Forma vale mais do que conteúdo na hora de mostrar o valor da Previdência

A expressão “dever fiduciário” é um mantra de quem trabalha no sistema de Previdência Complementar e sempre está presente nas comunicações aos participantes dos planos. Mas será que ela é entendida em sua plenitude? E uma vez entendida, gera bem-estar e a sensação de que é um investimento e não uma despesa? Inquieto com a forma como o sistema apresenta os dados contábeis e mesmo o conceito de previdência aos participantes, Sérgio Allan Epaminondas Cabral, contador da Funpresp-Jud, preparou um e-book com orientações para o processo de comunicação das EFPC.

Cabral fez uma apresentação sobre o tema em evento realizado pela Ancep, no ano passado. “O contador tem muitos dados e gera muitas informações que vão para os participantes. Um dos pontos que abordo é importância da empatia, já que comunicar previdência é um desafio, pois trata-se de um produto que não apresenta resultado imediato. É como frequentar a academia, leva um tempo para mostrar os efeitos, só que no caso da Previdência pode levar 40 anos para o participante entender o valor da decisão que ele tomou no passado, de permanecer contribuindo”, compara.

O contador observa que há muitas questões comportamentais que interferem nas decisões de participantes e que, mais do que instrumento financeiro e de planejamento, a Previdência deve ser transmitida como um hábito que as pessoas têm de adquirir, assim como aderem a um regime de alimentação e de exercícios para manter o bem-estar durante a longevidade. E sendo comportamental, esse desafio não é só brasileiro, também é mundial.

Cabral conta que o e-book também foi construído com base em sua própria experiência, formada pela pós-graduação em Business Intelligence e em Planejamento Estratégico, e também pela rotina de trabalho no Funpresp-Jud, que é um fundo novo e tem o desafio de quebrar uma característica muito forte, a previdência antiga do servidor público. “É um participante que se aposentava com integralidade e paridade dos ativos”.

Nesse processo, o contador disse que passou a realizar a reunião conjunta das demonstrações contábeis. Antes havia dificuldades com os órgãos de governança, o Conselho Deliberativo (CD), o Comitê Fiscal (CF) e Comitê de Auditoria, pois as apresentações eram separadas, as dúvidas eram pulverizadas. Quando a reunião passou a ser conjunta, os questionamentos e observações foram vistos por todos e as aprovações ocorreram na mesma página.

“O desafio é sempre entender, antes de uma apresentação, quais são as dores e dúvidas do CD e qual é a do CF. Faço a coleta delas ao longo do ano para que a apresentação possa ser feita com base em dados que respondam as perguntas deles, que têm dúvidas e precisam tomar decisões importantes, que impactam a vida de 28 mil participantes”, afirma.

Cabral diz que os pontos principais do e-book para as EFPC aprimorarem a comunicação e a forma de transmitir os conteúdos sobre Previdência são:

  1. A forma é mais importante do que o conteúdo
  2. Ousar e fazer diferente: tentar outro caminho é ser estratégico
  3. Ser empático: escutar ativamente o que solicitam. Se um conselheiro faz o mesmo questionamento mais de uma vez, isso deve estar no relatório
  4. Menos é mais: simplificar é a saída para evitar a maldição do conhecimento. O cérebro da diversão é o mesmo do trabalho, por isso, a simplificação permite a assimilação do conteúdo. “A música mais simples é a que cola no ouvido.”
  5. Se o participante não entende o conteúdo, a culpa é do comunicador. A apresentação deve lançar mão do poder das histórias, com começo, meio e fim.

Clique aqui para baixar o e-book.

Disclaimer: a opinião de Sérgio Cabral não reflete a opinião do Funpresp-Jud.

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