Artigo: Aposta na retomada do mercado para as Small Caps no Brasil – *por Walter Maciel e Welliam Wang, da AZ Quest

Walter Maciel AZ Quest

Há pelo menos dois anos temos batido na tecla de que as mudanças ocorridas no Brasil em âmbito econômico nos últimos anos, sobretudo a redução estrutural nas taxas de juros, trariam consequências muito fortes para o nosso mercado de capitais. Os investidores brasileiros, antes acostumados ao conforto das altas taxas de juros, viam pouco estímulo para deixar a segurança de investir em títulos públicos pós fixados com liquidez diária. Já a partir de 2019, e sobretudo durante todo o ano de 2020, conseguimos visualizar de forma muito clara alguns dos resultados que a redução da taxa de juros proporcionou: sem dúvida o mais notável foi o aumento da participação do investidor pessoa física em quantidade e no aumento do volume médio negociado diariamente na bolsa.

Dados fornecidos pela B3 mostram que o número total de investidores pessoa-física na custódia da bolsa passou de 814 mil ao final de 2018 para 3,2 milhões ao final de 2020, ou seja, um aumento de 4 vezes em um período de apenas dois anos. Obviamente esse número ainda é muito pequeno quando comparado ao total de nossa população, mas sem dúvida esse fenômeno tem ajudado em muito o aumento do volume médio diário negociado em bolsa, que passou de cerca de R$ 10 bi/dia ao longo de 2018 para números superiores a R$ 30 bi/dia em 2020.

Toda essa expansão nos traz uma percepção muito otimista em relação ao desenvolvimento de nosso mercado de capitais, abrindo uma via fundamental de acesso a financiamento para empresas em ciclos iniciais de desenvolvimento, com menor valor de mercado. Não é por menos que tivemos ao longo de 2020 28 IPOs com captação de R$ 117 bilhões, mesmo com todo o ambiente global de pandemia do Covid-19 e retração de atividade. E a tendência para 2021 é de que esse número seja superado, pois nos dois primeiros meses do ano tivemos 13 IPOs com captação de R$11 bilhões. São empresas novas, em setores em que até pouquíssimo tempo atrás não tínhamos nenhuma representatividade em nosso país, como em tecnologia, e-commerce, setores ligados à saúde, pet-shops, entre outros.

E como toda nova oportunidade traz seu desafio, neste campo das Small Caps, mais do que nunca, o investidor tem de estar bem guiado. Nesse mercado o papel do gestor ativo é fundamental. Não é por menos que as ações de Small Caps carregam prêmios maiores, pois os riscos do negócio também são igualmente maiores. O componente “crescimento” carrega uma boa parte desse diferencial de prêmio.

A avaliação correta da capacidade de sucesso do corpo de gestão da empresa é a chave do negócio. Os investimentos corretos, os sistemas, o entendimento do mercado, farão toda a diferença para alcançar os resultados. Tanto essas empresas podem ter seu faturamento, e consequentemente resultados, multiplicados por algumas vezes em questão de anos, quanto podem simplesmente “naufragar” ou não serem capazes de entregarem todo o crescimento esperado.

A gestão ativa é a resposta à essas perguntas: a escolha correta de quais empresas serão as líderes depende da diligência do gestor, seu método de avaliação, um processo de investimentos sólido, com uma equipe de análise em número adequado, e profissionais seniores, que possam “garimpar” as boas oportunidades, selecionar quais irão se sobressair com o passar dos anos, e quais poderão não ser tão bem sucedidas.

O nosso fundo AZ Quest Small Mid Caps vem há uma década mostrando o sucesso desta estratégia. Com um histórico que trouxe aos seus investidores retornos de SMLL+ 11% a.a. e IBOV + 13% a.a. desde seu início de atividade em 2009, o fundo foi eleito como o fundo da década pela Economática-UOL, e ficou entre os Top3 fundos da década pelo ranking feito felo Ibmec em parceria com a Infomoney. Desde o início o fundo rende 577% comparado com 133% do SMLL e 68% de retorno do IBOV no mesmo período. Destacamos ainda que como o fundo possui uma restrição para não investir nas 10 maiores empresas do IbrX, ele tem uma baixa correlação com os índices e com os principais FIAs da indústria. As restrições nos fizeram diferentes, mas não ineficientes.

O fundo ficou fechado para captação por um longo período (desde agosto de 2019), e foi só agora no início de 2021 que enxergamos a possibilidade de reabri-lo para uma nova rodada de captação. Destacamos também que desde 2019 temos um veículo destinado exclusivamente ao segmento institucional, O AZ Quest Small Mid Caps Institucional FIC FIA, pois essa estratégia requer gestores especializados e clientes, preferencialmente, profissionais.

*Walter Maciel (foto acima), economista, CEO da AZ Quest

Welliam Wang, graduado em administração, Sócio e Gestor de Renda Variável da AZ Quest

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