44º CBPP: Presidentes das grandes fundações debatem projetos para o fomento e sustentabilidade do sistema

Os diretores-presidentes de algumas das maiores fundações do país discutiram as bases para se alavancar o fomento do setor em uma “talk” realizada no segundo dia do 44º Congresso Brasileiro de Previdência Privada, nesta quinta-feira (19), em São Paulo. Participaram da mesa intitulada “O fomento da Previdência Complementar sob a Ótica das EFPC” os Presidentes da Previ, João Luiz Fukunaga; da Petros, Henrique Jager; da Valia, Edecio Brasil; e da Funcef, Ricardo Pontes. 

O Diretor-Presidente da Previ defendeu uma fiscalização mais adequada da Previc, que não tenha uma postura policialesca, como em alguns momentos do passado. Fukunaga disse também que a Comissão de Valores Mobiliários deve exercer uma fiscalização mais intensa sobre os gestores de fundos de investimentos que cometem irregularidades que acabam prejudicando os ativos das entidades fechadas. Comentou que muitas vezes a decisão dos dirigentes da EFPC são adequadas, mas são prejudicadas pela atitude inadequada de alguns gestores externos. 

Fukunaga ainda apresentou o novo modelo de negócios da Previ que é baseado no etarismo, e que pode indicar a realização de investimentos em hospitais e até em casas de repouso. Ele ainda destacou o papel de fundamental importância para aprofundar as discussões de propostas de aperfeiçoamento da governança e da regulação do setor de eventos como o CBPP e também o SIGA – Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos, realizado pela Previ no início de outubro. 

Ele ainda defendeu a expansão do setor com a atração de maior número de empresas para planos instituídos. Além disso, revelou a criação de uma nova gerência de inovação da Previ, a partir da Diretoria de Planejamento, com o objetivo de balizar a utilização mais organizada de novas tecnologias da gestão da entidade. 

Projeto Abertura na Valia – Edecio Brasil disse que é absolutamente imprescindível o fomento da Previdência Complementar Fechada em face da redução da cobertura da Previdência Social. “Quem será o protagonista deste pilar seremos nós. Temos de exercer nosso papel como protagonistas pela expansão da cobertura de planos”, comentou. E apresentou o Projeto Abertura, da Valia, que tem o objetivo de impulsionar a adesão de novos públicos aos planos administrados pela entidade. 

“Começamos com o Plano Família e agora vamos iniciar o instituído corporativo, voltado prestadores de serviços terceirizados”, disse. Ele defendeu que é necessário avançar no processo de transformação cultural dos times das EFPC em direção a uma mentalidade mais comercial. E indicou que as equipes devem se capacitar para utilizar a tecnologia, sem o qual não será possível dar um salto exponencial no fomento dos planos.  

“Nosso maior desafio é a tecnologia. Precisamos unir esforços para buscar soluções conjuntas de tecnologia”, defendeu.  

Petros mais perto – Henrique Jager falou da esperiência da Petros com os planos instituídos e recomendou que essa modalidade de produtos tenha uma política e um planejamento claros para que tenham sustentabilidade no médio e longo prazos. Ele defendeu, por exemplo, que os planos definam uma política clara de custeio com a realização de aportes mínimos para que possam sobreviver. 

O dirigente falou também de um novo programa na fundação denominado “Petros mais perto de você”, que tem o objetivo de estabelecer um relacionamento mais próximo com os participantes e patrocinadores. Revelou que a entidade tem um projeto de criação de uma universidade voltada para a educação financeira e previdenciária dos participantes e assistidos. Ele defendeu ainda a adesão automática aos planos de benefícios para todo o sistema, a exemplo do que já ocorre com os exemplos bem sucedidos da Funpresp-Exe e da Funpresp-Jud. 

Ampliação dos participantes – Ricardo Pontes, da Funcef, disse que a principal dificuldade da entidade é o relacionamento com um conjunto de participantes que está espalhado em todo o território nacional. “Temos uma capilaridade muito grande, então nossos participantes estão desde o Amapá até o Rio Grande do Sul. Então nós temos que ir até eles. Nosso grande desafio é o trabalho de comunicação de forma mais assertiva com esse conjunto, realizando um trabalho de educação financeira e previdenciária”, disse. 

O Diretor-Presidente da Funcef disse que a entidade está buscando formas de fortalecer a comunicação com os participantes no sentido, por exemplo, de incentivar o aumento do nível de contribuição aos planos. “Mais de 50% dos nossos participantes estão contribuindo com menos de 12%. Estão contribuindo com cinco, com seis, com sete, etc. Ou seja, há uma oportunidade incrível que estão perdendo de acumular reservas, de fazer uma poupança para ter esse retorno lá na frente”, disse. 

Os planos da Funcef oferecem a paridade na contribuição do participante com o patrocinador até o nível máximo de 12% do salário. O aumento do percentual de contribuição é importante para mitigar o risco de frustração com o benefício futuro dos participantes de planos de contribuição definida e variável.

Ele ainda destacou a importância da atração de novos participantes e novos planos para manter a sustentabilidade da entidade no futuro. “Nós temos que ir atrás de novos participantes, temos de buscar na comunidade, seja dentro da Caixa Econômica ou com seus parceiros. Podemos criar novos planos instituídos para trazer mais participantes”, indicou. 

O 44º CBPP é uma realização da Abrapp, UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Diamante: Asa Investments; BB Asset; BNP Paribas Asset Management; Itajubá Investimentos; Sinqia. Patrocínio Ouro: Aon; Bradesco; BV Asset; Galapagos Capital; Genial Investimentos; Itaú; MAG; Safra; Santander Asset Management; Spectra Investments; SulAmérica Investimentos; XP. Patrocínio Prata: Aditus; Alaska; Anbima; Principal Claritas; Constância Investimentos; Maps + Data A; GTIS Partners; Hashdex; JP.Morgan Asset Management; NAVI; Neo; PFM Consultoria e Sistemas; Trígono Capital; Velt Partners; Vinci Partners. Patrocínio Bronze: Apoena; BlackRock; Capitânia Investimentos; Carbyne Investimentos; Fator; Fram Capital; Franklin Templeton; Hectare Capital; HMC Capital; Inter; Investira; Mapfre Investimentos; Market Axess; Marsche; Mercer; Mestra Informática; Mirae Asset; Polo Capital Management; PRP Soluções Contábeis; RJI Investimentos; Schroders; Teva Indices; Trust Solutions; uFund.

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