43º CBPP: Cultura inflacionária se torna diferencial para a economia brasileira 

“Estamos mais treinados para lutar contra a inflação”. A afirmação foi enunciada por Luís Garcia, CIO da Sulamérica Investimentos, na palestra “Normalização monetária no Brasil e no mundo: quais os riscos e oportunidades?”, realizada nesta sexta-feira, 21 de outubro, no terceiro e último dia do 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP) para destacar o diferencial que a economia brasileira tem aproveitado para navegar no cenário de aumento dos riscos globais. O evento reuniu mais de 5 mil pessoas que participaram nos formatos online e presencial em São Paulo. 

O gestor da Sulamérica explicou que o Banco Central brasileiro foi um dos primeiros ao redor do mundo a promover um ciclo de aperto monetário que serviu para conter o processo inflacionário. A agilidade da autoridade monetária no Brasil, que elevou a taxa básica de juros de 2% em março do ano passado até os atuais 13,75%. Outro ponto positivo é que o pico de inflação foi antecipado no Brasil, o que permitiu o anúncio do fim do ciclo de aperto no mês passado. 

Na mesma palestra, Natalie Victal, Economista-Chefe da Sulamérica Investimentos, reafirmou a boa notícia. “Enfrentamos o problema cedo. A memória inflacionária foi uma vantagem”, analisou. Ela lembrou que o Copom (Comitê de Política Monetária) iniciou o ciclo de alta dos juros antes que a maioria das outras economias. Além de antecipar, o Brasil promoveu um ciclo amplo de alta, subindo a Selic em 11,75% 

Agora o mercado já discute quando se dará o início do novo corte dos juros. Enquanto alguns economistas já anunciam o novo início de corte da Selic para o primeiro trimestre de 2023, a Sulamérica trabalha com uma previsão mais conservadora. Para a Economista-Chefe o atual patamar dos juros deve permanecer inalterado por maior tempo, até começar a cair a partir do terceiro semestre do ano que vem. 

Em todo caso, por ter feito a lição de casa mais cedo, a economia brasileira apresenta perspectivas mais otimistas para 2023. O mercado de trabalho está em processo de reaquecimento e o otimismo do setor produtivo está começando a reagir. 

Além do combate à inflação, o Brasil apresenta outra vantagem para navegar em um cenário mundial de maior volatilidade. Luís Garcia explicou que o Brasil sempre foi penalizado por ser um país muito fechado, o que era visto sempre como fragilidade. “Neste momento estamos nos beneficiando justamente pelo fato de termos uma economia mais fechada. O ambiente externo está muito mais difícil que o interno”, afirmou. 

Cenário externo – O CIO da Sulamérica analisou o cenário da economia americana que, diferente da brasileira, não tem memória da cultura inflacionária. É uma economia que não sabe o que é inflação nos últimos 40 anos. Por isso, toda uma geração de economistas e gestores nunca conviveu com o problema. 

Natalie Vidal analisou os problemas enfrentados pela economia europeia, com os reflexos da guerra da Rússia com a Ucrânia e a severa crise energética que vem atingindo o continente. Além dos impactos da guerra, existe o problema da multiplicação das sanções econômicas, que produz reflexos negativos em diversas regiões do globo. 

Por outro lado, a economia asiática parece viver em um mundo à parte da crise inflacionária que atinge a maior parte dos principais mercados mundiais. As restrições mais intensas de mobilidade para conter o avanço da Covid-19 e a ausência da explosão de estímulos fiscais das principais economias mundiais, não levaram a inflação para economias como China e Japão. O que ainda preocupa é o baixo crescimento da economia chinesa, que não deve voltar aos altos níveis de crescimento de anos anteriores. 

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O 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada é uma realização da Abrapp, com apoio de ICSS, Sindapp, UniAbrapp e Conecta. Patrocínio diamante: BB Asset Management, BTG Pactual, Credit Suisse e Sinqia. Patrocínio ouro: Aditus, BNP Paribas Asset Management, Bradesco, BV Asset, Galapagos Capital, Gama Investimentos, Giant Steps Capital, Itajubá, Itaú, MAG, Mercer, Safra, Santander Asset Management, Spectra Investiments, Sul América Investimentos e XP. Patrocínio prata: AZ Quest, Bahia Asset Management, Banco Pan, BlackRock, Brasil Capital, FuturoTech, Global X, GTIS Partners, JGP, J.P. Morgan Asset Management, Maps + Data A, Market Axess, M Square, Patria, Plural Gestão, Schroders, Trígono Capital, uFund e Vinci Partners. Patrocínio bronze: Anbima, Apoena, Carbyne Investimentos, Claritas, Constância Investimentos, Daycoval, Fator, Franklin Templeton, Mapfre Investimentos, Método Investimentos, PRP, Quantum, RJI Investimentos, Venko Investimentos e Trust Solutions.

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