8º Prêmio Previc de Monografia: Análise da taxa de reposição no Regime de Previdência Complementar para servidores públicos recebe menção honrosa

A taxa de reposição é um dos indicadores mais importantes para avaliar a eficiência de um sistema previdenciário, pois mede o quanto da última remuneração de um servidor que será mantido como benefício após a aposentadoria. Pensando na relevância do tema, o atuário e Diretor Financeiro da CuritibaPrev, Fellipe Pacheco de Oliveira, submeteu a análise desta taxa no Regime de Previdência Complementar ao 8º Prêmio Previc de Monografia, e seu trabalho foi um dos três agraciados com menção honrosa.

O 8º Prêmio Previc de Monografia contou com patrocínio da Abrapp e da UniAbrapp, além da parceria com a Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade Social e a Anapar. Além da menção honrosa, outros seis trabalhos foram premiados – veja lista completa. A solenidade de premiação ocorreu durante o Abrapp Itinerante Regional Centro-Norte e Nordeste, no dia 26 de novembro, no Auditório da Ceres, em Brasília (DF). 

Bacharel em Ciências Atuariais pela UERJ (2008), Oliveira possui base sólida em cálculos financeiros e atuariais e possui MBA em Engenharia de Planejamento pela UFRJ (2010), onde ampliou suas habilidades em planejamento estratégico e gestão de projetos. Em 2021, finalizou o MBA em Previdência Complementar pela PUC/PR e UniAbrapp, e recentemente concluiu o Mestrado em Economia pela UFPR (2023), com uma pesquisa que analisou a sustentabilidade financeira e social dos regimes previdenciários. Em 2024, realizou curso de especialização em Gestão Pública Municipal pela UnB, buscando integrar esses conhecimentos com a gestão pública local.

Em entrevista ao Blog Abrapp em Foco, ele conta que sua formação em diversas áreas complementares, como atuária, economia e gestão pública, são fundamentais para atuar no segmento previdenciário com excelência técnica. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Taxa de reposição no regime de Previdência Complementar 

“O tema surgiu como uma necessidade prática, durante palestras que realizava, a partir de 2019, para servidores públicos do município. Muitos deles tinham dúvidas legítimas sobre como o novo modelo híbrido de previdência, combinando RPPS e RPC, impactaria suas aposentadorias. Foi a partir dessas interações que percebi a importância de aprofundar esse estudo. Durante o meu mestrado em Economia, entre 2022 e 2023, transformei essas inquietações em um projeto acadêmico estruturado. Meu objetivo era criar uma base de conhecimento que ajudasse tanto os servidores quanto os gestores a entender e melhorar o sistema, com foco na sustentabilidade e na garantia de benefícios adequados”.

Importância do tema

“A taxa de reposição é um dos indicadores mais importantes para avaliar a eficiência de um sistema previdenciário. Ela mede quanto da última remuneração de um servidor será mantida como benefício após a aposentadoria. No caso do RPC, essa métrica é essencial para assegurar que o sistema complementa adequadamente os rendimentos limitados pelo RPPS.

Além disso, a taxa de reposição serve como um parâmetro para alinhar expectativas dos participantes, ajudando a evitar frustrações. Ela também é fundamental para os gestores, que podem utilizá-la como ferramenta para calibrar alíquotas, modelos contributivos e estratégias de investimento, garantindo a sustentabilidade do sistema e a segurança financeira dos beneficiários”.  

Desenvolvimento do estudo

“O estudo começou de maneira informal, em 2019, quando surgiram as primeiras dúvidas nas palestras que realizei com os servidores públicos. No entanto, ele ganhou corpo e profundidade durante minha pesquisa de mestrado, realizada entre 2022 e 2023. Nessa fase, passei a utilizar metodologias mais robustas, como simulações atuariais e análises econômicas, para investigar os impactos do sistema híbrido sobre a renda dos aposentados. Esse trabalho não só responde às demandas dos participantes, mas também fornece insights para a gestão previdenciária, contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas públicas no setor”.  

Experiência  profissional

“Além da formação acadêmica, sou certificado ICSS em Administração e Investimentos. Também possuo Certificação Profissional nível III para Dirigentes e como Responsável pelos Investimentos no âmbito dos RPPS. Além disso, tenho Certificação Profissional ANBIMA (CPA20) e Certificado de Especialista em Investimentos ANBIMA (CEA).

Na Abrapp, sou membro da Comissão Técnica Sul de Governança e Riscos, onde discutimos e desenvolvemos boas práticas de governança para as entidades de previdência complementar, e da Comissão Técnica Sul de Investimentos, na qual analisamos estratégias para melhor gestão dos recursos das entidades. 

Além disso, participo da Comissão Técnica de Previdência Fechada do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), um espaço técnico para debater questões atuariais e seu impacto no setor. Também integro o Grupo de Trabalho de Entes Federativos do IBA, que estuda as peculiaridades e desafios da previdência social e complementar em Estados e Municípios. Essas experiências me permitem contribuir ativamente para o desenvolvimento e fortalecimento do setor”.  

Trajetória na previdência complementar

“Iniciei minha trajetória no setor em 2006, acumulando quase duas décadas de experiência. Durante esse período, atuei em instituições de destaque, como a Susep, a Prece, a Icatu FMP, a FenaPrevi e a Mercer, onde adquiri uma visão abrangente sobre diferentes aspectos da previdência complementar, desde regulação e gestão até consultoria atuarial. Essa experiência diversificada me preparou para assumir minhas responsabilidades atuais na CuritibaPrev, onde aplico todo esse conhecimento na gestão do regime de previdência complementar dos servidores municipais, contribuindo para sua sustentabilidade e eficiência”.

Relevância do prêmio

O Prêmio Previc de Monografia é uma iniciativa essencial para o setor. Ele estimula a pesquisa aplicada, incentivando a produção de estudos que não apenas aprofundam o conhecimento técnico, mas também oferecem soluções práticas para os desafios enfrentados pelas entidades de previdência complementar. 

Além disso, a divulgação dos trabalhos premiados amplia o alcance das ideias, ajudando a influenciar políticas públicas e a melhorar a governança e a gestão no setor. Para os autores, é uma oportunidade de dar visibilidade ao seu trabalho e contribuir ativamente para o desenvolvimento de um sistema previdenciário mais eficiente e sustentável. 

O futuro da previdência complementar no Brasil depende de um esforço contínuo de inovação, governança e educação financeira. A integração entre pesquisa acadêmica e prática de mercado, como promovida pelo Prêmio Previc, é um passo essencial nesse processo. Além disso, reforço a importância de uma abordagem colaborativa, que inclua participantes, gestores e entidades reguladoras, para construir um sistema previdenciário que atenda às demandas da sociedade e garanta proteção social de maneira sustentável e equilibrada”.

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