Está disponível para consulta a edição n. 437 (novembro e dezembro de 2021) da Revista da Previdência Complementar. A matéria de capa “Carteira Verde: Diversificação ganha novo olhar”, trata da evolução dos portfólios que utilizam critérios ESG. Leia a seguir o editorial da edição:
Por Flávia Silva
Após o bem-sucedido 42º Congresso Brasileiro de Previdência Privada, que reuniu 4.500 participantes na plataforma virtual do grupo Abrapp, a sensação que fica é de muita troca e aprendizado. Ao longo de quatro dias intensos, especialistas nacionais e internacionais, representantes do governo, dirigentes e pensadores discutiram os mais variados temas, de digitalização à sustentabilidade, passando por modelos de negócios, Medicina e políticas públicas, dentre tantos outros. Seria impossível, portanto, analisar todo o conteúdo do evento numa única edição. Todavia, dentro da nossa linha editorial, nos propusemos a investigar, contextualizar e compilar algumas das principais ideias e assuntos abordados.
Num par de matérias, reunimos tanto o presente quanto os cenários futuros do ambiente de investimentos, profundamente impactado pela pandemia no Brasil e no exterior. Daqui para frente, concordam analistas, mais peças serão adicionadas ao já complexo quebra-cabeças que compõe a incessante busca por retornos superiores. E por aqui, mesmo diante da elevação dos juros, o que se espera é o aumento das alocações em crédito privado e nas chamadas “carteiras verdes”, objetos de nossa matéria de capa.
Não poderíamos, tampouco, deixar de olhar mais atentamente para a evolução das pensiontechs e para a disseminação de desenhos de planos hoje geograficamente mais restritos. Afinal, mundo afora, não faltam esforços por ampliar a cobertura da Previdência Complementar, seja via empregadores que não possam (ou queiram) manter um programa BD ou CD “puro”, seja via fintechs que miram, em especial, o setor informal. Aliás, vem do exterior uma abordagem de comunicação recém desenvolvida para que os gestores previdenciários “conversem” e engajem, de forma mais efetiva, indivíduos de “meia-idade”, que embora já não tenham um horizonte de poupança tão longo pela frente, ainda dispõem de alguns bons anos para acumular uma renda de aposentadoria.
Voltando-nos para o fomento e a segurança jurídica do sistema brasileiro, que passa necessariamente por assuntos mais cotidianos e nem por isso menos importantes, tratamos do atual estágio de implantação do CNPJ por plano, que foi prorrogada, bem como de potenciais medidas (legislativas ou não) para proteger o ato regular de gestão.
Nas próximas páginas, o leitor encontrará, ainda, uma instigante entrevista exclusiva com o economista Raul Velloso e sua perspectiva diferenciada sobre o teto de gastos, previdência e investimento público. Compartilhamos também a abordagem da Prece, que atravessa o processo de privatização de sua principal patrocinadora, a Cedae, com muito planejamento e otimismo. A postura da entidade carioca, que prefere enxergar as oportunidades ao invés das ameaças trazidas pelo novo marco do saneamento, certamente servirá de inspiração para outras EFPCs. Até 2022!