O projeto de criação da versão digital do Real, denominado atualmente como Drex, foi apresentado por Fábio Araújo, Coordenador da Iniciativa pelo Banco Central, em palestra do 3º Encontro Nacional de Inovação & Criação de Valor, nesta quinta-feira, 31 de agosto. O tema foi abordado na talk 6 intitulada “Economia Tokenizada: o Real Digital vem aí” durante evento que é organizado pela Abrapp. O encontro é realizado através de plataforma digital e tem duração de três dias (30 e 31 de agosto e 1 de setembro), contando com a participação de mais de 300 profissionais do setor de previdência complementar.
No papel de moderador da palestra, o Superintendente Geral da Abrapp Devanir Silva agradeceu aos organizadores do encontro, em especial aos Diretores Vice-Presidentes, José Roberto Peres e Silas Devai Jr, além dos coordenadores das Comissões Técnicas da Abrapp. E enquadrou o tema da palestra como tema do planejamento estratégico da Abrapp, no eixo da Previdência Complementar para Todos e do futuro desejado de que o patrimônio do setor alcance 100% do PIB. “Como o futuro desejado se constrói, um dos pontos centrais é o investimento em tecnologia, em plataformas digitais e em canais de distribuição. São alguns pontos fundamentais para aumentar a produtividade e a eficiência”, disse.
Devanir Silva elogiou a iniciativa Drex do Banco Central que coloca o Brasil em um seleto grupo de países que estão estudando e preparando a implementação do projeto de criação de moeda digital em fase avançada. “Temos orgulho de saber que o Brasil está avançando neste projeto a exemplo de outras nações como China, Inglaterra e Japão”, comentou o Superintendente Geral da Abrapp.
Fábio Araújo explicou que o advento do PIX foi a porta de entrada para uma série de inovações digitais que estão transformando o sistema financeiro e suas transações. E disse que o Drex não se esgota com a criação do PIX, pois tem a ver com um projeto que pretende promover acessibilidade da população ao mercado de capitais e produtos financeiros mais elaborados.
Ele explicou que o Banco Central vem desenvolvendo várias ações voltadas para a emissão em formato digital da moeda brasileira, originalmente chamada de Real Digital e, atualmente, denominada Drex. A partir de resultados de um grupo de trabalho criado em agosto de 2020, o BC divulgou as diretrizes para o desenvolvimento do Drex (Diretrizes do Real Digital) em maio de 2021. No segundo semestre do mesmo ano, o BC realizou a série de seminários virtuais (“webinários”) para discutir com a sociedade as potenciais aplicações do Drex.
Além disso, o BC conduziu, ao longo de 2022, uma análise detalhada de potenciais casos de uso do Drex, por meio do LIFT Challenge Real Digital, em parceria com a Fenasbac. Em 2023, como resultado das lições aprendidas com o LIFT Challenge, o BC revisou as diretrizes para o desenvolvimento do Drex em fevereiro e, a partir de março, iniciou os testes com uma plataforma-piloto para operações com a moeda digital soberana, o ‘Piloto Drex’, com duração prevista até fim de 2024.
“O objetivo do Drex é democratizar o acesso aos produtos financeiros. Para isso, abrimos a discussão com a sociedade para desenhar o Real Digital, que funcionará através de uma nova plataforma, que é análoga à Rede Regulada de Passivos, que se encontra em fase de debates internacionalmente”, disse Fábio Araújo. Ele esclareceu que o Real Digital não funcionará como um cripto ativo e não tem a ver com o ambiente e com os problemas de segurança e falta de regulação das criptomoedas. Apesar disso, o Banco Central e as autoridades reguladoras estão analisando as questões de privacidade e cibersegurança para a moeda digital.
O Drex tem o objetivo de criar um sistema de moeda tokenizada com o foco na oferta de produtos e serviços financeiros que possam atingir tanto o atacado quanto os clientes de varejo. “Nosso foco está no cidadão, em como levar serviços financeiros de maneira ágil e barata”, comentou o Coordenador da Iniciativa Drex. Neste sentido, existe a intenção de oferecer contratos e produtos fiscalizados tanto pelo Banco Central, quanto Susep, CVM e Previc para toda a população brasileira.
Projeto-piloto – O Piloto Drex é a fase de testes que foi iniciada em março de 2023 para operações com a moeda digital brasileira. Nessa etapa, o Banco Central está avaliando os benefícios da programabilidade da Plataforma Drex, um ecossistema de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT) multiativos onde serão simuladas operações com ativos digitais (“tokenizados”) liquidadas no atacado com o Drex emitido pelo Banco Central.
Estão participando 16 grupos com mais de 50 instituições financeiras, empresas e consultorias nesta fase de testes. Após o término da fase de teste da plataforma, será iniciada uma outra etapa de teste aberta para os cidadãos. A abertura para os testes dos clientes de varejo deve ocorrer até o final do ano que vem.
O 3º Encontro Nacional de Inovação e Criação de Valor é uma realização da Abrapp com apoio da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Ouro: Sinqia.