Palestras técnicas do 41º CBPP: Oportunidades de diversificação no exterior e transferência de riscos

A palestra técnica 15 “Investimentos no Exterior: Oportunidades de Diversificação” trouxe a apresentação de Daniel Castro, Portfolio Manager da Santander Asset Management no terceiro dia do 41º Congresso Brasileiro de Previdência Privada. O gestor começou a palestra abordando os argumentos estruturais para a alocação em ativos e fundos no exterior, em especial a diversificação dos fatores de risco e de moeda.

Daniel Castro mostrou que a economia brasileira representa apenas 3% do PIB mundial. O restante dos países, com 97% do PIB, apresentam uma enorme diversidade de opções em termos de regiões, setores e ativos. Citou como exemplo o índice MSCI World que possui alta concentração em empresas de tecnologia e saúde (health care), que justamente são dois setores pouco representados no Ibovespa e na Bolsa doméstica.

Ele indicou que a diversificação no exterior permite uma complementação setorial importante para a carteira de uma entidade fechada (EFPC) e demais investidores. E lembrou que o MSCI World registrou uma forte recuperação em “V” no período após o advento da pandemia de Covid-19. Daniel mostrou ainda que a valorização dos ativos no exterior em geral foram provocados em grande parte (média de três quartos) pelo efeito cambial.

O gestor da asset do Santander também apresentou uma análise conjuntural sobre os investimentos no exterior e transmitiu uma visão otimista com o longo prazo. Ele argumentou que tanto os programas de recompra de títulos (QE) dos principais bancos centrais mundiais quanto a manutenção de taxas de juros reduzidas colaboram para a manutenção de tendência de alta das Bolsas e ativos globais.

O especialista indicou ainda os principais itens para a seleção de fundos no exterior, como a escolha do benchmark, a utilização do hedge cambial ou não, o tipo de veículo (fundo de fundos), a taxa de administração. Além disso, recomendou a avaliação do processo de investimentos utilizado pelo gestor. 

Riscos atuariais – A palestra técnica 16 foi realizada por Antônio Cássio dos Santos, Presidente e chairman do IRB Brasil – RE com o tema “Transferência de Riscos Atuariais: Oportunidades Vs. Necessidades” para encerrar os trabalhos do terceiro dia do 41º CBPP.  

Respondendo à pergunta que o tema da palestra explicitou, Santos disse que “a transferência dos riscos das entidades previdenciárias para as seguradoras é algo que se vai transformando rapidamente. “Para muitos, é uma necessidade premente. Isso se explica pelas novas condições que vão fazendo com que a soma de eventos possíveis possa representar de fato uma ameaça ao patrimônio e ao equilíbrio dos planos”, comentou.

O Presidente do IRB ressaltou o impacto do ambiente de juros baixos, que reduzem o retorno dos investimentos e torna tudo mais justo desaconselhando que se corra riscos. “Diante disso urge que as entidades de previdência, as seguradoras e o IRB se sentem para conversar e viabilizar soluções”, disse.

 

 

 

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