Seminário de Investimentos nas EFPC aborda geração de valor por meio de investimentos internacionais

A diversificação é o caminho para um portfólio navegar bem em diferentes cenários macroeconômicos. E uma maneira de fazer isso é por meio de investimentos internacionais, levando em consideração o ambiente macroeconômico, a correlação negativa com ativos locais, e a decisão de fazer proteções por meio de hedge. Esses foram os principais tópicos do painel “Investimentos Internacionais: Alternativas para Gerar Valor”, da 12ª edição do Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC. O evento acontece nos dias 27 e 28 de junho, das 9h às 18h, presencialmente no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

O painel foi moderado por Lucas Ferraz Nóbrega, Membro do Comitê de Ética da Abrapp, e teve como palestrantes Andre Leite, CIO da TAG Investimentos; Guido Chagas, Head of QIS LatAm do Santander Asset Management; e Rafael Daher, Indexed Investments Specialist da DWS.

André Leite, da TAG, abriu o painel apresentando o cenário macroeconômico internacional, e o problema que aflige o mundo desenvolvido: a alta taxa de inflação. Segundo ele, os Bancos Centrais de Estados Unidos, Europa, Noruega e Reino Unido estão revisando as taxas terminais de juros, cujas elevações já causam uma desaceleração da economia, mas não ainda uma recessão, já que as taxas de desemprego estão baixas.

“O grande desafio do FED será baixar a inflação por meio do soft landing, ou seja, ajustes nas taxas que não provoquem recessão. Quando observamos o histórico dos EUA, em raras vezes o Banco Central conseguiu reduzir a inflação dessa maneira. Na maioria das vezes ocorreram processos recessivos para que isso ocorresse”, afirmou. Segundo ele, a China também passa por um processo de crescimento econômico “raquítico”.

Nesse cenário desafiador, ele considera que índices internacionais, como o Nasdaq, e as moedas estão com desempenhos razoavelmente estáveis. “O dólar contra diversas moedas apresenta estabilidade. No detalhe, nos mercados emergentes, o peso colombiano, peso chileno e real estão com desempenho melhor”, afirmou.

Na opinião de Leite, o índice S&P 500 parece estar na média da precificação, mas quando comparado com o título público americano de 10 anos parece pouco atrativo, dado que o ajuste inflacionário será um processo lento. Ele destacou que não observa competitividade no crédito high yield americano nesse período de ajuste. Segundo ele, na fase de virada de ciclo econômico, o portfólio 60/40 (60% ações e 40% renda fixa) pode voltar a fazer sentido, já que os ajustes na política monetária estão quase concluídos. No caso dessa estratégia, o dólar seria o amortecedor no lugar do CDI. “E nesse caso, a inclusão de investimentos alternativos no portfólio melhora o perfil de risco e retorno dos investimentos. O processo de seleção é fundamental”, concluiu.

 

Importância da diversificação

Guido Chagas, do Santander Asset Management, abordou a importância da diversificação para buscar um retorno superior com o mesmo nível de risco. A questão, destacou, é combinar de forma adequada os ativos no exterior, sejam os de renda fixa ou de renda variável. Outro ponto é a gama diversa e ampla de ativos internacionais, que devem ser selecionados em busca de correlação negativa com ativos brasileiros. “E pensar se faz mais sentido buscar ativos da Europa e Ásia em alguns casos, do que nos Estados Unidos. No Brasil temos poucas alternativas de ações de healthcare e tecnologia”, afirmou.

Ele apresentou cenários nos quais se buscou controlar a volatilidade, e destacou como o comportamento dos ativos, em termos de risco e correlação, mudam de acordo com as condições econômicas. “A alocação deve se adaptar ao cenário econômico para que atenda o objetivo de cada entidade”, disse.

Em termos de proteções por meio de operações de hedge, Chagas avaliou que não considera o hedge total positivo como regra geral, pois depende de cada caso. “Consideramos interessante o hedge dinâmico, que varia conforme o humor do mercado. A diversificação é importante para a parcela de investimentos no exterior”, concluiu.

 

Inteligência artificial

Rafael Daher, da DWS, apresentou alocações internacionais nos portfólios. Destacou o portfólio baseado em alocações táticas e de acordo com momento de mercado e também o de mais longo prazo, de 5 a 10 anos, que conta com a migração de estratégias ativas para a geração de alfa. “A alocação internacional precisa compor um portfólio eficiente, de baixo custo, transparência e liquidez. Ele apresentou as estratégias core, baseadas nos índices MSCI e S&P.

No cenário atual, de indefinições sobre o prazo de desaceleração do processo inflacionário em diversos países, ele destacou a estratégia minivol, que tem como diferencial a correlação negativa com o MSCI World. “Observamos desde o começo do ano oportunidades em crédito high yield europeu. Outro ativo que não podemos deixar de fora é o ETF de empresas do setor de inteligência artificial. São ativos com baixa correlação com o Ibovespa e o IMA-B Geral. Trazemos soluções e a definição do momento de alocação adequado é de cada EFPC”, destacou.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Black: XP e S&P Dow Jones Indices; Patrocínio Ouro: AZ Quest, BNP Paribas, Bradesco Asset Management, BTG Pactual Asset Management, Carbyne Investimentos, DWS Xtrackers, Global X Etfs, Inter, Investo, Itajubá Investimentos, Kadima Asset Management, Perfin, Rio Bravo, Santander Asset Management, Schroders, Sparta, TAG Investimentos, Trígono Capital, Vinci Partners; Patrocínio Prata: BB Asset, Galapagos Capital, HMC Capital; Patrocínio Bronze: Aditus, ARX, Franklin Templeton, Indie Capital, MAG Investimentos, RJI Investimentos, SulAmérica; Apoio: Bahia Asset Management, BlackRock, Fator, Hashdex, Leblon Equities, Método Investimentos,Patria Investimentos, StepStone.

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