Entrevista: Ética e integridade na governança são componentes imprescindíveis do pilar da confiança

Carlos Frederico Rangel

Em entrevista exclusiva ao Blog Abrapp em Foco, Carlos Frederico Rangel, membro do Comitê de Ética da Abrapp, apresenta sua visão sobre a ética e a integridade na construção de uma relação de confiança das entidades fechadas (EFPC) com seus participantes, patrocinadores e demais stakeholders. O dirigente fala sobre o trabalho do Comitê de Ética da Abrapp e também sobre as iniciativas desenvolvidas pela Fapes, entidade onde atua como Diretor-Presidente.

“A Fapes vai completar 50 anos em dezembro de 2024. Queremos ser uma referência para a evolução do sistema e promover a melhor experiência em previdência e saúde para nossos participantes e beneficiários.”, diz Carlos Frederico em trecho da entrevista. Confira a seguir na íntegra:

Blog Abrapp em Foco: Comente a importância da valorização dos temas da ética e da integridade na governança no contexto atual do sistema de previdência complementar fechada?

Carlos Frederico Rangel: O objetivo número um de todos os envolvidos no contexto do sistema de previdência complementar fechada no Brasil é, e não poderia deixar de ser, a sua expansão e consolidação. Buscamos proporcionar educação previdenciária e garantia de bem-estar social aos trabalhadores aposentados, bem como prover recursos para o financiamento do desenvolvimento econômico do País, com o retorno dos rendimentos aos próprios trabalhadores.

Não há como se promover essa evolução do sistema sem o estabelecimento dos pilares de estruturação, do arcabouço regulatório, do sistema financeiro, dos agentes econômicos e instrumentos de mercado, e de confiança. É neste pilar de confiança que nós enxergamos os temas da ética e da integridade na governança como componentes imprescindíveis.

Blog: Como tem sido a evolução do trabalho do Comitê de Ética do sistema, agora sob o guarda-chuva da Abrapp?

Carlos Frederico: O Comitê tem atuado principalmente no fomento para o engajamento das associadas à adesão ao Código de Condutas Recomendadas para o Regime Fechado de Previdência Complementar, disponível na página da Abrapp na internet, bem como o Termo de Adesão. O Comitê também tem papel relevante como agente independente para a realização de apuração e resolução de divergências ou conflitos, nas entidades associadas, relativamente às diretrizes elencadas no Código de Conduta.

Blog: Como o Comitê de Ética da Abrapp tem participado na programação de eventos do sistema Abrapp no sentido de disseminar temas ligados à ética na governança?

Carlos Frederico: O Comitê de Ética tem a consciência de que essa é uma pauta permanente, interna e externa ao segmento da previdência complementar. No planejamento anual do Comitê, uma parcela relevante das ações consiste em lidar ou apoiar tratativas sobre o tema, promovendo debates que gerem ricas interações e levem a ações práticas. Como exemplo, na última semana participamos na organização e realização do 5° Seminário do Dever Fiduciário da Abrapp, que tratou de temas extremamente atuais e importantes, com relevantes especialistas.

Blog: Quais as motivações que devem incentivar a adesão das entidades fechadas ao Código de Condutas Recomendadas para o sistema? 

Carlos Frederico: A motivação principal é a sinalização, aos seus participantes, do engajamento da entidade aos temas de ética e integridade. Repito que o fortalecimento do sistema se dá pelo pilar da confiança e a percepção do participante sobre o tema se dá, inicialmente, pelo engajamento da sua entidade de previdência complementar.   

Blog: Quais ações a Fapes tem realizado para promover a ética e a integridade?

Carlos Frederico: A Fapes vai completar 50 anos em dezembro de 2024. Queremos ser uma referência para a evolução do sistema e promover a melhor experiência em previdência e saúde para nossos participantes e beneficiários. Por isso, os colaboradores da Fapes recebem treinamentos diversos para promoção da ética e da integridade. Todos tomam conhecimento e aderem formalmente aos documentos institucionais que versam sobre o tema, com destaque para o Código de Ética e Conduta e a Política de Integridade. Nestes documentos, há diretrizes objetivas da Fapes sobre a conduta esperada de seus colaboradores, alinhadas aos valores da fundação.

Contamos, também, com o Canal de Integridade, seguro, independente e imparcial, gerenciado por uma empresa externa não vinculada à administração da Fapes. Por meio dele as pessoas podem relatar fatos ocorridos dentro ou fora das dependências da Fundação, concedendo a faculdade de anonimato ao denunciante e assegurando sua proteção através de políticas anti retaliação e procedimentos específicos para este fim. O objetivo é antecipar a identificação e análise de falhas, situações ou suspeitas de ações que possam impactar negativamente a Fapes e seus colaboradores.

Além disso, realizamos diligências robustas nos processos de contratação de fornecedores, com parâmetros para evitar riscos de conflito de interesses, suborno, fraude, vantagem ou benefício indevido, dentre outros.

O Comitê de Ética e Compliance da fundação possui atribuições relacionadas à adoção de estratégias, políticas e medidas que garantam a conformidade das ações, decisões e das normas internas e externas aplicáveis à fundação, bem como práticas voltadas à disseminação da cultura de ética, compliance e controles internos e à mitigação de riscos.

Por fim, mas não menos importante, a Fapes mantém o programa de facilitação, formado por um grupo de funcionários que têm como função preponderante a disseminação da cultura de boas práticas de controles internos, riscos, ética e compliance. Os integrantes são substituídos a cada ano, preferencialmente, visando que todos os colaboradores tenham maior proximidade com o tema e exerçam esse papel tão fundamental para a fundação.

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