44º CBPP: Apresentação da pesquisa Abrapp “Raio X dos Investimentos das EFPC” mostrou evolução das alocações na última década

Os resultados da pesquisa “O Raio X dos Investimentos das EFPC: Abrapp 2023” foram apresentados nesta quarta-feira (18) durante a Palestra Técnica número 8, no primeiro dia do 44º CBPP. A pesquisa completou 10 anos de existência e nesta ocasião foi apresentada uma comparação da evolução das alocações entre 2013 e 2023. Os dados se referem ao fechamento de dezembro do ano passado, mas trazem também as informações para as políticas de investimentos para 2023 e as perspectivas para os próximos 12 e 36 meses em diversas classes de ativos. 

“Entre as tendências notáveis estão o crescimento das políticas de investimentos, o aumento do espaço dedicado aos investimentos alternativos, o aumento da alocação em renda fixa e a redução da alocação em renda variável”, destacou Carlos Garcia, fundador da Itajubá e coordenador da Pesquisa Raio X. O estudo coletou informações de 92 associadas da Abrapp, que responderam 264 questões quantitativas e qualitativas, resultando em uma coleta de dados que ultrapassou a marca de 20 mil informações. 

O conjunto de respondentes corresponde a cerca de 40% do patrimônio total do sistema de EFPC. Foram 56 entidades com patrimônio acima de R$ 1 bilhão e outras 36, com volume de recursos abaixo de R$ 1 bilhão. A pesquisa é anônima e os dados individuais não são públicos. As informações divulgadas se referem apenas aos consolidados totais. 

No período de 10 anos, a alocação em ativos de renda fixa cresceu de 56% em 2013 para 79%, no final de 2022. Já a renda variável registrou movimento inverso, caindo de 34% para 10% no período. “Verificamos uma queda de 24 pontos no volume de recursos alocados em renda variável e um crescimento de 23 pontos em renda fixa. Já os estruturados quase dobraram de tamanho, atingindo 7% dos ativos totais”, comentou Garcia. Outras classes como imóveis e fundos imobiliários registraram aumento pouco significativo. Os ativos no exterior passaram de 1% para 2%, mas ainda são insignificantes no volume total do patrimônio do setor. 

“Um fator que explica a baixa alocação em renda variável e ativos de risco é a maior maturidade dos planos, que têm de correr menos risco. Contudo, no exterior há planos mais maduros que os nossos com alocações em renda variável muito superiores aos do Brasil. Surpreende que a alocação seja muito baixa nos planos de contribuição definida, apesar do efeito do aumento das taxas de juros”, comentou o coordenador da pesquisa. 

Ele acredita que o provável cenário de queda dos juros e a perspectiva mais positiva do Brasil em comparação com outras economias deve promover o aumento da alocação em renda variável nos cenários de 12 e 36 meses. 

Claramente os níveis das taxas de juros impactaram na aversão ao risco dos investidores. Em 2013, a Selic estava em 7,25% e a inflação era de aproximadamente 6%. Hoje a Selic está em 12,75% e a inflação está pouco abaixo dos 6%. 

Perfil da renda variável – Além da redução da alocação em ações e fundos de renda variável, o perfil das estratégias nesta classe de ativos também mudou na última década. Houve forte crescimento dos fundos e produtos indexados e passivos, que praticamente dobraram seus percentuais dentro desta classe. Já os fundos ativos de Ibovespa mantiveram o nível de alocação proporcional. Em compensação, as estratégias de valor, dividendos e small caps sofreram forte redução nos últimos 10 anos. 

Na renda fixa, foi mantida a preferência por títulos públicos indexados à inflação, com redução das LFTs. Já os prazos dos títulos públicos sofreram redução em geral. Os títulos mais longos caíram de 35% para 14% e os papéis com prazos entre 3 e 5 anos registraram maior concentração.

Políticas de investimentos – As análises sobre as políticas de investimentos 2023 indicaram algumas possibilidades importantes para mudanças na alocação. Por exemplo, 83% das políticas para este ano consideram a possibilidade de alocação em multimercados estruturados em comparação com 67% das políticas de 2013. Outra classe que aumentou nas políticas foi a de exterior, que saiu de 50% em 2013, para 86% em 2023. Os fundos imobiliários e de participações tiveram um crescimento insignificante nas políticas de investimentos para 2023. “Verificamos que há espaço suficiente para crescimento na alocação nas diversas classes de ativos, porém é um espaço ainda pouco utilizado”, explicou Garcia.

As perspectivas de alocação em 12 meses apontam para um aumento maior para ativos no exterior, com destaque para a renda variável, renda fixa e hedge funds. Os ativos de crédito privado no exterior, apesar de fortemente valorizados pelos gestores, surpreendentemente ainda não atraem a preferência das entidades fechadas. 

Depois do exterior, a classe que deve mais crescer entre as fundações é a de renda variável. Em seguida, aparecem a renda fixa e multimercados, com índices de preferência semelhantes. Já os fundos imobiliários e de participações apresentaram perspectiva de redução nas projeções tanto de 12 meses quanto de 36 meses. 

Continue acompanhando a cobertura completa do 44° Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP),  que iniciou nesta quarta-feira, 18 de outubro, em formato híbrido – presencial em São Paulo (Transamérica Expo Center) e online –, e segue com programação até sexta-feira.

O 44º CBPP é uma realização da Abrapp, UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Diamante: Asa Investments; BB Asset; BNP Paribas Asset Management; Itajubá Investimentos; Sinqia. Patrocínio Ouro: Aon; Bradesco; BV Asset; Galapagos Capital; Genial Investimentos; Itaú; MAG; Safra; Santander Asset Management; Spectra Investments; SulAmérica Investimentos; XP. Patrocínio Prata: Aditus; Alaska; Anbima; Principal Claritas; Constância Investimentos; Maps + Data A; GTIS Partners; Hashdex; JP.Morgan Asset Management; NAVI; Neo; PFM Consultoria e Sistemas; Trígono Capital; Velt Partners; Vinci Partners. Patrocínio Bronze: Apoena; BlackRock; Capitânia Investimentos; Carbyne Investimentos; Fator; Fram Capital; Franklin Templeton; Hectare Capital; HMC Capital; Inter; Investira; Mapfre Investimentos; Market Axess; Marsche; Mercer; Mestra Informática; Mirae Asset; Polo Capital Management; PRP Soluções Contábeis; RJI Investimentos; Schroders; Teva Indices; Trust Solutions; uFund.

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