “o básico” de uma EFPC é um trabalho muito difícil. De fato, sobra “quase nada” de tempo e investimento para iniciativas educacionais.

Mas é aí que aparecem os entusiastas das EFPCs. Gente que, sabedora de tudo isso, ainda tenta, se esforça, provoca, promove, sugere que a educação financeira e previdenciária se mantenha viva, como uma entrega de alto valor agregado das EFPCs para a sociedade, na figura dos Participantes, Assistidos e Familiares.

O que as associadas podem fazer para reverberar essas ações?

O assunto da educação deve, na minha opinião, pelo menos estar “no radar” da EFPC, da Diretoria Executiva, dos Conselhos. E hoje em dia há uma séria de ações que custam razoavelmente pouco. As mídias sociais permitem isso. Palestras feitas por “gente das EFPCs” permitem isso. Campanhas de comunicação permitem isso. Um celular, uma boa iluminação e um bom roteiro permitem isso. Dá para fazer. O “Previdência é Coisa de Jovem” é um exemplo disso.

Quais suas perspectivas para as ações do Previdência É Coisa de Jovem em 2022?

Ah, são várias. Mas, na verdade, não são as minhas expectativas que importam (risos), mas as da Abrapp e de suas associadas. Com certeza, a associação espera continuar promovendo a cultura de planejamento de pós-carreira junto ao público jovem, onde ele estiver.

A parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) já está consolidada e conseguimos, por meio dessa instituição, chegar aonde a Previdência Fechada não conseguiria chegar sozinha! Imagina esse impacto de “Abrapp fazendo o que está nas suas mãos fazer”, “Associadas idem”, “Previdência é Coisa de Jovem também”? Isso vira um movimento. Queremos os jovens (e suas dúvidas, suas experiências, seus receios) mais perto da gente, por meio das mídias sociais. Temos muito conhecimento do lado de cá e há nitidamente uma sede de conhecimento do lado de lá.

Queremos ser uma influência próxima, disponível, confiável e de qualidade junto aos jovens. Aí você me pergunta: “Mas Cristiano, há milhões de jovens e vocês chegarão em apenas alguns milhares”. E eu te respondo: “Nós vamos em busca dos milhões, mas se formos um apoio de qualidade para milhares, eles serão multiplicadores e, aí, chegaremos nos milhões”.

Shares
Share This
Rolar para cima