A Previ promoveu o seminário “Desafios para Equidade Racial nas Instituições” no último dia 6 de junho no Centro de Convenções Mourisco no Rio de Janeiro. O evento teve o objetivo de mostrar que, para além de uma sociedade mais justa, o debate sobre equidade racial pode ser encarado por líderes e gestores de empresas como uma estratégia de negócio, diz comunicado da entidade.
Realizado na sede da fundação, o encontro foi uma iniciativa do Comitê Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade da Previ e contou com a participação da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a Deputada Federal Benedita da Silva; o Ator e Diretor Antônio Pitanga; e a Consultora em gênero e raça, Kelly Quirino, primeira mulher negra a representar os funcionários do Banco do Brasil no Conselho de Administração da instituição.
A abertura do evento foi feita pelo Diretor-Presidente da Previ, João Luiz Fukunaga. Ele destacou a importância da discussão sobre equidade racial para a entidade. “Esse evento marca a nossa inserção nesse debate de forma mais forte, mais ampla e pública. Não só para os funcionários, mas para outras fronteiras além da Previ”, disse. O dirigente também contou como a fundação vai abordar esse tema em diversos fóruns.
O evento contou também com a participação de Denísio Liberato, Diretor de Investimentos da Previ e representante da entidade no PRI (Princípios para o Investimento Responsável, na tradução do inglês). Ele abordou a atuação da entidade em ações de equidade e diversidade racial, inclusive em âmbito internacional. No PRI, “essa pauta racial é uma pauta muito cara que a gente tenta levar com todo afinco, com toda a força que temos”, destacou.
Rafael Sach (à dir. na foto acima) e Meri Eli Pereira (à esq. na foto), funcionários da Previ e membros do Comitê Pró-Equidade, destacaram a importância da equidade racial não só como uma questão de justiça, mas como força motriz que impulsiona a inovação, a criatividade e a resolução de problemas nas instituições.
Já Anielle Franco reforçou a importância dessa discussão no âmbito das empresas. “É muito engrandecedor ver as empresas que, de fato, estão, cada vez mais, cultivando e trazendo um letramento racial”, afirmou a Ministra.
Abrindo a roda de conversa, Benedita da Silva parabenizou a iniciativa e abordou a Constituição de 1988, que garantiu a igualdade de gênero, credo e raça e formas de combater o racismo. Entretanto, “nós temos ainda um estado que é racista, que comete atrocidades e cujos métodos não condizem com a constituição que nós temos. Precisamos ter um estado que compreenda que a desigualdade também representa preconceito”, completou.
Antônio Pitanga destacou que defender a democracia racial não é prerrogativa dos negros. “A chamada democracia racial nasce através dos brancos, que têm que se organizar para poder ter essa discussão, que é salutar, importante, social e humana”, concluiu.
A conselheira Kelly Quirino abordou a questão da educação nas escolas. “Isso aqui é uma aula que não temos nas escolas ainda, não conseguimos implementar a Lei 10.639 (sobre ensino de cultura afro na educação básica). Quantas pessoas conhecem Luiz Gama, a revolta dos Malês, Luísa Mahin, Lélia Gonzales, Milton Santos?”, relembrando personalidades negras pouco conhecidas pela maioria da população.
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