Gestores abordam a utilização de tecnologias disruptivas na gestão de recursos  

O Sócio e Gestor da Kadima Asset, Rodrigo Maranhão, e o Gestor e Analista de Renda Variável da Schroders, João Noronha, abordaram a utilização de tecnologias disruptivas como a Inteligência Artificial, blockchain, entre outras, na gestão de investimentos durante a 12ª edição do Seminário de Gestão de Investimentos nas EFPC. Eles foram os expositores do Painel 11 – Métodos de Análise de Dados como Ferramentas Quantitativas no Mercado Financeiro – do evento que aconteceu nos dias 27 e 28 de junho, presencialmente no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

O mediador Gustavo Edner Castilho, Secretário Executivo do Colégio de Coordenadores de Investimentos da Abrapp, apresentou o tema do painel com um exemplo que ele viveu há alguns anos em uma palestra do escritor Ram Charan, da Universidade de Harvard. “Ele recomendou que todos deveriam conhecer os princípios e equações da Inteligência Artificial. Diante da perplexidade da plateia, ele explicou que todos deveriam se informar sobre o potencial dessa tecnologia que irá influenciar o negócio de todos nós. Então, para que não fôssemos atropelados, seria importante conhecer um pouco desse potencial”. A palestra ocorreu há cinco anos e a Inteligência Artificial já é uma realidade na gestão de recursos.  

Rodrigo Maranhão explicou que a inteligência artificial se refere a sistemas e máquinas que conseguem realizar algumas tarefas que tipicamente necessitariam de algum tipo de inteligência humana. “Isso vem sendo desenvolvido já a bastante tempo, mas nos últimos anos houve um salto muito grande”, disse. Deu como exemplos, o reconhecimento de escrita, de imagem e de voz. Hoje em dia, os algoritmos que foram desenvolvidos não só conseguem fazer essa tarefa como fazem melhor que o ser humano.

“Podemos usar essas tecnologias e ferramentas a nosso favor para auxiliar em muitas coisas. As entidades podem usar essas ferramentas de inteligência artificial porque houve uma evolução gigante delas na última década, tornando-as acessíveis para qualquer pessoa poder utilizar”, esclareceu Rodrigo. E deu como exemplo o ChatGPT como ferramenta de interpretação de texto. 

“Não precisa ser um especialista em inteligência artificial para usar por exemplo o ChatGPT. Isso abre uma oportunidade muito grande para aumentar a produtividade, se consegue automatizar muitos processos, consegue acelerar muitos processos”, apontou. Ele deu outro exemplo de utilização dessa ferramenta ao subir o texto de duas atas do Copom. “Pedi para o ChatGPT comparar as duas atas, em questão de segundos ele fez um resumo e citou quais foram as diferenças. Isso para um gestor que está preocupado em interpretar coisas é uma ferramenta fantástica”, comentou. 

Alguns fundos de previdência, ao redor do mundo, já estão utilizando a inteligência artificial em sua gestão. Isso já acontece com os grandes fundos da Austrália, Japão e União Europeia. 

Limpar os ruídos – João Noronha explicou que atualmente existe o acesso facilitado a uma enorme quantidade de dados de empresas e mercados. “Hoje temos uma abundância de dados. Toda a tecnologia digital atual e todas as transações eletrônicas geram um fluxo de dados alternativos muito grande. Ao mesmo tempo, há uma capacidade computacional de baixo custo”, comentou. O gestor apontou, contudo, que o diferencial das organizações é contar com um time para realizar approach científico e limpar os ruídos para tirar conclusões. A limpeza dos dados, ou seja, a exclusão de informações que não tenham a ver com a pesquisa, leva a uma base mais adequada para a tomada de decisões mais robustas.

Ele comentou que a equipe de gestão da asset leva perguntas ao time de dados. “Temos de formular questionamentos de interesse para que o time busque informações relacionadas às perguntas. Daí, o time promove a aplicação de algoritmos para responder às perguntas importantes. Daí é possível definir as teses de investimentos”, contou João Noronha. Ele deu como exemplo o modelo de análise de mercados emergentes, que vinha indicando o Brasil como mercado para alocações acima do peso da região há algum tempo. Então, a equipe de gestão promoveu o aumento da exposição em renda variável no Brasil, mudando o viés negativo anterior.

Outro caso apresentado pelo gestor da Schroders foi a análise geoespacial aplicada, por exemplo, às redes de farmácias no Brasil. A pergunta lançada em 2018 era se o mercado brasileiro já estava supersaturado com o aumento da concorrência. “Em um raio de até 300 metros, verificamos que havia forte competição nas grandes cidades. Mas nas demais cidades médias e pequenas, o mercado não estava saturado. Havia espaço para crescimento”, disse em referência a uma grande rede de farmácias. Cinco anos depois, a equipe percebeu que a tese foi confirmada, com a expansão das farmácias para o Centro-Oeste e Norte do país. 

O Seminário Gestão de Investimentos nas EFPC foi uma realização da Abrapp com apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Black: XP e S&P Dow Jones Indices; Patrocínio Ouro: AZ Quest, BNP Paribas, Bradesco Asset Management, BTG Pactual Asset Management, Carbyne Investimentos, DWS Xtrackers, Global X Etfs, Inter, Investo, Itajubá Investimentos, Kadima Asset Management, Perfin, Rio Bravo, Santander Asset Management, Schroders, Sparta, TAG Investimentos, Trígono Capital, Vinci Partners; Patrocínio Prata: BB Asset, Galapagos Capital, HMC Capital; Patrocínio Bronze: Aditus, ARX, Franklin Templeton, Indie Capital, MAG Investimentos, RJI Investimentos, SulAmérica; Apoio: Bahia Asset Management, BlackRock, Fator, Hashdex, Leblon Equities, Método Investimentos, Patria Investimentos, StepStone.

 

 

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