42º CBPP: A importância de integrar aspectos ESG nos investimentos

A integração ESG representa uma evolução no processo de análise e filosofia de investimentos da JGP, que conduziu a Palestra Técnica “A Integração ESG nos Processos de Gestão e Análise de Investimentos” na manhã desta sexta-feira, 22 de outubro, no 42º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP).

A gestora fez uma introdução de como realizar a integração dentro dos processos de investimentos, mostrando quais os principais tópicos a serem abordados e quais fatores devem ser observados. Além disso, mostrou como o ESG impacta positivamente o retorno de empresas que geram externalidades positivas, além de ser essencial para mapear riscos não-convencionais.

Alexandre Muller, Gestor de Crédito da JGP destacou que as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) têm interesse em investir em ESG, sendo que pesquisa realizada recentemente pela Previc trouxe uma percepção favorável para a integração dos aspectos sociais, ambientais e de governança ao portfólio de investimentos. Mas elas acreditam também que isso pode restringir algumas aplicações, o que precisa ser desmistificado. “Todo o ferramental ESG está orientado para que a gente identifique problemas de modelo de negócios, riscos e tendências específicas”, explicou.

Entre as limitações apresentadas pelas fundações para a adoção desse ferramental na política de investimento está a falta de padronização de dados divulgados pelas companhias sobre o assunto, disse Muller. “Entendemos que todo o mercado financeiro está fazendo um trabalho para conseguir comparar melhor esses dados”, explicou. 

A melhoria da gestão de risco, contudo, é uma vantagem apontada pelas entidades para adotarem esse princípios em seus portfólios, reiterou. “Integrar ESG é uma oportunidade de internalizar certos fatores socioambientais de alto impacto e de costumes aos negócios”. 

Márcio Correia, Gestor de Ações da JGP, destacou que a regulação e a demanda de stakeholders para que esses fatores sejam integrados às empresas são impulsionadores para que a internalização ocorra. Ele explicou como houve, desde a Revolução Industrial, uma grande aceleração do crescimento da população e do PIB, ampliando o uso de recursos que geram impactos socioambientais. “Esse progresso tem implicações”, reiterou, reforçando que as empresas podem fazer muito para mitigar esse impacto – e a sociedade vai cobrar por isso.

Ele ressaltou a relevância do ESG no mundo corporativo, destacando que empresas com alto score ESG possuem maior atração e retenção de talentos, valor de mercado e engajamento dos stakeholders, além de terem menor custo de capital e riscos financeiros, de imagem e de capital reduzidos. 

Correia disse ainda que na JGP houve um processo de aculturamento para a integralização desses fatores, com uma estratégia de produção de conteúdo de alto nível, promovendo um conhecimento interno, inicialmente, e depois aos clientes e às empresas investidas, passando por um processo de treinamento de pessoas, com auxilio também de consultorias externas para falar sobre questões ambientais. 

Por fim, foram apresentadas as oportunidades de investimentos relacionadas à integração ESG com viés de estimular empresas a criarem metas de sustentabilidade. “A gente segue acreditando que, na condição de investidores institucionais, podemos formar opinião acerca desse tema”, complementou Alexandre Muller.

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