Entrevista: Alternativas para começar ou ampliar a alocação em ativos no exterior

Roberto Teperman

O mundo dos investimentos no exterior é muito amplo, com uma infinidade de alternativas. Para quem está começando a investir ou pretende ampliar a carteira de ativos no exterior, quais as principais recomendações? Em entrevista exclusiva ao Blog Abrapp em Foco, Roberto Teperman, Head of Sales da Legg Mason, aborda o tema das vantagens e orientações para se investimentos no exterior.

“Um bom exemplo de alternativa, como mencionado, seria uma estratégia de “multi-asset” que compra vários fatores de mercado”, diz o gestor em trecho da entrevista. Confira a seguir na íntegra:

Em relação aos investimentos no exterior, quais as opções para diversificar as alocações?

Essa é uma pergunta importante a ser feita, pois a quantidade de ativos e alternativas no exterior é infinitamente maior que no Brasil e que nós representamos uma parcela muito pequena dos ativos Globais. Mas como tudo na vida em que o desconhecido se faz presente, deveríamos começar pelo básico e pelo básico entenda-se montar um portfólio que se comunique com a sua carteira local. Nós quando rodamos um estudo de alocação para uma EFPC no exterior pedimos que ela primeiro nos explique qual é o objetivo de se investir no exterior. Depois passamos a analisar o comportamento da cota diária do portfólio local da entidade para que o portfólio a ser montado no exterior se comunique com o local. E por fim, é necessário fazer ajustes finos.

Quais são as principais classes de ativos?

Como mencionado existem inúmeras alternativas que vão desde um fundo que simplesmente acompanha a taxa de juros de um determinado país até alternativas de renda variável específicas em uma determinada região, país ou mesmo um setor específico. De uma forma geral as EFPCs tem comprado Renda Fixa que não estão atrelados a nenhum benchmark, a fim de se explorar todas alternativas do espectro da Renda Fixa como juros e câmbio ou alternativas na Renda Variável com mais ênfase em Estados Unidos e Global.

Você recomendaria a realização de hedge ou não?

Essa é a pergunta que ninguém tem uma resposta certa. O importante é diversificar com o objetivo de que a sua carteira não esteja 100% atrelada ao risco Brasil. Já vimos EFPCs no início desse ano que não investiram numa determinada estratégia que não tivesse hedge pois achavam que o dólar a R$ 4,00 estava muito alto. De uma forma geral. ao se investir no exterior a sua correlação entre ativos locais e exterior já terá uma correlação baixa

Por onde começar a investir no exterior?

Por ativos mais simples, que guardam um certo tipo de comportamento mais parecido com o mercado local. Um bom gestor Global também é de grande valia nesse momento, pois ele provavelmente lhe ajudará com a experiência aprendida em outros mercados e poderá lhe ajudar com as alternativas que façam mais sentido para o portfólio da entidade em determinado momento.

Como montar uma carteira mais adequada para se superar as metas atuariais?

Existem inúmeras maneiras de se montar uma carteira que atenda as metas atuariais, mas além da tradicional diversificação ser um bom começo seria entender qual é o risco/retorno esperado daquela determinada classe de ativos para os próximos 5 a 10 anos. Após entender esse comportamento uma alternativa de estratégia “multi-asset” que compram uma série de fatores através de uma combinação de fundos e ETFs funcionaria muito bem para as entidades de EFPC. Outra boa alternativa seria um fundo que tem como benchmark a inflação esperada mais uma taxa de juros, como por exemplo as estratégias de ações em infraestrutura.

Poderia dar exemplos de algumas alternativas?

Um bom exemplo de alternativa, como mencionado, seria uma estratégia de “multi-asset” que compra vários fatores de mercado. Abaixo temos um exemplo concreto de uma estratégia que faz essa alocação auxiliando as EFPCs na diversificação do seu portfólio. Como podemos perceber, esse tipo de alternativa pronta e diversificada ajuda e muito a responder boa parte das perguntas das EFPCs, além de se ter uma diversificação em exterior que representa uma parcela interessante das alternativas existentes no mercado.

legg mason grafico

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