Seminário de Investimentos nas EFPC: De small caps a megatendências, gestores apresentam mais alternativas de diversificação

Small caps, investimento internacional com foco no mercado imobiliário e alocações temáticas foram apresentados como mais opções de diversificação na tarde desta quarta-feira, 28 de junho, na 12ª edição do Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC.

O evento acontece nos dias 27 e 28 de junho, das 9h às 18h, presencialmente no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

O painel “Diversificação de Investimentos: Opções para Maximizar Retornos – Parte II” trouxe especialistas de diferentes assets para debater soluções que visam compor a carteira de investimentos das fundações com ativos alternativos aos tradicionais.

Werner Roger, Sócio fundador e CIO da Trígono Capital, colocou as small caps como opções de alocação, explicando a dinâmica desse mercado, que abrange empresas com valor de mercado entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões.

“Small caps geram maior retorno por ter menor necessidade de capital para crescer e maior facilidade de levantar recursos”, ressaltou o palestrante. Segundo ele, outras vantagens dessa classe de ativos é a maior possibilidade de influência dos minoritários via conselhos, maior probabilidade de realização de eventos de M&A, atuação em nichos de mercado com menor competição e maior barreira de entrada, entre outros fatores.

Ele citou o MSCI World Small Cap Index, dentro do qual o MSCI Brazil Small Cap Index foi criado para medir o desempenho do segmento no mercado brasileiro, com 97 constituintes e aproximadamente 6% do free float do valor de mercado da B3.

O índice se destaca em relação aos demais países emergentes, com retorno anual composto em dólar de 9,16% ante 5,06% do MSCI Emerging Markets Small Caps Index. “Vemos que as small caps no Brasil estão com múltiplos significativamente descontados em relação aos pares internacionais”, disse Roger.

Por outro lado, ele apresentou alguns problemas do índice da B3 no Brasil, em especial o fato dele ser construído principalmente a partir de negociabilidade ou seja liquidez, e não relacionado com o valor de mercado, distorcendo o princípio de valor das companhias. “A bolsa deveria revisitar o modelo de construção de seus índices”, avaliou.

Ainda assim, as empresas denominadas small e micro caps no Brasil compõem um universo de 205 empresas na B3, na segmentação por valor de mercado, representando 75% das empresas investíveis no mercado brasileiro, o que torna o horizonte de escolha amplo, disse Roger com base em dados da Economatica.

Por fim, ele reforçou que “small caps é uma estratégia complementar e diversificadora, e o momento é propício à diversificação”.

Mercado imobiliário nos EUA – Apresentando uma alternativa de investimento internacional com foco no mercado imobiliário, Cássio Segura, Diretor Inter – Estados Unidos, traçou um panorama do cenário externo, com destaque para volatilidade da bolsa dos EUA desde 2021, quando atingiu um pico de alta, caindo posteriormente e agora retomando a patamares mais elevados, além dos juros, que estavam baixos o que gerou inflação, e agora estão sendo elevados para conter essa alta inflacionária.

Ele disse que a inflação está cedendo nos países desenvolvidos e também nos emergentes ao lado de um movimento de subida das taxas juros de maneira sincronizada.

Nos EUA, dados demográficos também mostram que há uma demanda pela busca por imóveis, o que muda a depender do Estado, mas a elevada geração de trabalho em também estimula essa busca, disse Segura. “Quando olhamos onde investir, olhamos esses dados”.

Ele ressaltou que quem acumula patrimônio nos EUA é quem compra imóvel, mas há ainda a oportunidade de desenvolvimento de projetos imobiliários residenciais de aluguel. “Nos EUA, o custo de se manter um imovel subiu, o crédito imobiliário está alto, e muitas famílias estão optando por pagar aluguel”, disse.

“Nossa abordagem é diversificar para fora. Nosso modelo de diversificação internacional é focado no mercado imobiliário. Temos um dever fiduciário de proteção patrimonial, e as soluções de diversificação são para essa proteção”.

Investimentos temáticos – Diante dos desafios de investir pensando nos ciclos de mercado, que estão cada vez mais curtos, Rodrigo de Araújo, Estrategista-Chefe de investimentos da Global X ETFs para América Latina, levou ao público uma alternativa de investimentos focada em estratégias temáticas.

Segundo ele, a diversificação de estilos e de fatores de risco como valor e crescimento são uma ferramenta de diversificação para alem dos ciclos econômicos. “Podemos capturar megatendências, olhando principalmente tecnologia disruptiva, a partir dos avanços exponenciais em tecnologia; pessoas e demografia, com mudanças de hábitos de consumo; e a evolução do ambiente físico”.

Como exemplo de megatendência, ele citou a tecnologia, que deixou de ser apenas venda de hardware para estar relacionada à conectividade, segurança cibernética, entre outros, assim como o setor de energia, que passa para uma transição de combustíveis fósseis para energia renovável.

Ele mostrou ainda como construir estratégias utilizando investimentos temáticos com os tradicionais. “O investimento temático olha uma tendência específica e tenta capturá-la por meio da construção de um produto, que é complementar a uma estratégia de fatores, e pode transitar na gestão passiva e ativa… faz parte do portfólio”.

Para o segundo semestre, Araújo acredita que a estratégia pode estar em setores e fatores de risco mais defensivos e de qualidade aliada a temas ligados ao aumento de investimento em Inteligência Artificial, onshoring e infraestrutura. “O investimento temático veio para ficar e vem crescendo ao longo do tempo”.

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC é uma realização da Abrapp com apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Black: XP e S&P Dow Jones Indices; Patrocínio Ouro: AZ Quest, BNP Paribas, Bradesco Asset Management, BTG Pactual Asset Management, Carbyne Investimentos, DWS Xtrackers, Global X Etfs, Inter, Investo, Itajubá Investimentos, Kadima Asset Management, Perfin, Rio Bravo, Santander Asset Management, Schroders, Sparta, TAG Investimentos, Trígono Capital, Vinci Partners; Patrocínio Prata: BB Asset, Galapagos Capital, HMC Capital; Patrocínio Bronze: Aditus, ARX, Franklin Templeton, Indie Capital, MAG Investimentos, RJI Investimentos, SulAmérica; Apoio: Bahia Asset Management, BlackRock, Fator, Hashdex, Leblon Equities, Método Investimentos,Patria Investimentos, StepStone.

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