Tema cada vez mais disseminado em diversos setores, a Inteligência Artificial já é uma realidade em termos de abrir perspectivas de uma nova forma de interação nas empresas e no dia a dia da população. O tema foi discutido no painel “Inteligência Artificial aplicada às EFPC”, que encerrou o Epinne EPB 2024, evento que reúne dirigentes e profissionais das entidades do Norte e Nordeste, e foi realizado nos dias 25 e 26 de julho, em Recife (PE).
“A Inteligência Artificial já está transformando a forma de analisar dados, gerenciar risco e tomar decisões de investimentos”, disse Pedro de Biase, Sócio da Itajubá e moderador do painel. Para levar ao público óticas diferentes sobre o tema, o painel contou com especialistas que apresentaram maneiras distintas de utilização desta ferramenta de forma a beneficiar as EFPC.
Thomas Averbuck, Diretor Executivo da Galapagos Capital, fez uma introdução sobre o tema, explicando que as empresas que têm acesso a muitos dados são os principais investidores da ferramenta, citando o surgimento do ChatGPT, criado pela OpenAI, seguida por diversas companhias.
“A Inteligência Artificial é a capacidade do sistema de analisar dados de maneira organizada e mais célere”, explicou, enfatizando que, para isso, é preciso ter dados e cuidar da governança para que informações sensíveis não sejam expostas.
Averbuck citou que um problema comum nas empresas é a falta de integração de dados, sendo que dados mais integrados facilitam muito a análise. “Muitos dados estão isolados e não conversam com outras áreas das empresas”, disse.
“Quando pensamos em Inteligência Artificial, temos que pensar que há um trabalho importante a ser feito, e um dever de casa de se pensar como essa nova tecnologia vai ajudar e como é possível se preparar para estar pronto no momento de utilizar essa tecnologia”, pontuou.
Para isso, é preciso conhecer os clientes, para que seja fácil de retê-lo, disse o especialista, enfatizando que a organização de dados pode ajudar a aumentar o número de clientes a partir do uso de indicadores que sejam relevantes.
Formas de utilização da IA – Compartilhando mecanismos de Inteligência Artificial, dos mais simples aos mais complexos, abordando ainda o impacto que a IA tem no mundo, Francisca Brasileiro, Diretora de Investiments Solutions da TAG Investimentos, enfatizou que é preciso aprender a utilizar essas ferramentas com urgência para conseguir aplicá-la em seus negócios.
“O ChatGPT é uma revolução por ser uma modelo de linguagem natural, ou seja, é capaz de processar a linguagem humana, com capacidade de ler expressões. Essa capacidade de aprendizado contínua fez com que fosse uma revolução”, destacou.
Ela exemplificou como é possível utilizar essa capacidade de aprendizado para indicadores úteis de acordo com a necessidade específica daquela empresa ou setor, citando como aplicar isso na análise de mercado financeiro.
Ainda assim, a especialista alerta que as pessoas que manipulam esses dados precisam ter contexto e base para avaliar as informações fornecidas pela ferramenta, até porque, ela é alimentada pelas próprias pessoas.
“O grande uso pro mercado financeiro é a busca por informações, criando uma base de dados que deve ser ajustada para poder se atualizar e retroalimentar de forma precisa”, disse Brasileiro.
Ainda assim, o crescimento da utilização desta ferramenta gera questionamentos sobre o quanto isso deve impactar na economia mundial, afetando indicadores do mercado financeiro, alertou. “Ninguém sabe o impacto disso na produtividade do mundo”.
Roberto Pitta, Diretor do Gruppo Invest, levou outra abordagem da Inteligência Artificial e seu uso no sistema de previdência complementar de forma a enriquecer e fomentar o Plano de Gestão Administrativa das EFPC.
“Imagine que transformamos um cenário caótico num mundo de oportunidades: o sistema tributário brasileiro”, disse, citando como exemplo a folha de pagamentos de uma EFPC, que paga impostos.
Ele destacou como é possível simplificar esses processos por meio de tecnologia a custos menores, com regularizações de forma automatizada à legislação em vigor, mitigando riscos do processo, como não conformidades, aumento de carga tributária ou riscos trabalhistas.
“O PGA precisa ser fomentado”, destacou Pitta, dizendo que por meio da Inteligência Artificial, esses resultados são gerados de forma mais rápida.