9º ENCONT: Painel aborda a integração da Inteligência Artificial e dos aspectos ESG nas entidades fechadas

A integração da ferramenta e os aspectos Ambiental, Social e Governança (ASG, ou ESG na sigla em inglês) foi amplamente discutida em painel do 9º Encontro Nacional dos Contabilistas das EFPC (9º ENCONT). O evento, realizado pela Abrapp e Ancep, com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta, ocorre nos dias 21 e 22 de novembro, em formato presencial, em São Paulo, com o tema central “Inteligência Artificial (IA) e o seu papel transformador nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC)”.

O debate foi moderado por Alessander Brito, Coordenador Titular da Leste de Contabilidade e membro da Leste de Governança e Riscos da Abrapp. As palestrantes presentes foram Vania Maria da Costa Borgeth, Vice-coordenadora de Relações Internacionais do CBPS e membro do Board do IESBA, e Vanessa Lopes Miranda, Contadora da Previ.

“A inteligência artificial é uma tecnologia nova que traz diversas discussões, desafios e oportunidades. As possibilidades são no sentido de melhoria de processo interno, deixando a parte operacional para a ferramenta e possibilitando que os profissionais tenham um tempo maior para processos decisórios”, disse o moderador.

Ele explicou também que, por ser uma tecnologia emergente, ela é falha, e esse é um obstáculo que precisa ser combatido a partir de conceitos de boa governança e ética na utilização da IA, com treinamento e investimentos aos profissionais para que possam utilizar essa ferramenta para que tenha um bom funcionamento.

Uso da IA para sustentabilidade – Vanessa Lopes apresentou o que vem sendo feito na Previ em relação à sustentabilidade e como a entidade utiliza a inteligência artificial com foco na cibersegurança, enxergando como a ferramenta pode ser aplicada na gestão de riscos e no desenho de cenários futuros. 

“Precisamos ensinar a nossa IA a analisar dados. Acredito que várias entidades possuem uma dificuldade nessa questão, porque às vezes temos uma informação que vem de várias áreas diferentes. O computador está nesse processo para ajudar a calibrar e desenhar melhor esse fluxo de informação”, completou.

Ela comentou que as EFPC possuem uma regulação bastante específica e controlada pela Previc, tendo muito forte a questão da governança, que precisa ser observada em todo esse processo. “Seja relatório de propósito específico ou constituição de Comitê de Auditoria, temos isso no nosso DNA. A questão da preocupação econômica com a poupança que a gente administra, que interfere na economia e no mercado financeiro, também possui o ‘G’ do ESG e temos isso bem desenvolvido com a ajuda da Previc”, disse. 

Lopes ressaltou algumas iniciativas da fundação com o viés da sustentabilidade, como o lançamento de seu primeiro balanço social em 1998. A Previ também é signatária do PRI, princípios para o investimento responsável, lançado pela ONU. Em 2010, foi pioneira ao fazer o seu primeiro relatório de sustentabilidade.

“Na Previ, administramos um patrimônio de mais de R$ 270 bilhões. Esses valores compõem o financeiro, mas quanto a gente devolve para a sociedade durante o pagamento de benefício, compõem a parte social. Temos mais de 200 mil associados e possuímos essa missão de pagar o benefício e proporcionar proteção”, afirmou.

Sustentabilidade e inovação – Uma empresa é sustentável quando apresenta resultado econômico positivo no presente e demonstra a capacidade de continuar gerando esse resultado por tempo indeterminado. Foi esse o conceito apresentado por Vania Maria. “Supondo que uma empresa seja extremamente lucrativa, mas usa uma matéria-prima escassa na natureza, de forma predatória. Quando essa matéria prima acabar, a empresa não terá condições de entregar seu produto, então ela não é sustentável”, explicou.

Outro exemplo dado por ela foi de uma empresa que depende de mão de obra especializada para transformar a matéria-prima em produto, mas que trata seus funcionários de forma hostil. “Na primeira oportunidade, esse empregado vai pedir demissão. Se a fama de mau empregador da empresa se espalha, dificilmente ela vai conseguir repor aquela mão de obra especializada. Sem conseguir repor, a qualidade do seu produto vai começar a cair e os clientes vão deixar de comprar. Então ela não é sustentável”. 

A palestrante ressaltou que a sustentabilidade presume retorno, sendo então a soma dos pilares financeiro, ambiental, social e de governança. Para chegar ao conceito perfeito de sustentabilidade é preciso ainda mais quatro outros elementos, sendo o primeiro a dimensão do longo prazo.

“As pessoas querem colher o lucro muito rápido, mas a dimensão do longo prazo é indispensável para a sustentabilidade. Ninguém recompõe uma floresta devastada, despolui uma bacia contaminada ou muda a cultura dos negócios em apenas alguns anos. O que precisa ser feito em sustentabilidade já deveria estar acontecendo há muito tempo”.

Outro ponto é a inovação, para que as empresas encontrem caminhos para entregar seus produtos e serviços de uma forma menos nociva para o planeta. Para isso, Vania citou a tecnologia como fator importante, porque com a inteligência artificial é possível fazer simulações e tomar decisões com um grau razoável de certeza sobre o que aquela ação vai gerar. Por fim, ressaltou mudar a cultura e a forma de fazer negócios. Para ela, sustentabilidade é uma grande oportunidade para descobrir novos e melhores caminhos. 

O 9º ENCONT é uma realização da Abrapp e da Ancep, contando com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Ouro: Evertec + Sinqia. Patrocínio Prata: 4UM Investimentos, Brunel Partners, JCM Advogados Associados, Mirador, PFM Consultoria e Sistemas, Rodarte Nogueira, Santos Bevilaqua Advogados. Patrocínio Bronze: Mirador. Apoio: Itajubá Investimentos, Moreira Auditores, NKAN Tech Consult.

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