Há pelo menos dois anos temos batido na tecla de que as mudanças ocorridas no Brasil em âmbito econômico nos últimos anos, sobretudo a redução estrutural nas taxas de juros, trariam consequências muito fortes para o nosso mercado de capitais. Os investidores brasileiros, antes acostumados ao conforto das altas taxas de juros, viam pouco estímulo para deixar a segurança de investir em títulos públicos pós fixados com liquidez diária. Já a partir de 2019, e sobretudo durante todo o ano de 2020, conseguimos visualizar de forma muito clara alguns dos resultados que a redução da taxa de juros proporcionou: sem dúvida o mais notável foi o aumento da participação do investidor pessoa física em quantidade e no aumento do volume médio negociado diariamente na bolsa.
Dados fornecidos pela B3 mostram que o número total de investidores pessoa-física na custódia da bolsa passou de 814 mil ao final de 2018 para 3,2 milhões ao final de 2020, ou seja, um aumento de 4 vezes em um período de apenas dois anos. Obviamente esse número ainda é muito pequeno quando comparado ao total de nossa população, mas sem dúvida esse fenômeno tem ajudado em muito o aumento do volume médio diário negociado em bolsa, que passou de cerca de R$ 10 bi/dia ao longo de 2018 para números superiores a R$ 30 bi/dia em 2020.
Toda essa expansão nos traz uma percepção muito otimista em relação ao desenvolvimento de nosso mercado de capitais, abrindo uma via fundamental de acesso a financiamento para empresas em ciclos iniciais de desenvolvimento, com menor valor de mercado. Não é por menos que tivemos ao longo de 2020 28 IPOs com captação de R$ 117 bilhões, mesmo com todo o ambiente global de pandemia do Covid-19 e retração de atividade. E a tendência para 2021 é de que esse número seja superado, pois nos dois primeiros meses do ano tivemos 13 IPOs com captação de R$11 bilhões. São empresas novas, em setores em que até pouquíssimo tempo atrás não tínhamos nenhuma representatividade em nosso país, como em tecnologia, e-commerce, setores ligados à saúde, pet-shops, entre outros.
E como toda nova oportunidade traz seu desafio, neste campo das Small Caps, mais do que nunca, o investidor tem de estar bem guiado. Nesse mercado o papel do gestor ativo é fundamental. Não é por menos que as ações de Small Caps carregam prêmios maiores, pois os riscos do negócio também são igualmente maiores. O componente “crescimento” carrega uma boa parte desse diferencial de prêmio.
A avaliação correta da capacidade de sucesso do corpo de gestão da empresa é a chave do negócio. Os investimentos corretos, os sistemas, o entendimento do mercado, farão toda a diferença para alcançar os resultados. Tanto essas empresas podem ter seu faturamento, e consequentemente resultados, multiplicados por algumas vezes em questão de anos, quanto podem simplesmente “naufragar” ou não serem capazes de entregarem todo o crescimento esperado.
A gestão ativa é a resposta à essas perguntas: a escolha correta de quais empresas serão as líderes depende da diligência do gestor, seu método de avaliação, um processo de investimentos sólido, com uma equipe de análise em número adequado, e profissionais seniores, que possam “garimpar” as boas oportunidades, selecionar quais irão se sobressair com o passar dos anos, e quais poderão não ser tão bem sucedidas.
O nosso fundo AZ Quest Small Mid Caps vem há uma década mostrando o sucesso desta estratégia. Com um histórico que trouxe aos seus investidores retornos de SMLL+ 11% a.a. e IBOV + 13% a.a. desde seu início de atividade em 2009, o fundo foi eleito como o fundo da década pela Economática-UOL, e ficou entre os Top3 fundos da década pelo ranking feito felo Ibmec em parceria com a Infomoney. Desde o início o fundo rende 577% comparado com 133% do SMLL e 68% de retorno do IBOV no mesmo período. Destacamos ainda que como o fundo possui uma restrição para não investir nas 10 maiores empresas do IbrX, ele tem uma baixa correlação com os índices e com os principais FIAs da indústria. As restrições nos fizeram diferentes, mas não ineficientes.
O fundo ficou fechado para captação por um longo período (desde agosto de 2019), e foi só agora no início de 2021 que enxergamos a possibilidade de reabri-lo para uma nova rodada de captação. Destacamos também que desde 2019 temos um veículo destinado exclusivamente ao segmento institucional, O AZ Quest Small Mid Caps Institucional FIC FIA, pois essa estratégia requer gestores especializados e clientes, preferencialmente, profissionais.
*Walter Maciel (foto acima), economista, CEO da AZ Quest
Welliam Wang, graduado em administração, Sócio e Gestor de Renda Variável da AZ Quest