42º CBPP: Geração de valor e tendências globais são abordadas em palestras técnicas 

Geração de valor e tendências globais foram as abordagens das Palestras Técnicas 2 e 4 realizadas nesta terça-feira, 19 de outubro, na estreia do 42º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP). O maior evento de previdência privada do mundo iniciou nesta manhã com as palestras realizadas nos auditórios AZ Quest 2 e AZ Quest 3, e conta com uma programação robusta ao longo dos próximos dias. 

O case “Equatorial: Geração de Valor no Longo Prazo com Foco em Gestão, Cultura e Alocação de Capital” foi apresentado na Palestra Técnica 2, demonstrando o processo de crescimento da empresa, focada no setor de energia, nos últimos 16 anos a partir da aquisição da Cemar. 

Conduzindo a palestra, Fernando Pimentel, Presidente da Fundação Atlântico, destacou que os dirigentes das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) estão no limiar de um novo normal. “O mundo mudou, não sabemos como será daqui pra frente, mas os desafios para os dirigentes continua o mesmo”, disse, reiterando a obrigação fiduciária das entidades na busca por agregar valor com alternativas de investimento que proporcionem a rentabilização do patrimônio, mitigando riscos para cumprir sua missão. 

Nesse sentido, a STK Capital, gestora focada em ações, convidou o Presidente do Conselho de Administração da Equatorial, Carlos Augusto Leone Piani, para apresentar o case da empresa, que é uma de suas investidas. Piani comentou sobre a geração de valor no longo prazo da companhia, focando em conceitos predefinidos, como gestão, cultura e alocação de capital, destacando os principais pontos do processo de mudança de cultura e estabelecimento de um novo negócio para que a Equatorial tivesse um resultado positivo e sucesso no empreendimento. 

Ele contou ainda que quase todas as empresas adquiridas pela Equatorial Energia passaram por um processo de recuperação. “Fizemos um dever de casa mais robusto, o que nos deu conforto de perseguir essas empresas com um preço de aquisição mais atraente”, disse, apresentando a linha do tempo de alocação de capital da empresa desde 2004. Agora em 2021, a companhia começou a expandir sua atuação para o setor de saneamento básico a partir de um consórcio liderado pela empresa e que venceu o leilão do serviço de água e esgoto do Amapá. “Comprar bem é nossa estratégia”, disse Piani.

E como a Equatorial entrou no portfólio da STK Capital? Antenor Fernandes, Gestor da STK Capital, explicou que mesmo em um ambiente desafiador, esse investimento gerou um desempenho elevado frente ao Ibovespa. “Acreditamos que para o futuro outras oportunidades estão aparecendo. Nesse momento de volatilidade, existem empresas que estão dando um ponto de entrada muito bom, principalmente pós-pandemia, em que empresas mais preparadas, fortes e capitalizadas saíram vencedoras”, reiterou.

Apresentado seu conceito de análise fundamentalista, a gestora possui modelo de negócios, gestão e governança e visão de valor como princípios que norteiam seus investimentos, explicou André Gadelha, que atua no Conselho de Investimentos da STK Capital. “Quando encontramos esses três princípios em uma empresa, é o nosso case de investimento ideal”, disse.

Ele explicou que a visão de valor é definida pela equipe de investimentos levando em consideração os cenários de retorno esperado e risco potencial. Além disso, a gestora definiu um rating qualitativo, definido assim uma restrição do tamanho da posição das empresas investidas no portfólio. “Essa é uma forma de proteger um pouco nosso portfólio de empresas que têm muito risco”, destacou.

Ondas de impacto – Na Palestra Técnica 4 “Tendências Globais – Oportunidades de Investimento”, Kim Catechis, Estrategista de Investimentos da Franklin Templeton Investment Institute, compartilhou como os avanços na tecnologia, as mudanças demográficas, o aumento do endividamento dos países, tecnologia e mudanças climáticas podem impactar significativamente diversos segmentos da economia e regiões do mundo. 

Ele compartilhou insights sobre as principais mudanças que estão acontecendo ao redor do mundo, assim como as oportunidades de investimento e riscos que emergem com essas mudanças. A primeira onda é a demográfica, ou seja, o envelhecimento da população, que trará diversas implicações para diversas economias. “A população dos países que impulsionaram o crescimento econômico global na última década está cada vez mais velha”, disse Catechis.

Segundo ele, os países que vêm impulsionando o crescimento econômico global estão enfrentando uma diminuição da população em idade de trabalho, o que constitui um desafio para a política econômica, além do aumento do passivo ligado às populações mais velhas. Catechis falou também sobre como a onda tecnológica influencia na decisão de investimentos, além do impacto da automação e do efeito da pandemia de COVID-19 no crescimento econômico. 

Referente à onda da tributação, Catechis destacou que muitos países estão repensando em sua política fiscal, e é preciso fazer uma atualização do sistema tributário. Ele destacou também a sustentabilidade como ponto central para que as empresas tenham um bom desempenho no futuro, sendo que o capital humano tem cada vez mais um valor importante para as companhias. “Com o tempo, a definição de qualidade se ampliará para incluir a sustentabilidade”, disse. 

Kim Catechis destacou a necessidade de determinadas reformas para o Brasil avançar, em especial a fiscal. Segundo ele, os investidores hoje não possuem clareza sobre como será conduzida a política econômica, social e fiscal do país nos próximos 5 anos. “Acho que o Brasil tem sempre um potencial fantástico”, disse, reiterando que ainda assim é preciso fazer uma reforma fiscal o quanto antes no país, além de investimentos massivos em tecnologia e educação.

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