Cenário de crédito privado é abordado pelos gestores no Epinne EPB 2024

O mercado de ativos de crédito privado foi debatido em um dos paineis do último dia do Epinne EPB 2024 nesta sexta-feira (26/07). Gestores de assets debateram o cenário do mercado de dívida corporativa no evento que reuniu mais de 400 participantes, entre dirigentes, profissionais, autoridades e predadores de serviços na cidade do Recife. 

Com os patamares ainda altos da Selic, o mercado de crédito volta a atenção para os ativos das empresas mais alavancadas. “As empresas com alavancagem de três ou quatro vezes com juros de 13% ou 13,5% em geral não conseguiram sobreviver. Por isso, muitas empresas realizaram follow ons para reduzir a alavancagem”, disse Vitor Trova, Gestor de Portfólio da ARX Investimentos. 

Rafael Zlot, Sócio do Grupo Genial e CIO de Renda Fixa da Plural Gestão, alertou que as empresas mais alavancadas sofreram mais com os juros mais altos, mas não há uma preocupação muito grande com o cenário macro. 

Alexandre Muller, Sócio e Gestor de Crédito Privado na JGP, comentou que o grosso das empresas que a asset acompanha no mercado de crédito já ajustaram o balanço para reduzir a alavancagem. “As empresas estão operando em modo de cautela com o uso de dívida”, disse. Ele explicou que, com isso, mesmo com a possibilidade de manutenção dos juros em patamares mais altos, com a Selic parada a 10,5%, não deve ocorrer problemas mais graves. 

Geração de alfa – Vitor Trova explicou que os CRIs e FIDCs são ativos importantes para a geração de alfa dos fundos, mas que, entretanto, é preciso ter cuidado no dimensionamento das posições. Para ele, para os fundos mais líquidos é importante dosar a liquidez desses instrumentos. Também existe a necessidade de acompanhamento mais diferenciado dos CRIs, CRAs e FIDCs dos demais ativos. 

Rafael Slot concordou que a questão crucial para a utilização dos CRIs, CRAs e FIDCs para geração de alfa é dimensionar a liquidez. Para isso, é fundamental controlar o passivo dos fundos. 

Temas principais – Alexandre Muller explicou que o mercado de crédito privado terá a atenção voltada para 4 temas centrais nos próximos anos, que são os seguintes: Inteligência Artificial, health care, economia verde e financiamento direto. Neste último tema, o gestor do JGP explica que a modalidade de fundos de direct landing têm financiado diretamente as empresas americanas. E prevê que a tendência deve chegar com força no Brasil e terá impacto tão importante para o desenvolvimento da indústria de fundos quanto à expansão das plataformas de investimentos.

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