Os brasileiros, mostram os números da OCDE- Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento, investem muito pouco no Exterior. É apenas 1% dos recursos disponíveis para alocação e, para se ter ideia do quanto isso é pouco ou quase nada, basta dizer que na outra ponta está a Holanda, com 80%. Mas não se precisa ir tão longe, é suficiente ver que o Chile e o Peru já chegaram aos 44% e nem a Colômbia (35%) e tampouco o México (14%) fazem feio nesse ranking, onde na média os países gira em torno de 30%. Quem trouxe esses números foi Phylipe Corsini, associate partner do BTG Pactual, expositor na manhã de hoje (17) na Palestra Técnica 8 do 41º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), voltada para o tema “Descobrindo o Potencial de Investimentos no Exterior“, junto com Laura Seabra, também do BTG. O que ambos mostraram com isso é que ao Brasil não faltam espaço para crescer nesse tipo de estatística muito menos – com a Selic na marca dos 2% – motivos para investir globalmente.
Phylipe e Laura mostraram que apesar da dramática queda dos juros ao longo dos anos – acentuada nos últimos dois anos, apesar da elevação nos mercados futuros mais recentemente – o impacto disso no retorno da renda fixa está longe de ser a única razão para se investir globalmente. Eles argumentaram com a elevada correlação da Bolsa brasileira e a necessidade de se investir fora do País para de fato se exercer uma política mais agressiva de diversificação. “Não importa o estilo de gestão, é difícil diversificar ficando só na B3”, reforçou Phylipe.
É possível e desejável que tal diversificação seja alcançada tanto em tornos de ativos e setores, como de moedas e regiões investidas.
E isso se torna crescentemente mais fácil a cada dia, considerando a variedade de fundos que espelham ou mesmo replicam estratégias encontradas no Exterior. E Phylipe mostra uma das principais razões para isso? “é imensa a busca dos gestores internacionais por distribuidores de seus produtos no Brasil”, sintetiza ele.
O limite por enquanto é dado pela norma. Nesse sentido, ele disse torcer para que o teto dos investimentos autorizados no exterior se eleve o mais rapidamente possível de 10% para 20%, notando que com isso os fundos de pensão brasileiros estarão não apenas ganhando a chance de maiores retornos como minimizando riscos.
Investimento em infraestrutura – Na Palestra Técnica 9, no final da manhã de hoje (17), voltada para o tema “As Oportunidades Capturadas no Setor de Infraestrutura a Partir de Análise Minuciosa em Renda Variável“, Alexandre Sabanai e Carolina Rocha, ambos da Perfin Asset, mostraram pontos importantes aos quais deve estar atento quem investe em infraestrutura.
Com base na bem sucedida experiência da Perfin, boa parte dela em investimentos em energia (linhas de transmissão e energia eólica e solar) apontou como ponto importante é o investidor saber se quem recomenda o ativo está investindo capital próprio nele.
Eles enfatizaram muito a necessidade de o investimento ser precedido por uma profunda análise fundamentalista, que desça a detalhes. A Perfin, explicaram, submetem as empresas em análise a um exame do qual resulta uma nota, que não pode ser inferior a 4, num modelo de zero a 6.
As empresas são analisadas sob aspectos como governança, respeito ao meio-ambiente, sustentabilidade, riscos políticos envolvidos, qualidade dos executivos, vantagens competitivas e grau de alavancagem, entre outros.