Faltando apenas três meses para a entrada em vigor da nova Resolução da Comissão de Valores Mobiliário, a RCVM 175, a movimentação do mercado para os devidos ajustes ainda deixa a desejar. Levantamento realizado pela LUZ Soluções Financeiras junto a 36 entidades de previdência complementar mostra que apenas 50% das entidades já avaliaram os possíveis impactos da nova legislação sobre a gestão dos investimentos. No que se refere à expectativa de impactos, a percepção das entidades é que as novas regras devem impactar pouco a dinâmica dos fundos.
Apesar de todas as mudanças trazidas pela nova legislação, o levantamento, realizado no começo do mês de junho, revela que 42% das entidades esperam um impacto pequeno na sua rotina. “A expectativa de baixo impacto explica o fato de somente metade das entidades pesquisadas ter começado a avaliar as mudanças que a Resolução 175 deve proporcionar na gestão dos investimentos”, ressalta Leonardo Ozorio, Diretor de Relações Institucionais da LUZ Soluções Financeiras. “Com menos de três meses para a entrada em vigor da Resolução e com a Previc já discutindo, inclusive, os ajustes necessários na CMN Nº 4994 que acontecerão com a 175, nos surpreende as entidades esperarem um baixo impacto em suas rotinas”.
De acordo com a sondagem, 11% esperam um impacto baixo em termos de rotina e 42% acreditam em um impacto mediano. No que se refere às ações já iniciadas, 17% contrataram uma empresa externa para ajuda nos ajustes e 22% organizaram grupos de trabalhos internos. “Porém, 61% das entidades pesquisadas afirmaram que estão aguardando a mudança entrar em vigor para começar a agir”, ressalta Ozorio.
O levantamento também buscou identificar quais referências regulatórias o mercado de previdência complementar acredita ser a melhor para as próximas mudanças. Nesta questão, 52% das entidades sinalizaram o Banco Central, com as regras que se aplica aos bancos, como a melhor referência. A Previc foi citada por 25% da amostra e o mercado internacional, com as regulamentações existentes na Europa, foi destaque para cerca de 16% das entidades.
Outro ponto importante, destaca Ozorio, é a necessidade de as entidades também estarem atentas em como os gestores e administradores estão se reenquadrando às normas com a entrada da RCVM 175. “A LUZ está, inclusive, avaliando a evolução dessa adequação de perto, durante a rotina de due diligences que está executando nesse momento”, destaca Ozorio.
Por fim, a pesquisa também buscou identificar a percepção das entidades sobre os custos envolvidos nas adaptações necessárias para as mudanças nas legislações aplicáveis. Entre todos os participantes, 58% afirmaram perceber aumento de custos por conta das adaptações necessárias com as mudanças regulatórias.
“Perante esse cenário, a expectativa para essa reta final é que as entidades passem a avaliar mais profundamente os possíveis, e muito prováveis, impactos da RVCM 175 na gestão dos seus fundos e que as entidades estejam de olho, também, em quais gestores estão realizando essa importante readequação e como este processo está sendo realizado”, destaca Ozorio.
*Matéria enviada pela consultoria LUZ Soluções Financeiras