No segmento de previdência complementar, avaliar e monitorar a exposição a riscos de uma entidade é primordial, dada a natureza da atividade do setor, que é investir recursos para garantir a aposentadoria de seus participantes. Devido à ausência de uma medida quantitativa de avaliação desses riscos, a Comissão Técnica Regional Leste-Sudeste de Governança e Riscos da Abrapp, com o apoio do Colégio de Coordenadores de Governança e Riscos, desenvolveu o Guia de Implementação de Indicadores-Chave de Risco.
Com previsão para ser lançado ainda neste mês de maio, o material tem como objetivo estabelecer um padrão consolidado ou diretrizes comuns para a definição de Indicadores-Chave de Risco. O guia foi estruturado pensando nas principais atividades das EFPC: investimentos, atuarial e corporativo.
O desenvolvimento do material levou em consideração a diversidade de portes e complexidades das associadas da Abrapp, para que sua aplicabilidade fosse o mais abrangente possível. Assim, a CT pretende auxiliar na transformação da gestão de riscos em um processo mais estruturado, contribuindo para o fortalecimento da entidade e para uma elevação geral de maturidade do segmento de previdência complementar.
Adriana Carvalho, Secretária Executiva do Colégio de Coordenadores de Governança e Riscos da Abrapp, explica que a motivação para a criação do guia foi fomentar a cultura de gestão de riscos nas EFPC, assim como auxiliar as áreas técnicas no desenvolvimento de indicadores para subsidiar esse processo.
O material fornece um roteiro detalhado e prático para que as organizações possam implementar e gerenciar de forma eficaz os seus indicadores. “A implementação de Indicadores-Chave de Risco nas EFPC servirá de insumo ao processo de identificação, monitoramento, tratamento e mitigação de riscos que possam comprometer o alcance dos objetivos das entidades e dos planos de benefícios”, disse Adriana em entrevista ao Blog Abrapp em Foco.
Além de trazer um guia prático para esta atividade, ela explica que a ideia é desenvolver os indicadores alinhados aos objetivos estratégicos das entidades para promover um debate qualificado e baseado em dados
Controles internos – Para Marcelo Côrtes da Cruz, Coordenador da Comissão Técnica Regional Leste-Sudeste de Governança e Risco, a implementação de Indicadores-Chave de Risco permite que as entidades avaliem, de forma prática, a eficiência dos controles internos adotados.
Com os indicadores, é possível identificar rapidamente se esses controles estão realmente mitigando os riscos mais relevantes e facilitando ajustes e correções antes que possíveis falhas se convertam em eventos de impacto significativo.
Segundo os membros da Comissão Técnica, os indicadores ajudam ainda a alinhar a gestão ao apetite ao risco definido pela alta administração das fundações, funcionando como instrumentos que traduzem essa orientação estratégica em métricas objetivas.
Assim é possível aprimorar a capacidade das entidades de mitigar riscos dentro dos limites aceitos pela governança, proporcionando maior segurança no alcance dos objetivos institucionais.
“A aplicação das recomendações trazidas no guia proporciona benefícios como a otimização do esforço na administração dos controles internos, promovendo mais agilidade e redução de custos e ações associados a essas atividades, tornando o monitoramento dos riscos mais eficiente e focado nos pontos realmente críticos”, destacou Marcelo.
Além disso, os membros da Comissão Técnica ressaltam que o guia apoia a Governança das entidades ao proporcionar informações mais precisas e aprofundadas sobre as probabilidades e impactos dos riscos, permitindo tomadas de decisão mais eficientes, embasadas e estratégicas.
Dessa forma, as EFPC ganham em eficácia operacional, robustez nos processos e maior segurança na busca de seus objetivos institucionais.